Cem anos da Teoria da Relatividade - 29/03/2005
Uma breve biografia de Albert Einstein
“Ás vezes me pergunto como pode ter acontecido de eu ter sido o único a desenvolver a Teoria da Relatividade. A razão, creio eu, é que um adulto normal nunca pára para pensar sobre problemas de espaço e tempo. Isso são coisas que ele pensou quando criança. Mas o meu desenvolvimento intelectual foi retardado, motivo pelo qual comecei a questionar sobre espaço e tempo somente quando já era adulto. Naturalmente, pude ir mais fundo no problema do que uma criança com suas habilidades normais”.
“Como é que uma agulha pode se movimentar, flutuando no espaço, sem auxílio de nenhum mecanismo”, se perguntava o menino Albert, aos quatro anos de idade, quando viu pela primeira vez uma bússola. Apesar de sua grande curiosidade em relação aos mistérios da natureza, o garoto teria algumas dificuldades para se adaptar a escola, onde sofria com as aulas de história, geografia e francês. Tinha maior inclinação para as matérias que demandavam raciocínio e lógica, como a matemática.
Filho de Pauline Kock e de Herman Einstein, proprietário de uma pequena oficina eletrotécnica em Ulm, na Alemanha, Albert nasceu no dia 14 de março de 1879. Sua família se mudou para Munique na perspectiva de melhores negócios e de um futuro mais promissor.
Alguns de seus professores dos primeiros anos de sua vida de estudos não acreditavam que aquele menino desinteressado e de rendimento irregular poderia, algum dia, ser bem sucedido em qualquer área. Consideravam a presença do jovem Einstein um tanto quanto negativa pelo fato de atrapalhar o rendimento dos demais colegas de sala.
Apesar desse ritmo moroso e da falta de interesse nos estudos proporcionados na escola, Albert era curioso e aproveitava as oportunidades que eram dadas a ele fora dos limites da educação formal. Ao ganhar de seu tio Jacob um livro de geometria elementar aumentou ainda mais a sua disposição pelo estudo da matemática.
“O Tempo é relativo e não pode ser medido exatamente
do mesmo modo e por toda a parte”.
A família de Einstein se mudou para a Itália no ano em que o jovem estava prestes a completar os estudos secundários. Isso fez com que o jovem permanecesse durante algum tempo em Munique com familiares antes de seguir para sua vida no novo país.
Entrou para a universidade e cursou a Escola Politécnica de Zurique, na Suíça, tendo se graduado em Matemática e Física no ano de 1900. Caracterizou-se durante a sua formação universitária pela capacidade de se concentrar fortemente em alguns temas estudados que o fascinavam e acabavam absorvendo boa parte de sua energia. A despeito dos cursos que fazia, Einstein parecia se interessar muito mais pela produção contemporânea da ciência do que pelas aulas, por esse motivo era um leitor voraz das publicações científicas européias, de onde tirava subsídios para suas futuras teorias.
Quando terminou os estudos e se formou, Albert já havia lido materiais produzidos pelos principais pesquisadores da Física e da Matemática na Europa daquele período, como Helmhotz, Boltzmann ou Hertz. Dessa forma concluiu sua graduação estando muitos passos adiante em relação a seus colegas de classe, mesmo que os currículos e as notas não demonstrassem isso, já que não era avaliado nesses quesitos.
Teve dificuldades para conseguir empregos, pois era visto pelas pessoas como um sujeito pouco produtivo, desligado e de resultados apenas razoáveis em sua formação universitária. Conseguiu então em 1902, graças a intervenção de um colega de faculdade, um emprego como técnico especializado no Departamento Oficial de Registro de Patentes de Berna, onde ficou até receber o convite para ingressar em 1909 na Universidade de Zurique como professor.
“Nós, cientistas, acreditamos que o que nós e nossos semelhantes fizermos ou deixarmos de fazer nos próximos anos determinará o destino de nossa civilização. E consideramos nossa tarefa explicar incansavelmente essa verdade, ajudar as pessoas a perceber tudo o que está em jogo, e trabalhar, não para contemporizar, mas para aumentar o entendimento e conseguir, finalmente, a harmonia entre os povos e nações de diferentes pontos de vista”.
Albert se casou em 1903 com Mileva Maric, uma de suas colegas de classe. Desse seu casamento nasceram dois filhos, Hans Albert (que se tornou professor de Hidráulica na Universidade de Berkeley, na Califórnia, EUA) e Eduard. Essa sua primeira união matrimonial durou aproximadamente dez anos e resultou em divórcio em 1913.
Pode-se afirmar com certeza que o emprego como funcionário do escritório de patentes foi muito importante para a produção de Einstein. Como ele tinha responsabilidades profissionais que lhe tomavam pouco tempo, podia se dedicar no restante do período a leitura, pesquisa e criação de suas próprias idéias. O ano de 1905 não é, por acaso, considerado como o mais profícuo de sua brilhante produção intelectual. Foi justamente nesse ano que Einstein escreveu três de seus mais notáveis enunciados científicos no artigo “Sobre a Eletrodinâmica dos Corpos em Movimento” para a revista científica Annalen der Physik.
