O dia em que a Terra parou -
11/9
tragédia
. [Do gr. tragoidía, pelo
lat. tragoedia.] S. f. 1. Teatr.
Na Grécia antiga, obra teatral em
verso que se originou do ditirambo (1),
de caráter grandioso, dramático
e funesto, em que intervêm personagens
ilustres ou heróicas, e que é
capaz de infundir terror e piedade. 2.
Teatr. Peça de ordinário
em verso, e que termina, em regra, por
acontecimentos fatais. 3. Teatr. Gênero
dramático a que pertencem tais peças:
Na Grécia, onde teve origem, a tragédia
atingiu a culminância com Ésquilo,
Sófocles e Eurípides. [Sin.,
nessas acepç.: cena trágica.]
4. Fig. Acontecimento que desperta lástima
ou horror; ocorrência funesta; sinistro.
5. Fig. Mau fado; desgraça, infortúnio.
Fazer tragédia de. 1. Dar aspecto
trágico a (um fato ou acontecimento
mais ou menos insignificante). |
Muitas pessoas acreditaram, ao assistirem pela TV os aviões se chocando com as torres do World Trade Center, que estavam diante de um filme trágico, de proporções épicas, dantescas. Não conseguiam acreditar que tudo aquilo pudesse ser verdade, que a maior potência do mundo pós-Guerra Fria pudesse ser ameaçada por terroristas islâmicos, nem tampouco, que aviões comerciais de empresas norte-americanas pudessem se transformar em autênticos mísseis e "detonar" alguns símbolos tão expressivos do poder "Ianque"...
Ao resgatar o sentido da palavra tragédia, encontrei explicações que relacionam esse vocábulo ao teatro da Grécia Antiga, como pudemos ver na abertura desse artigo. Nada mais apropriado. Tudo pareceu extremamente "grandioso, dramático e funesto" naquele dia de setembro de 2001. Tudo realmente parecia compor uma "cena trágica", capaz de "infundir terror e piedade", onde se alternavam anônimos e "ilustres" em atitudes "heróicas", procurando evitar novos "acontecimentos fatais".
"Infortúnio" me pareceu pouco para relatar o desabamento das torres gêmeas. As construções por si só não representam a verdadeira tragédia, apenas parte dela. Os dramas particulares das famílias constituem a maior de todas as perdas, o pesar mais profundo. A morte em condições de heroísmo de mais de 3 centenas de bombeiros é muito mais significativa que qualquer ícone material produzido por qualquer cultura, por qualquer povo.
Estava em aula quando ocorreram os seqüestros simultâneos de aviões comerciais de empresas norte-americanas e o posterior ataque as torres e ao Pentágono. No intervalo das aulas, por meio de seus "walkmans", os alunos escutaram pelas rádios a notícia. Na sala dos professores os coordenadores nos disseram que havia ocorrido um "acidente", talvez, um atentado...
O que mais me assustou naquele momento foi o ataque ao Pentágono, sede do comando militar norte-americano. Do meu ponto de vista, uma atitude de grandiosa ousadia. Nem desconfiávamos até então que tudo era resultado de ações terroristas desencadeadas por militantes da Al Qaeda, liderados por Ossama Bin Laden.
Passado algum tempo, persiste o sofrimento, a dor e o sentimento de insegurança nos Estados Unidos (e em seus principais aliados). A regra estabelecida na Lei de Talião, no célebre Código de Hamurábi (anterior ao surgimento de Cristo), foi resgatada e sustentou ações militares duras e totalmente desiguais entre as forças anglo-americanas e o Afeganistão e, posteriormente, para a Guerra contra o Iraque de Saddam Hussein. Outros países, como a Coréia do Norte e a Líbia, foram colocados no grupo de inimigos da democracia, chamado de "Eixo do Mal".
Aonde mais chegaremos?
O Filme
Dois irmãos franceses, Jules e Gédéon Naudet estavam produzindo um documentário sobre o cotidiano dos bombeiros em Nova Iorque; por esse motivo, acompanhavam os movimentos de uma das corporações de bombeiros da cidade em seu dia a dia. Haviam estabelecido como meta filmar a integração de um novo recruta ao grupo, por isso o acompanhavam em seus treinamentos, trabalhos internos, resgates, incêndios,...
