Carpe Diem
João Luís de Almeida Machado é consultor em Educação e Inovação, Doutor e Mestre em Educação, historiador, pesquisador e escritor.

Dias de Criança - 11/10/2017
João Luís de Almeida Machado

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crescimento, inseguranças, medos, dores e alegrias

Celebramos todos os anos, o Dia das Crianças, no dia 12 de outubro. As crianças, no entanto, têm ao longo da infância todos os dias para viver sua candura, meninice, brincadeiras, aprendizados, crescimento, inseguranças, medos, dores e alegrias. Festejar a infância num dia apenas guarda o simbolismo daquilo que os pequenos podem nos ensinar, no entanto, é importante fazer com que reverberem os dias de criança por toda a vida dos adultos que um dia serão. Neste artigo trazemos alguns pensamentos de grandes sábios, homens e mulheres que realizaram prodígios na educação, literatura, ciência e esporte, a abordar a infância, a falar sobre as crianças e, com suas frases, nos ajudar a entender a importância desta etapa da vida para todos e cada um de nós. Confira a seguir estes pensamentos e a ponderação que trazemos sobre tais ideias.


"De todos os presentes da natureza para a raça humana, o que é mais doce para o homem do que as crianças?" (Ernest Hemingway)


Há sempre a perspectiva do novo no nascimento de uma criança. E isso se associa a sua pureza e doçura. E cabe as famílias fazer isso florescer e se tornar realidade. As crianças carregam a esperança de dias melhores, nos quais prevaleçam a verdade, o entendimento, a tolerância e o respeito, conforme traduzido pelo grande escritor norte-americano Ernest Hemingway quando ele menciona como são doces as crianças para o mundo em que vivemos.


"Quando vejo uma criança, ela inspira-me dois sentimentos: ternura, pelo que é, e respeito pelo que pode vir a ser." (Louis Pasteur)


O cientista Louis Pasteur complementa Hemingway ao retomar a ideia da doçura, aqui traduzida pelo vocábulo ternura, ao demonstrar que destas crianças emergirá o amanhã, surgirão futuramente os jovens, adultos e idosos e, como, se devidamente regada a semente, exposta em medida apropriada ao sol, usufruindo de solo fértil e dos necessários cuidados, venham a se tornar pessoas do bem e de respeito.


"Na infância bastava o sol lá fora e o resto se resolvia" (Fabrício Carpinejar)


Numa frase simples e objetiva, de rara beleza, o poeta Fabrício Carpinejar nos ensina ainda mais sobe as crianças e a infância ao pontuar que, para a vida ser feliz, os raios de sol já seriam suficientes. Os brinquedos mais simples, aqueles que fazemos com latas, folhas de papel ou jornal, batatas ou meias, demonstram que o máximo da sofisticação é mesmo a simplicidade, como já nos ensinava Leonardo Da Vinci, coisa que as crianças certamente já sabem...


"Segure a mão da criança que há dentro de você. Para ela nada é impossível." (Paulo Coelho)


Dizem alguns mais velhos que precisamos colocar freios nas crianças pois sem medidas como são, literal e fisicamente, podem voar... Paulo Coelho, celebrado escritor brasileiro, traduz nestas linhas o quanto temos, na verdade, que aprender com a impetuosidade das crianças, em seu destemor, para que não sejamos no futuro, adultos encolhidos, amedrontados, incapazes de ter iniciativa, limitados e sem forças para desafiar o impossível e, como as crianças, alçar voo...


"Porque as perguntas realmente sérias são apenas aquelas que uma criança pode formular. Só as perguntas mais ingênuas são realmente perguntas sérias." (Milan Kundera)


Porque o céu é azul? Onde fica pendurada a lua? O escuro e a luz se escondem em que lugar para que um e outro apareçam? Quem nunca ouviu ou fez perguntas como estas não foi criança ou não convive com elas. Sua grande sabedoria, proveniente de sua inocência e simplicidade é o que destaca o célebre escritor Milan Kundera. Adultos complicam demais as coisas e se afastam daquilo que é mais objetivo e direto, esquecendo-se de sua infância e abandonando as perguntas que realmente importam ou, pior ainda, fechando seus ouvidos e corações ao que lhes questionam os pequenos...


"Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons." (Carlos Drummond de Andrade)


Os sabores da vida, aqueles inesquecíveis, como o bolo de fubá da avó ou o sorvete de groselha inesquecível que somente encontrávamos na tradicional sorveteria nas férias de verão ficam gravados para sempre na mente das crianças. E não somente delas, também dos idosos, como nos lembra Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos. A infância e a velhice são períodos em que as linguagens se aproximam, quando o que é mais valioso de fato, como as amizades, a família, as pequenas coisas da vida, fazem real sentido...


"A inteligência de uma criança observa amando e não com indiferença, é isso que a faz ver o invisível" (Maria Montessori)


Quando adultos a imaginação parece sair de cena, a não ser quando levamos no peito o espírito da infância, como autênticos personagens da saga de Peter Pan. Ver aquilo que é invisível, no entanto, como destaca a grande educadora italiana Maria Montessori, só é possível para quem, como as crianças, observa e percebe o mundo ao seu redor não somente com os sentidos, mas, verdadeiramente, com o coração, com sentimentos em relação ao que vivencia, o que, na frieza do mundo adulto, tantas vezes a muitos escapa...


"Por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa." (Emilia Ferreiro)


Para a pedagoga argentina Emilia Ferrero, as crianças são protagonistas e não meros espectadores no mundo em que vivemos e é de fundamental importância que sejam estimuladas para assumir os papéis que lhes cabem como atores principais na história de si mesmos, de suas coletividades e de todo o universo. Tudo isso, é claro, começa com uma infância feliz, arejada, na qual sejam estimuladas, se sintam realizadas, aprendam a viver com as frustrações, saibam dividir, compartilhem tal protagonismo...


"Se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar. Devemos respeitar e educar nossas crianças para que o futuro das nações e do planeta seja digno." (Ayrton Senna)


O eterno campeão de Fórmula 1, Ayrton Senna, encerra nossa celebração da infância destacando que para termos um amanhã melhor, digno e ético, compete a todos zelar para que as crianças tenham acesso à educação e a cultura e que sejam plenamente respeitadas. Cuidar da infância com carinho, atenção, oferecendo as melhores condições para que as crianças possam ter acesso ao conhecimento, ao lazer, a saúde, a boa alimentação, a higiene e a uma vida sem violência, na qual prevaleçam os melhores valores e a tolerância, é o mínimo a ser feito por todas e cada uma das crianças.



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