15/9/2004 - As eleições estão chegando... - 15/09/2004
O que não fazer na hora de votar!
- Não vote em candidatos que prometem cuidar da cidade e mantê-la limpa e organizada se o discurso não for condizente com a prática. Como saber? Fácil, basta encontrar santinhos, faixas e outras formas de propaganda utilizadas por esses mesmos políticos espalhados pelas ruas, sendo engolidos pelas bocas de lobo, atrapalhando a leitura de placas ou a visualização de semáforos ou ainda amontoados em postes de iluminação.
- Esqueça os políticos que só se lembram de você nos períodos eleitorais. Aqueles que, em virtude do calor da campanha estão nas ruas, apertando as mãos de todo e qualquer transeunte, mesmo daqueles que fingem desconhecer em situações corriqueiras em períodos em que não há esse interesse específico. Se essas pessoas só estão se lembrando de você agora, muito dificilmente irão recordar-se de seus eleitores quando estiverem ocupando seus cargos públicos...
- Feche as portas para os concorrentes que se mostram totalmente despreparados para o exercício das importantes funções públicas reservadas a prefeitos e vereadores. Há candidatos que desconhecem os problemas fundamentais dos municípios, mal sabem ler e escrever e que procuram nos cargos aos quais estão concorrendo, um ‘emprego’ fácil, de grande prestígio e status social e, principalmente, de vencimentos polpudos que podem ser aumentados a partir de conchavos políticos feitos por eles mesmos...
- Não permita que a cidade onde mora fique pelos próximos quatro anos nas mãos de pessoas que não sabem o que é um projeto em prol da coletividade ou o que significa exercer um mandato público em nome da comunidade. Despreze aqueles candidatos que se mostram ávidos a falar a respeito das virtudes que não tem. As qualidades dos políticos que devem ser eleitos fazem parte de uma prática cotidiana, continuada, verificada não apenas quando esse cidadão se tornou candidato ou se elegeu para um cargo na municipalidade. O interesse pelo exercício de serviços em benefício da comunidade deve existir muito antes de qualquer filiação partidária ou campanha em busca de votos.
A escolha de candidatos para ocupar cargos do legislativo é tão importante
quanto
a seleção
de representantes para o executivo. Os dois poderes se auxiliam e se fiscalizam,
de nada adianta
ter um bom prefeito e uma câmara municipal com vereadores despreparados
ou interessados apenas em benefícios para si mesmos.
- Jamais vote em candidatos apenas por que eles pagaram uma rodada no bar que você freqüenta, se comprometeram a ajudar financeiramente com a reforma da sua casa, vão dar um jogo de camisas para o time do bairro ou pelo fato deles serem amigos, conhecidos ou parentes. Examine atentamente as propostas. Verifique os antecedentes do candidato. Perceba se aquilo que está escrito nos planos desse político é coerente com o discurso do mesmo ou com as possibilidades do município em que reside (não adianta nada um projeto em que seja prevista a construção de uma enorme quantidade de casas com base no orçamento municipal se as verbas anualmente disponíveis para tal setor forem reduzidas, isso mostra descompasso com as possibilidades do município e desconhecimento de causa pelo candidato).
- Honestidade é muito mais que uma qualidade a ser procurada em candidatos a cargos eletivos, é um princípio de vida. Ao votar num determinado político veja se ele é idôneo, responsável, se tem o nome limpo (sem processos ou dívidas), se é um profissional respeitado, se é estimado pela família e pelos amigos, se tem à consideração da vizinhança, se respeita o meio-ambiente, se trata bem os animais,...
Participe de comícios, leia as propostas dos candidatos em seus panfletos, ouça os programas no rádio
e veja os veiculados na televisão. Todas essas atitudes podem ajudar na escolha consciente
dos
melhores candidatos.
Não vote sem ter informações que lhes dêem certeza de seus posicionamentos.
- Procure saber de que forma os candidatos estão financiando suas campanhas. Descubra se estão fazendo esse esforço a partir do próprio bolso ou se são financiados por terceiros. Em caso de investidores externos, quais os interesses desses parceiros ao financiar a campanha desses candidatos? Políticos com ‘rabo preso’ podem comprometer (e muito) o desenvolvimento de sua cidade...
- Pessoas arrogantes que em virtude de se candidatarem subitamente se tornam simpáticas não merecem sua confiança. Se elas foram capazes de se mostrar tão capazes de mudanças apenas para conseguir seu voto, omitindo seus defeitos e iludindo os eleitores, que tipo de negociatas seriam capazes de fazer uma vez tendo sido eleitas? Seu candidato deve ser uma pessoa que é capaz de sustentar posições, de discutir alternativas, de ter personalidade para fazer suas escolhas e opções e de ser sempre uma pessoa vinculada aos interesses da coletividade e não de grupos específicos ou de si mesmo.
- Candidatos que não se dispõem a trabalhar em torno das questões sociais (educação, saúde, saneamento, transporte público, habitação,...), do investimento em cultura (oficinas culturais, esporte, lazer, bibliotecas, filmotecas,...) ou que não mencionem esforços para trazer novas empresas e empregos para o município não podem ser levados em consideração pelos eleitores. E não basta simplesmente colocar tudo isso nos panfletos, é necessário ter um projeto que seja executável, plausível e de acordo com as possibilidades da cidade onde você vive. Para tanto o político tem que conhecer o município, suas carências, suas qualidades, seu povo. Isso significa que ele deve ter percorrido os bairros, conhecido as lideranças, discutido os problemas, estudado possibilidades de solução. Não é trabalho fácil, exige pessoas muito qualificadas. Tenha sempre isso em mente.
Leia os jornais, busque notícias na internet, saiba da corrida eleitoral pelas revistas de informação,
converse com seus amigos, oriente-se em busca de informações que o auxiliem na escolha
dos melhores candidatos.
Sua cidade agradece. As gerações futuras também!
- Pergunte a cada candidato que vier abordá-lo o que significa a palavra “ética”. A resposta que você ouvir vai definir se você deve ou não votar nesse político. Se ele não souber, admitir que desconhece e que vai procurar o sentido num dicionário ou com uma outra pessoa, ele merece alguma consideração pela honestidade, mas o fato de não saber o mostra despreparado para o exercício da função no presente momento. Se ele não sabe e responde mesmo assim, tentando enganá-lo, descarte qualquer possibilidade de votar nesse ‘espertinho’ nessa ou noutra eleição. Se ele responder com correção, estenda a conversa e lhe pergunte sobre seus princípios e práticas, se for perceptível coerência entre o que se fala e o que se faz, dá para considerar a possibilidade de votar no candidato. Se você facilmente notar incoerências, não desperdice mais seu tempo e descarte a possibilidade de votar nesse sujeito. Mas não se precipite, busque informações com conhecidos que possam dar referências sobre qualquer político antes de definir seu voto!
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