A Semana - Opiniões
Luis Antonio Namura Poblacion Engenheiro Eletrônico pelo ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica e tem especialização em Marketing e Administração de Empresas e MBA em Franchising pela Louisiana State University e Hamburguer University – Mc Donald´s. Atualmente é presidente do grupo Vitae Brasil, empresa que conta com mais de 1200 funcionários em três divisões, a Planneta, a Salute e a Solum. Com um portfólio crescente de produtos e serviços, contemplando soluções nas áreas de educação, saúde e meio ambiente.

A educação como ferramenta da emancipação feminina - 08/03/2018
Luis Antonio Namura Poblacion

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direitos conquistados, luta pela igualdade

Em 1838, na sociedade fortemente patriarcal, escravagista e oligárquica do Segundo Império, na qual a mulher, mesmo pertencendo à elite dominante, tinha um papel subalterno e de submissão, a escritora Nísia Floresta (pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, 1810-1885) abriu a primeira escola para meninas no Brasil. No “Colégio Augusto”, as meninas aprendiam gramática, escrita e leitura do português; francês e italiano; ciências naturais e sociais; matemática; música e dança. As ideias libertárias de Nísia se inspiravam na escritora inglesa Mary Wollstonecraft, do século 18. Ao enfocar a perspectiva de autonomia feminina com base na educação, Nísia tornou-se a precursora brasileira da luta pelos direitos da mulher. A luta pela educação abriu caminho para outras lutas – pelo voto feminino, por salários iguais e contra a violência doméstica.

Hoje, 180 anos depois da fundação do “Colégio Augusto”, quando comemoramos mais um Dia Internacional da Mulher, a perspectiva apontada por Nísia Floresta – a educação como meio para a conquista da igualdade de gênero – continua sendo fundamental para a emancipação feminina. De lá para cá, o papel das mulheres na sociedade brasileira mudou muito graças à educação e a inserção feminina no mercado de trabalho, com a conquista de espaço em setores tradicionalmente destinados aos homens. Mas esse avanço ainda não se refletiu plenamente na economia brasileira. Hoje no Brasil, as mulheres representam 57% da População Economicamente Ativa (PEA), mas apenas 36% delas estão empregadas. E o salário das mulheres representa em média 85% do salário dos homens, independentemente da jornada de trabalho e do nível de escolaridade. E o pior, muitas mulheres cumprem jornada dupla, trabalhando fora e depois cuidando da casa e dos filhos. Sem contar que, apesar de avanços como a Lei Maria da Penha, os índices de violência contra a mulher são indecentemente altos no Brasil.

Acreditamos que só um aprofundamento dessa opção pela educação como instrumento de emancipação, de “empoderamento” feminino poderá mudar essa situação. As instituições educacionais são aquelas que ainda estão em melhores condições de garantir uma educação democrática, difundindo, entre outros valores, o de igualdade de gênero. Também é preciso criar uma cultura escolar nessa direção, supervisionando os currículos e os materiais pedagógicos, assegurando a igualdade de gênero na tomada de decisões e aumentando a porcentagem de mulheres em cargos de responsabilidade e de chefia.



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