De Olho na História
João Luís de Almeida Machado é consultor em Educação e Inovação, Doutor e Mestre em Educação, historiador, pesquisador e escritor.

Algumas histórias do Natal - 22/12/2004
As origens da maior festa cristã do mundo

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A tradição das árvores de Natal é mais antiga que o surgimento da celebração cristã,
remontando a práticas adotadas por povos como os babilônios e os persas.

As influências pagãs

Muitas das tradições do Natal surgiram antes do nascimento de Cristo. Práticas tais quais a de dar presentes, entoar cantigas de natal indo de casa em casa (muito comum nos Estados Unidos), a realização de ceias natalinas e as próprias procissões religiosas são tão antigas quanto a civilização mesopotâmica. Alguns povos da Mesopotâmia, por exemplo, acreditavam que seus deuses (entre os quais o principal era Marduk) lutavam contra as forças do Caos.

Para auxiliá-los no confronto com o Mal, realizavam festas que duravam aproximadamente 12 dias justamente na virada do ano, período esse que coincide com a época do Natal. Além da coincidência quanto aos períodos, os estudiosos percebem proximidades e influências em virtude da referência a luta entre o bem e o mal e também ao sacrifício que o rei desses povos deveria fazer para honrar e lutar ao lado dos deuses. Não era um sacrifício qualquer, esses reis deveriam abrir mão de suas próprias vidas...

Para atenuar os efeitos do sacrifício, foi criada a idéia da encenação que deveria ser realizada justamente nessa época do ano. Ao invés de se submeterem a esse martírio, os reis propuseram que criminosos fossem utilizados para realizar seu papel. Para isso, durante um dia esses marginais seriam tratados como autênticos reis e, no final das celebrações, seriam mortos...

Festas semelhantes também eram realizadas na Babilônia e na Pérsia. A troca de papéis entre escravos e senhores era parte comum dessas festividades. Isso nos leva a lembrar a cerimônia da lavagem dos pés realizada por Jesus e seu compromisso com os pobres e humildes.

Acender fogueiras e reunir familiares e membros da comunidade ao redor das mesmas para espantar os maus espíritos era, por sua vez, prática comum entre os povos da Escandinávia. Através desses rituais esses povos oravam pelo retorno da primavera e do verão, épocas de fertilidade dos solos e fartura alimentar. Um dos símbolos dessa celebração consistia na prática de amarrar maçãs as árvores próximas do local onde se acendiam as fogueiras. Talvez esse seja o ancestral mais distante daquilo que hoje conhecemos como árvores de Natal.

A reminiscência mais aproximada das festividades do Natal cristão, de acordo com estudiosos é, no entanto, a festa romana conhecida como Saturnália. Essa proximidade se dá por conta da época do ano em que era realizada (entre o final do mês de dezembro e os primeiros dias de janeiro). Essa festa incluía grandes refeições, visitas a parentes e amigos e a troca de presentes... Além disso, os romanos decoravam árvores com velas acessas e faziam guirlandas para enfeitar suas casas.

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Uma das poucas certezas dos especialistas a respeito do nascimento
de Cristo é que ele não aconteceu em 25 de Dezembro...

O dia do nascimento de Cristo...

Uma das datas mais celebradas ao redor do mundo, o dia 25 de dezembro não é, de acordo com estudiosos e especialistas, aquele em que realmente nasceu Jesus Cristo. Uma das evidências utilizadas para explicar esse fato está nos registros da própria Bíblia, mais precisamente nos relatos de Lucas, onde ficamos sabendo que pastores estavam trabalhando nos campos durante a noite em que Jesus nasceu.

Como esses historiadores chegaram a essa conclusão?

Ao identificarem as condições climáticas da região onde ocorreu o nascimento de Cristo e perceberem que no mês de dezembro faz muito frio durante as noites, esses pesquisadores concluíram que seria pouco provável que os pastores estivessem fora de suas casas, desabrigados. O mais provável, de acordo com esses estudos e tomando por base os relatos de Lucas a respeito dos pastores, é que o nascimento de Jesus tenha ocorrido entre março e maio.

