Declaração Universal dos Direitos Humanos - 13/04/2006
Adaptação de Ruth Rocha e Otavio Roth
Temos que declarar e bradar ao vento o que somos, o que queremos para o mundo, os anseios e desejos que temos em relação ao futuro e, principalmente, a nossa própria ética e filosofia de vida. Se não fizermos isso estaremos deixando margens para que sejamos interpretados pelos outros e não entendidos a partir daquilo que realmente pensamos. Fazemos isso desde as pinturas rupestres. Fomos aperfeiçoando as formas de comunicação, criamos as letras, estruturamos as línguas, inventamos meios de imprimir, atualizamos nossas máquinas de comunicação e, apesar de tudo isso, somente o nosso brado pode garantir a sobrevivência de nossos princípios...
E por que enchemos o pulmão de ar para gritar para todos ouvirem aquilo que acreditamos ser o melhor para o mundo? E o que nos motiva a digitar insistentemente nossas teses e conceitos no papel ou mais modernamente nas telas dos computadores para atingir outras pessoas através da Web?
A esperança de que o amanhã seja mais justo, pleno e feliz para todos e não apenas para alguns. Foi teoricamente isso que mobilizou os homens a pensar nos códigos, nas leis, em estatutos e regulamentações que dessem “norte” para as sociedades em que se encontrava inserido. Desde as micro-organizações até estados nacionais passaram necessariamente por esse processo de ordenamento, racionalização e harmonização de suas relações internas e externas.
Alguns brados foram, no entanto, mais altos que outros e seguiram adiante no tempo. Tornaram-se exemplos ou referências maiores que orientam não apenas espaços reduzidos como empresas, cidades ou países. São instituições transnacionais, que superam barreiras e têm por objetivo regular, sintonizar, intermediar e melhorar as relações internacionais. Algumas delas não são caracterizadas como leis mundiais. São códigos que orientam ações morais, éticas e comportamentais a partir de ditames religiosos.
Educação é direito. Qualidade na educação também.
Manifeste-se em favor do cumprimento desse seu direito!
As palavras de Cristo ou de Maomé, os ensinamentos de Buda e todas as diretrizes de caráter religioso, por exemplo, encaixam-se nesse campo. Não constituem leis e não definem sanções passíveis de aplicação prática, relacionadas ao mundo real. Transbordam ensinamentos e direcionamentos que devem ir além daquilo que é físico, devem iluminar as relações temporais e nos levar a salvação e ao mundo da divinização.
Do mundo dos homens vieram as leis que têm especificamente um caráter mais prático, voltado ao cotidiano, ao dia a dia da vida de cada um de nós. Nos países devem prevalecer os ditames jurídicos previstos nas constituições elaboradas por representantes da nação em nome da população e, teoricamente, em prol dessas mesmas pessoas.
Há, no entanto, acima delas, as declarações estabelecidas de comum acordo entre países que fazem parte de organismos internacionais criados para mediar à relação entre as nações. Dentre elas a mais importante ao longo da história é, sem dúvida alguma, a ONU (Organização das Nações Unidas).
E, dentre todos os importantes documentos criados e referenciados pela ONU existe um que norteia não apenas a ação dos países e de seus representantes políticos, mas principalmente da humanidade a partir de seus indivíduos e de suas representações coletivas.
Saúde é direito. Não é possível ser feliz sem saúde. Cobrem das autoridades os
investimentos necessários para que todos possam desfrutar de bons médicos e hospitais.
É por esse motivo que temos que nos unir em um brado cada vez mais alto e afinado em prol de seus princípios que, até o presente momento, melhor representam as idéias relativas à necessidade de harmonia, cooperação, solidariedade, paz e amor entre as pessoas, instituições e países. Esse documento é a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Nesse sentido é de suma importância que apresentemos essas idéias a nossas crianças ainda nas séries iniciais do Ensino Fundamental ou, se isso não puder acontecer em virtude das vicissitudes das “grades curriculares” e de seus inúmeros conteúdos “essenciais”, que façamos esse exercício em casa, no seio das famílias que buscam a superação das mazelas, da injustiça social, da violência e de tantos outros males que assolam nosso planeta.
