Em 1946, foi criada a Fundação para o Livro do
Cego no Brasil, hoje Fundação Dorina Nowill para
Cegos com o objetivo de produzir, divulgar e distribuir livros em
braille para escolas, bibliotecas e organizações
que atendam deficientes da visão. A
produção e o sistema de
distribuição e suas
condições específicas podem ser
divididas em três áreas ou setores:
• Programação;
• Produção;
• Distribuição.
A área da programação transforma o
pedido do leitor ou a demanda do mercado apta para a
inclusão da obra no programa de
transcrição em braille. A Divisão do
Planejamento da Fundação convoca, anualmente, por
volta de Agosto/Setembro representantes de escolas e
serviços governamentais de educação de
cegos em todo o país para uma reunião onde
são apresentados os títulos dos livros que
serão usados no próximo ano letivo. O material
é discutido, selecionado e analisado, sempre de acordo com
as possibilidades financeiras da Fundação
fazendo-se a estimativa de preço das tiragens.
A área de produção transforma o
material selecionado em tinta, preparo para
digitação, impressão,
revisão, correção, dobragem,
paginação e encardenação. O
setor de distribuição dissemina o material em
braille, do produtor ao leitor, seguindo os dados obtidos na
reunião de seleção de livros para
programação. Todas essas áreas sofrem
influências de fatores que atendem a problemas sociais,
administrativos e econômicos. Para efeito de
avaliação da produção e
custo das obras, as mesmas foram enquadradas na seguinte
classificação:
• Obras classe A (Matemática, Química,
Física e Música);
• Obras classe B (Didáticas em geral);
• Obras classe C (Literatura).
O custo do livro em braille na Fundação foi
avaliado em $ 0,06 cada página de obra classe A
(Música e Matemática), $ 0,05 cada
página de obras classe B (Livros didáticos); $
0,04 cada página de obras classe C (Literatura), numa
tiragem de 60 exemplares. (ROSSI, 1971: 2)
Sistema operacional na produção de material no
sistema Braille
A transcrição do livro em tinta para o sistema
braille segue um roteiro descrito em três etapas: Na
primeira, faz-se um estudo pelos profissionais especializados, tendo
como base sua utilidade educativa. Na fase de análise,
realiza-se o planejamento, levando-se em conta se a obra
contém só texto ou texto, desenhos e
gráficos, porque serão necessárias
adaptações dos mesmos, a fim de manter a
originalidade dos conteúdos.
A segunda, é a da estereotipia, digitar o texto ou livro em
questão no processador de texto (MS-WORD 5.0 da Microsoft),
o qual possibilita a visualização e a
impressão do formato do livro em Braille. A primeira
impressão a ‘prova’ é feita
na folha de formulário contínuo de 90g, a fim de
ser revisada. A terceira é a revisão, geralmente,
a leitura é processada por um revisor cego, acompanhado de
uma pessoa vidente que lê o original à tinta.
Caso seja detectado erro, imediatamente, este é marcado,
sublinhando a palavra incorreta pelo revisor cego, e por sua vez, o
vidente numa folha anexa marca o número da página
e a palavra correta para futura correção pelo
estereotipista. Com todos os erros detectados, agora corrigidos, faz-se
nova impressão e novamente é submetida ao crivo
do revisor; não havendo mais erros, é processada
a nova impressão agora em caráter definitivo, em
matriz de alumínio, nas seguintes dimensões: 285
x 340 mm e espessura de 0,3mm.
As matrizes serão empregadas para
produção dos referidos textos ou livros no
sistema Braille. Finalmente, ao término da
produção do lote, essas matrizes serão
separadas em grupos de 50 peças a fim de serem guardadas
para posterior uso.
A impressão é considerada de grande tiragem,
quando o número de exemplares é acima de 50;
nesse caso, são usadas as máquinas
tipográficas adaptadas1 para uso da matriz de
alumínio para produção do lote acima.
A impressão é classificada de pequena tiragem,
quando o número de exemplares é inferior a 50;
usa-se também o formulário contínuo
cujo papel tem a gramatura de 120g. A
encadernação é tipo brochura, o papel
da capa é 180g, e o título é escrito
em tinta, contendo os seguintes dados: o autor, título da
obra, edição e autorização
do autor, o formato dos livros em Braille apresenta as seguintes
dimensões: 22 x 28 cm. Na descrição
acima, percebemos como se processa a transcrição
de um livro em tinta para o sistema Braille.
Bibliografia
ROSSI, T. F. de O. A produção do livro em
caracteres Braille pela imprensa Braille da
FDNC. Trabalho apresentado na Assembléia da
Associação de Editores para Deficientes
Visuais de Ibero-Americana, Bogotá, Colômbia.
Roberto
Sussumu Wataya:
Doutorando em Educação:Currículo na
PUC-SP, Professor e Pesquisador do
Centro Universitário Adventista de São Paulo
(UNASP), e-mail:
rsussumu@uol.com.br .
3 COMENTÁRIOS
1 neuza - cornélio procópio
Boa tarde, estou muito interessada em realizar curso braille online, sou professora na modalidade educação especial.
21/01/2013 16:08:09
2 Antônia de Nazaré Silva dos Reis - Capanema Pará.
Estou procurando informações a respeito de Curso de Especialização em Braille . Vocês poderiam me ajudar .Aguardo resposta.
01/04/2011 20:48:55
3 Rosinete Rodrigues - Macapá
Estou procurando informação a respeito do valor a ser cobrado pela adaptação e transcrição de provas de vestibular para o sistema braille. Sou especialista, adaptadora e transcritora braille, mas nunca cobrei por esse serviço. Voces poderiam me ajudar. Aguardo resposta
08/02/2010 12:06:04