Resoluções para o Ano Novo - 17/01/2005
Em busca de um mundo melhor
Temos que sonhar e realizar um mundo melhor, onde prevaleça a compreensão, a tolerância, a solidariedade e, como conseqüência de tudo isso, a felicidade.
Já se passaram alguns dias da virada do ano, mas como nesse período estávamos curtindo alguns dias de férias, não foi possível refletir com a devida seriedade a respeito das mudanças para o ano que se inicia. Na verdade todos nós sempre pensamos em momentos de transição acerca de novos projetos, mudanças necessárias para melhorar nossas vidas em todas as suas instâncias, sejam as pessoais ou as profissionais.
O que, entretanto, poderíamos mudar? Particularmente no que tange as nossas atuações profissionais, que alterações poderiam ser feitas?
Uma das mais necessárias “viradas” é a necessidade de voltar a estudar. Fazer novos cursos. Freqüentar aulas de inglês, informática, espanhol. Entrar num curso de pós-graduação. Se inscrever em seminários, congressos e palestras. A motivação deve ser renovar o “guarda-roupas”, ou seja, tirar de lá todas as peças carcomidas por traças, mofadas e mal-cheirosas que provocam reações alérgicas a você mesmo e também a seus alunos e trocar por peças novas, de acordo com as cores da estação, vivas, alegres e atraentes.
Isso não significa, é claro, que o vestuário clássico que compõe o figurino de muitos de nossos trabalhos possa ser totalmente descartado. Não dá para abandonar os grandes mestres e suas obras imortais. É como imaginar que iremos jogar no lixo os discos dos Beatles ou que iremos descartar por completo as obras de Machado de Assis!
Não podemos ter medo de mudar. Abrir mão de certas práticas e adotar novos projetos a cada novo ano são medidas essenciais para a valorização de nosso trabalho. Sempre que possível tente “renovar o seu guarda-roupas”...
Temos que aprender e incorporar esses novos conhecimentos as nossas práticas, porém não devemos achar que tudo aquilo que constituímos anteriormente em nossas carreiras possa ser, simplesmente descartado por completo.
Uma outra importante modificação em relação aos anos anteriores deve ser em relação aos planejamentos. Temos que levar essa etapa de nossa profissão mais a sério. A elaboração de um projeto anual de trabalho deve ser feita de forma minuciosa, detalhada e, principalmente, devotada a obter, ao final, o que poderíamos produzir de melhor.
Não se atenham a realizações dos anos anteriores sem fazer releituras das mesmas. Até em casos de práticas bem-sucedidas, temos que lembrar que estamos lidando com novas turmas, as quais terão necessidades e perspectivas diferenciadas, que virão de famílias e realidades muito diversas. Busquem novos livros, filmes, materiais em jornais e revistas. Verifiquem a possibilidade de visitas a museus, centros de pesquisa, universidades, empresas, órgãos públicos,...
Diversificar para estimular e tornar nosso trabalho ainda melhor é parte das alterações que devemos propor para o novo ano que se inicia. Deve estar, com certeza, inserido nos planejamentos que fazemos em nossos primeiros dias de volta das férias.
Use a literatura como apoio. Pegue uma carona na rica produção de nossos músicos. Apóie-se nas boas ondas da Internet (para isso não se esqueça de consultar nossas Dicas de Navegação). Promova encontros entre os estudantes e profissionais de outras áreas. Realize simulações e dramatizações. Gravem programas da televisão e utilizem trechos dos mesmos em sala de aula. Há muitas e muitas opções para renovar seu arsenal de recursos e métodos.
Atualização é indispensável. Faça novos cursos. Leia muitos livros, jornais e revistas. Vá ao cinema e ao teatro. Visite exposições e museus.
Para realizar essa tarefa de diversificação temos que melhorar nossa própria capacidade de pesquisa. Isso significa que teremos que prestar mais atenção no que lemos, vemos, conversamos, contemplamos ou pensamos. Vá a biblioteca mais próxima, veja o acervo disponível, descubra as possibilidades disponíveis para utilizar em seu trabalho. Acompanhe os lançamentos no cinema, teatro e locadoras. Assista filmes e peças que tenham algum potencial de utilização em aula. Anote as exposições que estão sendo lançadas nos museus mais próximos e vá visitá-las para verificar se podem ser utilizadas como referências...
Estimulem a comunicação a respeito de tudo aquilo que propuser como projeto a ser desenvolvido em suas aulas. Peçam aos alunos que escrevam a respeito ou que gravem (em áudio ou vídeo) comentários sobre os materiais lidos, assistidos e produzidos. Produzam artisticamente painéis, quadros, entalhes, esculturas, mosaicos, mapas e fotografias. Temos falado muito e escutado pouco. A voz do aluno deve ser ouvida a partir do momento em que ele é o nosso foco, o centro das nossas atenções.
Ao ouvir os estudantes, não se atenham apenas aos conteúdos, busquem a voz que vem do coração. Entendam as eventuais críticas (se bem fundamentadas e baseadas em argumentos sólidos) como possibilidades de melhorar seus planos. Agradeçam os elogios obtidos, mas tenham sempre em mente que, apesar do sucesso, a humildade e a possibilidade de melhorar devem estar sempre em nossos horizontes.
Estenda sua mão. Seja solidário. Ajude aqueles que precisam. Visite Asilos, faça donativos, participe da campanha da fome, ajude a salvar a flora e a fauna, alfabetize...
Veja seus alunos, colegas de trabalho e membros da comunidade como aliados, mesmo que muitas vezes alguns deles pareçam estar “remando contra a maré” (essa atitude também pode reforçar nosso trabalho na medida em que nos faz repensar expedientes e práticas que muitas vezes consideramos prontas e acabadas, mas que necessitam de revisões). Tentar estabelecer um ambiente em que prevaleça a amizade, o entendimento, a tolerância às diferenças e a seriedade profissional é dever de todos.
Estimular a solidariedade é mais que uma resolução de ano novo, deve ser um ponto de partida a cada novo dia de nossas vidas. Tentem engajar seus estudantes e a comunidade na realização de projetos que auxiliem pessoas carentes. Promovam visitas a asilos, hospitais, centros de atendimento a crianças órfãs, locais que trabalham com deficientes. Realizem coletas de agasalhos para doar no inverno, livros para reforçar o acervo da biblioteca municipal, donativos para ajudar regiões abaladas por acidentes naturais, alimentos para combater a fome nas regiões mais carentes de nosso país,...
Não forcem ninguém a participar de nada. A atuação deve ser voluntária. A solidariedade e a compaixão devem brotar espontaneamente do coração de cada pessoa.
Para finalizar, pensem sempre que o maior de todos os nossos planos e projetos deve ser tornar esse mundo melhor. Queremos apenas que a felicidade seja o objetivo maior. A expressão maior de nossa existência humana é a satisfação, o regozijo, a alegria incontida. Dizem os especialistas que quem trabalha em prol do bem-estar de outras pessoas, independentemente do que possa obter em troca dessa livre manifestação de solidariedade, vive mais e muito melhor...
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