Precisamos, no entanto, nos adequar a linguagem das crianças e, por isso, nada melhor que o apoio de especialistas do porte da escritora Ruth Rocha e do artista plástico Otavio Roth. É deles a iniciativa de transportar esse imprescindível documento chamado de Declaração Universal dos Direitos Humanos para a literatura infantil.
A união das artes de Ruth e Otávio levou ao surgimento de uma obra que transpôs fronteiras ao ser traduzida para outros idiomas e que, dessa forma, criou uma importantíssima contribuição brasileira a divulgação dessas idéias e princípios. E o que mais eleva o valor dessa produção originada em nosso país é que o destino dessas palavras e imagens é justamente a nova geração, aquela que irá edificar o futuro.
Por isso acredito que esse livro deveria ser obrigatório nas escolas. Tornar-se-ia uma espécie de bibliografia básica a acompanhar os estudantes entre a primeira e a quarta série até que os ecos de suas palavras e ensinamentos já não precisassem mais da surrada edição do livro ganho no primeiro dia de aula na primeira série do ensino fundamental.
Trabalho é direito e dignidade. Precisamos trabalhar para que nossa
saúde física e
mental seja preservada tanto quanto para que
tenhamos
condições de nos manter e ativar a economia.
Vou além e acho que seria interessante que fosse até criada uma animação que tornasse o conteúdo parte de um pacote de recursos (aos quais se adicionariam versões em CD-Rom e Internet) que pudessem ser trabalhadas como acompanhamentos/aprofundamentos nas escolas.
Afinal de contas, se pensarmos em nosso cotidiano, veremos que somos (e “por tabela” nossas crianças também) bombardeados diariamente com tantas e tão nefastas notícias e informações que temos que admitir que a luta entre o bem e o mal parece pender muitas vezes mais para o lado dos bandidos do que dos mocinhos...
Não é esse o filme que queremos para nossas vidas e, tampouco, para a de nossos filhos, netos, bisnetos...
Se não advogarmos em prol dos princípios que estão em documentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos desde o princípio da história de cada uma de nossas crianças que chance teremos diante da pregação cotidiana da televisão, dos traficantes, das gangues organizadas, das propagandas de bebidas e cigarros, dos maus-exemplos dos políticos,...
Temos que dar uma olhada na bola de cristal que se coloca na nossa frente e perceber que se não nos comprometermos com a defesa de direitos essenciais (como a educação, a vida, a expressão livre de idéias e princípios, ao trabalho, a saúde, ao meio ambiente preservado, a habitação ou o combate a qualquer espécie de tirania, violência, imposição, corrupção ou violação da privacidade) estaremos legando aos futuros habitantes desse planeta as piores condições de existência ou, até mesmo, a inexistência, a morte, a extinção da vida humana nessa Terra.
Nesse sentido a contribuição de Ruth Rocha e Otavio Roth é exemplar atitude de comprometimento com os valores mais dignos e sérios da Declaração ao dar, através da forma de um livro destinado às crianças, um espaço de propagação desse fundamental brado em favor da vida...
1 marlene - iacanga sp
ameiesse site,estou preparando um projeto para o mes da consciencia negra...obrigado
26/08/2010 16:51:04
2 mariana - brasilia
é legal ++++ podia melhor muinto valeu . bode
10/11/2009 18:21:34
3 ELVIS - ctba
noss...VALEU MESMO!!!!GRAÇAS A ISSO AE CONSEGUI FAZER UMA BOA PALESTRA,,,
OBRIGADO
25/08/2009 18:03:09
4 pablo lucas - rio de janeiro
gostei , gostei , gostei , muitooooooooooo , muitooooooooooo , tu que eu queria eu achei aqui nesse site, brigaduuuuuuuuuuuuu!!!!!
19/11/2008 19:23:25
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