Nascia naquele momento a famosa Teoria da Relatividade.
Ao entrar no mundo acadêmico em 1909, na Universidade de Zurique, Einstein acabou se mostrando um professor pouco eloqüente em suas aulas. Não tinha tempo e muita disposição para preparar seus colóquios e não gostava de se considerar o dono do conhecimento. Era simples e modesto no relacionamento com seus alunos, isso lhe dava certo prestígio e respeito junto aos estudantes.
Sua vida como professor universitário mal havia começado e o jovem pesquisador foi convidado por Max Planck e Walter Nernst, notáveis cientistas da área da física, para se tornar diretor do Kaiser Wilhelm Institute, em Berlim, um dos mais prestigiados centros de pesquisa da Alemanha. Com isso, Einstein pôde se dedicar integralmente ao campo das pesquisas e abandonar o magistério. No ano de 1914, casou-se novamente, dessa vez com uma prima, Elsa Rudolph.
“É estranho que eu, que escrevi apenas livros impopulares, tenha
me transformado numa personagem tão popular”.
Em virtude desse fortuito encontro com alguns dos mais brilhantes cientistas europeus da virada do século, a produção de Einstein pôde ser aprofundada, verificada e finalizada. O intercâmbio com outros gigantes da ciência como Planck, Laue, Rubens e Nernst permitiram a consolidação das pesquisas sobre os fenômenos gravitacionais e sua apresentação para a comunidade científica com o título de Teoria da Relatividade Generalizada.
Recebia a visita de muitos artistas, cientistas e pesquisadores em sua residência nas cercanias de Berlim. Não era muito afeito a essa badalação, preferindo levar uma vida mais discreta e pacata. Era em sua casa que seus assistentes e colaboradores se reuniam com ele para que pudessem estudar e pensar em novas idéias.
Gostava de receber alguns amigos próximos para conversas, concertos e jantares. Durante essas ocasiões era comum que exercitasse seus dotes artísticos tocando seu violino.
Em 1921 recebeu o prêmio Nobel de Física pela sua grande contribuição a ciência com a Teoria da Relatividade.
Sua notoriedade e reconhecimento tornavam-no a cada dia uma pessoa mais e mais conhecida mundialmente. Isso passou a lhe trazer problemas dentro da Alemanha, principalmente a partir do surgimento de partidos radicais de direita como o Nazista, que vieram a lhe perseguir em virtude de sua religião judaica.
As violências contra os judeus e as perseguições particulares a Albert Einstein se intensificaram no início dos anos 1930 quando Adolf Hitler subiu ao poder. Sufocado pelas pressões e temendo por sua própria vida e pela segurança de seus familiares, Einstein demitiu-se da Academia Prussiana de Ciências em março de 1933. Imediatamente sua cidadania alemã foi cassada e seus bens materiais confiscados. Acuado, já havia fugido para os Estados Unidos.
Acolhido pelos norte-americanos, continuou suas pesquisas e lecionou no Instituto Tecnológico da Califórnia e no Instituto para Estudos Superiores de Princeton. Adquiriu a cidadania americana em 1940. Ao ser recepcionado nos Estados Unidos por uma multidão e por Charles Chaplin no início dos anos 1930, teria ouvido o seguinte comentário do célebre cineasta inglês: “Você vê, eles aplaudem a mim porque todos me entendem; a você eles aplaudem porque ninguém o entende”.
Durante toda a sua vida e principalmente nos anos em que morou nos Estados Unidos, Einstein demonstrou fortes convicções e sentimentos humanitários e democráticos. Jamais abdicou de seus direitos e de sua liberdade, morreu com simplicidade e humildade em 18 de abril de 1955, celebrizado como um dos maiores cientistas de todos os tempos.
1 J.L.Santos - Curitiba
Boa Tarde,João Luiz de Almeida Machado
Encontrei a sua página digitandoEinstein andando de bicicleta,venho perguntar se você sabe informar o nome do autor da foto onde vemos Einstein andando de bicicleta.Encontrei aquela foto pela primeira vez no livro: O universo numa casca de noz,que tambem não apresenta o nome do autor da foto.
Gostei da maneira como você apresenta os textos na sua página,agora que já sei o endereço virei visitálo mais vezes.
abraços,
J.L.Santos
16/01/2010 12:28:21
2 Angélica - Curitiba
Muito bom!
Fiquei pensando se o que impede a criatividade é a incapacidade de contemplar. Talvez esta tenha sido a grande genialidade do descubridos da teoria da relatividade.
Sou apaixonada por Albert Einstein.
17/02/2008 15:37:54
3 Charlene Domingues - São José dos Campos
Espero que goste.
18/04/2007 13:44:28
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