Outro fator complicador para a plena definição de uma data aproximada do nascimento de Cristo diz respeito ao fato de que a maior parte dos cálculos realizados para a definição do calendário base da Igreja Católica foram feitos ainda durante a Idade Média. O maior interesse dos religiosos de então era institucionalizar completamente a Igreja Católica e a formalização dessa aceitação entre os reinos que se compunham no cenário posterior à queda do Império Romano do ocidente dependia da fixação de diretrizes e bases fixas, como um calendário festivo espiritual.

O estabelecimento desse calendário fixo e sua consolidação ao longo das décadas subseqüentes acabou sacramentando para os cristãos do mundo todo várias datas como sendo definitivas, entre as quais, por exemplo, o 25 de dezembro como o nascimento de Jesus.

Outra polêmica a respeito dessa celebrada data diz respeito ao ano de nascimento de Cristo. Há controvérsias entre os historiadores quanto ao ano exato de nascimento. A única certeza é que o advento do messias cristão não se deu no ano I como acreditam milhões de fiéis ao redor do planeta. Os estudiosos fixam como data mais provável para esse acontecimento algum período entre os anos VI e IV a.C.

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A imagem que conhecemos mundialmente como Papai Noel foi
profundamente influenciada por artistas norte-americanos.

De onde veio Papai Noel?

A figura conhecida mundialmente como Papai Noel (ou Santa Claus, em inglês) tem como base um bispo do século IV, Nicolas de Mira (atual Turquia), reconhecido por sua extrema bondade e carinho, especialmente pelas crianças.

Através de suas práticas de ajudar os menos favorecidos ou ainda de doar seu tempo através de ações que beneficiavam a todos, sempre com boa vontade e disposição, acabou cunhando o modelo que todos nós atualmente reconhecemos através de cartões, publicidade, televisão, cinema,...

A versão americana do Papai Noel, importada da Europa, segundo algumas pessoas seria derivada de uma lenda holandesa, trazida para o Novo Continente pelos colonos que se estabeleceram em Nova Iorque ainda no século XVII. A consolidação dessa imagem se deu, porém, somente a partir do século XIX, com a publicação do poema “The Night Before Christmas” (A Noite Antes do Natal), de autoria de Washington Irving.

A imagem conhecida por todos, foi por sua vez, popularizada mundialmente a partir de um modelo criando na segunda metade do século XIX pelo desenhista da revista Harper’s, Thomas Nast. Esse habilidoso profissional deu vida, através de seus desenhos, a oficina de Papai Noel no Pólo Norte e também a lista de crianças que teriam praticado boas e más ações ao longo do ano. Os modelos que conhecemos atualmente derivam de seus trabalhos, mas foram francamente influenciados por versões criadas na década de 1930 para ilustrar propagandas da Coca-Cola.

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4 COMENTÁRIOS

1 RONDINELE MARCOS DA SILVA - SALVADORBA
MUITO BOM ESSA MENSAGEM SOBRE Á HISTORIA DE PAPAI NOEL , TEM ALGUM LIVRO QUE POSSO MIM APROFUNDAR MAIS .
04/12/2008 13:57:04


2 Paulo Veras - São Paulo
Muito interessante este link.... são muitas informações interessantes. Ilustra muito bem a história com os relatos bíblicos.... Parabéns!!!!
24/12/2007 10:41:59


3 anderson - campina grande
adorei o site
11/12/2007 14:33:44


4 Maria Augusta Gadelha - Pedro Velho - Rio Grande do Norte
Muito interessante este texto porque retrata a verdadeira história do surgimento da figura do papai noel, mesmo porque, sabemos que no Natal este símbolo é muito utilizado para fins comerciais e seria interessante que as pessoas conhecessem para entender que até na verdadeira história do papai noel, a essencia mesma das comemorações natalinas é a distribuição do amor e dacompaixão entre os homens.
15/11/2007 11:45:12


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