O dia amanhecera um pouco nublado.
O sol se escondia por entre as nuvens, tirando o brilho da manhã.
Ele acordara cedo. Após lavar-se, fazia seu desjejum na cozinha.
Café, leite, torradas, um pedaço de bolo e banana-da-terra frita.

Voltou ao quarto para trocar de roupa e preparar-se.
Hoje seria o grande dia.
Pegou o cinturão, do qual pendiam dois revólveres, com seus cabos de madeira polida.

O duelo havia sido marcado no dia anterior e por nada deste mundo ele faltaria.
Fora desafiado diante de toda a "Lie City".
Não era covarde e mesmo querendo, não poderia fugir.

A estrela de xerife, prateada, reluzia sobre a camisa preta, à altura do peito esquerdo.
A rua estava quase deserta. Os transeuntes passavam, indo pra lá e pra cá, e nem reparavam nele. Caminhou a passos largos, parecendo ter pressa.
Dobrou a esquina em direção ao local previamente marcado.
O outro já estava à sua espera, denotando tranqüilidade.
Algumas pessoas próximas pareciam divertir-se com a cena.

Postou-se frente ao seu desafiante e disse-lhe:
- Estou pronto. Quando quiser!
O outro sorriu e retrucou:
- Pensei que não virias! Mas chega de conversa, prepare-se para morrer!

E dizendo isso, levou as mãos aos coldres.
Ainda segurando os cabos das armas, sem sequer sacá-las, tombou de joelhos, caindo para frente, levantando uma pequena nuvem de poeira.

O "xerife", com um sorriso, olhou para o "bandido" que jazia inerte, enquanto os espectadores aplaudiam e davam vivas!
O desafiante que, há pouco tombara morto, levantou-se de um pulo e gritou:
- Vinícius, amanhã eu é que vou ser o xerife!

Fim.

"Brincar, sorrir e sonhar, são coisas sérias!"
Editor: Luís Campos - Blind Joker
Salvador - Bahia – Brasil.