Empreendedorismo como mola propulsora - 23/01/2017
Wanda Camargo
O ambiente de negócios e de empregos vive uma era de incertezas, muitas empresas sólidas corresponderam à previsão de Karl Marx e desmancharam no ar, os antigos empregos “para toda a vida” estão em extinção até no setor público. É a hora do empreendedor.
“Startup” (literalmente levantar, começar) tornou-se quase sinônimo de pequenas empresas iniciantes, lançadas com pouco capital e muitas ideias. Aplica-se muito a empreendimentos que têm a internet como base, mas pode ser de qualquer ramo de atividade que possibilite um plano de negócios flexível e criativo, bem ao gosto da atual geração.
A expressão “educar para a vida” pode ter se tornado um tanto gasta mas define com perfeição o que é, ou deveria ser, um dos principais objetivos das instituições de ensino. E este objetivo inclui dar ao educando as melhores condições de viver em seu tempo e em seu mundo. As boas escolas, as que preparam o aluno para a vida plena e produtiva e não apenas para o desempenho de algumas funções, valorizam o empreendedorismo em seu processo educacional.
Apenas com a atuação conjunta de muitos e bons profissionais com espírito empreendedor, pode-se provocar uma verdadeira transformação social, gerar oportunidades e prosperidade. Formar estes cidadãos é tarefa fundamental em particular das instituições de ensino superior, e para isso contribuem, além das disciplinas específicas e das práticas profissionais e de estágio, muitas outras unidades e projetos extensionistas.
Empreendedorismo hoje é conceito atrelado aos de inovação e sustentabilidade, pilares da educação de qualidade. Não é mais concebível a ideia do empreendedor predador do patrimônio público, cultural e ambiental das futuras gerações, tampouco a do mero reprodutor de ideias prontas. Educação dentro dos mais estritos preceitos da sustentabilidade permite a todo ser humano uma perspectiva de futuro, de preservação do planeta e da vida, ainda que escola já tenham sido considerada “o lugar do conhecimento herdado”.
Muitas são as unidades das instituições educacionais preparadas para este desafio, como na cooperação internacional, ao estimular o aluno ao contato com novas culturas, outros idiomas, formas originais de resolver velhas questões, com certeza produzindo novos significados, promovendo autossuficiência e despertando a criatividade. Ter muitas instituições conveniadas certamente aumenta o leque de escolha do aluno, para que possa ter contato com o estado da arte da profissão a que seu curso prepara.
Um curso de Direito que implanta eficiente núcleo de práticas jurídicas, um curso da área de Saúde que atende à comunidade, enfim todo curso que estimula a atividade voluntária, que coloca seu educando em contato com a realidade social e econômica regional, certamente também contribui para o empreendedorismo, pois nestas ações oportunidades são criadas para que soluções sejam pensadas e desenvolvidas com maior intensidade e relevância.
Ao lado das discussões teóricas e análises detalhadas de cases de sucesso em cada área do saber, que representam o passado, cujo conhecimento evita que erros sejam novamente cometidos, é importante a simultaneidade do olhar sobre o presente, sobre o real, sobre as mazelas e prováveis acertos do mundo em que se vive, pois apenas assim se pode arquitetar um bom futuro.
Solidariedade pode ser praticada, e bons professores tem esta meta bem definida, qualquer que seja sua disciplina. Ninguém é empreendedor sozinho, isolado e sem convivência social.
A escola despreparada para esta nova realidade certamente deixará de cumprir não apenas suas responsabilidades de ensino, mas também da pesquisa e principalmente da extensão, o tripé essencial para contribuir no desenvolvimento do país.
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