Um dos casos que tiveram a oportunidade de filmar foi um vazamento de gás, numa movimentada rua do centro de Nova Iorque. Nada de mais grave, de acordo com os bombeiros. Ocasião inusitada, entretanto, pela passagem de um avião de passageiros em altitude muito inferior a que todos estavam acostumados a ver ou ouvir. Por isso, despertado pelo barulho, um dos irmãos Naudet, levantou a câmara e acompanhou o movimento do primeiro avião a se chocar contra as torres do World Trade Center...
Suas imagens viraram história. Assim como todas aquelas que permitiram ao mundo assistir assustado o maior ataque terrorista da história dos Estados Unidos.
Cientes da envergadura do acontecimento, os Naudet se encaminharam para as Torres Gêmeas e filmaram de tudo. Da ação dos bombeiros, dentro e fora dos prédios, ao pânico e correria provocados nos prédios e nas localidades próximas ao desastre. Chegaram mesmo a entrar nas torres antes que desabassem (desavisados, assim como todos aqueles que se mobilizaram para resgatar os feridos, da possibilidade dos prédios caírem).
A edição em vídeo se tornou um documentário que assusta ao mesmo tempo em que informa. Impressiona pela valentia dos bombeiros (e dos documentaristas) e pela dor, sofrimento e morte de milhares de pessoas. É, fundamentalmente, um documento imprescindível para quem quer entender um pouco melhor o que aconteceu naquele 11 de Setembro de 2001...
Aos Professores
1- Por que não iniciar os trabalhos com um exame do terrorismo:- raízes, fundamentos, motivações, variações regionais, história, formas de agir,... Afinal de contas, num mundo como o nosso, ocidentalizado, fortemente influenciado pelo americanismo, com a mídia divulgando informações muitas vezes tendenciosas, temos que tentar entender o outro lado da história. Se começamos assistindo um documentário centrado nos acontecimentos em Nova Iorque, nada mais adequado que buscar informações sobre os responsáveis pelo ocorrido, suas explicações e justificativas.
2- Os Estados Unidos se tornaram o alvo preferencial de 10 entre 10 terroristas. O que poderia justificar esse fato senão estarmos diante de um novo Império? Segundo alguns especialistas, analistas e historiadores, a situação dos americanos atualmente pode ser equiparada a dos romanos, na Antiguidade. Que tal traçar paralelos entre os dois momentos históricos e tentar definir, a partir de exemplos, o que significa formar um Império?
3- Várias reportagens sobre o atentado de 11 de Setembro foram publicadas logo depois do ocorrido. Algumas publicações, como a Superinteressante, tiveram a curiosidade de esmiuçar o Islamismo e tentar apresentar explicações ao mundo dos árabes. Uma releitura desses artigos e uma composição de esforços para tentar entender os conflitos do mundo atual podem resultar na composição de textos e artigos pelos alunos. Tente organizar, pode dar ótimos resultados.
4- Estimule seus alunos a produzir diagramas através dos quais consigam perceber, esquematicamente, os antecedentes do atentado e as conseqüências do mesmo. A utilização dos diagramas permite uma visualização mais franca e aberta, mais clara e simples de acontecimentos de caráter histórico, social, político e econômico. Em termos mais objetivos, destaque que o interesse maior numa atividade como essa seria perceber o atentado nos indicadores históricos anteriores e projetar os acontecimentos futuros (o que já aconteceu, como a Guerra do Iraque; e o que pode acontecer, de acordo com os prognósticos dos analistas).
Ficha Técnica
11/9
(9/11)
País/Ano de produção:-
EUA, 2002
Duração/Gênero:-
112 min., Documentário
Disponível em VHS e DVD
Direção de James
Hanlon, Gédéon Naudet, Jules Naudet
Elenco:- Tony Benatatos, Jamal
Braithwaite, Steve Buscemi, George W. Bush,
Joseph
Casaliggi, Robert De Niro, James Hanlon, Mychal
Judge.
Links
- http://cineclick.com.br/cinemateca/ficha_filme.php?id_cine=10861
- http://epipoca.uol.com.br/filmes_detalhes.php?idf=19352
- http://us.imdb.com/title/tt0312318/ (em inglês)
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