A Semana - Opiniões
Marisa Ester Rosseto Diretora Educacional do Colégio Marista Arquidiocesano

O papel da escola na celebração da Páscoa - 13/04/2017
Marisa Ester Rosseto

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celebração ecumênica, Educação Infantil, Ensino Médio

Sabemos que a Páscoa é a celebração mais importante para os cristãos e, por extensão, para nós que atuamos em escolas confessionais católicas. Não se trata, portanto, de uma data qualquer. A importância reside justamente no acontecimento que tal data marca. O mesmo talvez sirva para pensarmos nas outras datas que atravessam os calendários escolares. Datas que marcam importantes aspectos da história local e nacional. Datas que, de alguma maneira, encontramos em nossas vidas cotidianas por indicarem nomes de ruas, praças, parques, bairros e, também, em nossos tempos vividos, pois marcam feriados, por exemplo.

O que está em jogo aqui é justamente a construção de significados em torno de tais marcadores. Assim, busca-se produzir sentidos a respeito de tais datas e fatos e não a mera memorização dos acontecimentos. Eis a diferença da escola na vida das crianças!

Então, as perguntas que compartilho com você, leitor, são: “Qual o significado de celebrar a ressurreição de Jesus?” e “De que forma essa comemoração pode ser feita de modo a retomar o que é ser cristão, o que é comungar (tomar em comunhão), o que é servir e de que modo podemos fazer essa nova aliança com Deus?”.

Não temos todas as respostas, mas acredito que projetos pedagógicos que contemplem os conceitos de doação e de partilha sejam alternativas eficazes. Projetos que insiram as crianças e os jovens na realidade em que vivem e que querem ver mudada.

Neste sentido, apenas para dar um exemplo, a disciplina de Ensino Religioso que agrega e que traz diferenciais pode trabalhar a temática da Páscoa a partir dos valores da espiritualidade, com a utilização de símbolos. Entrar no tema a partir da ótica das culturas é uma possibilidade para as crianças da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, por exemplo, justamente porque os símbolos, de certa forma, promovem a construção dos significados e não a sua mera descrição, e tal movimento contribui para que a criança amplie as possibilidades de conhecer algo, de se expressar sobre algo.

Em uma escola que tem assumido cada vez mais papeis, também o eixo da solidariedade é destacado e demandado pelos familiares. Fazer campanhas de arrecadação de ovos de páscoa, deixando de estimular o consumo desenfreado, é uma excelente ideia. Promover debates com os jovens do Ensino Médio sobre o que entendem da Páscoa, sobre o significado e a ressignificação da data, promover uma celebração com colaboradores, partilhando o pão, significa reassumir um compromisso de esperança.

Com isso, insistimos e investimos na importância de ampliar as temáticas abordadas na escola de modo a inserir cada vez mais as crianças e os jovens no mundo em que vivem, possibilitando leituras da realidade e a proposição de intervenções para que a vida se realize de modo cada vez mais pleno. Isto faz da escola um lugar de pluralidade e de multiplicidade de posições e de modos de ver e de pensar. Uma forma de ser e estar no mundo em que prevaleça a ética e o cuidado com o humano, essa criação divina.



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