Bullying: Violência disfarçada de brincadeira - 13/04/2016
Letícia Galli Wilde
O bullying é um dos problemas mais persistentes nas escolas do século XXI. A palavra bullying é derivada da palavra inglesa “Bully” que significa- em tradução literal, valentão.
Escolas do mundo todo sofrem com essa presença de “valentões” – o que não é diferente no Brasil, que utilizam da força física, inteligência e/ou popularidade para excluir e denegrir aqueles que estão fora do padrão imposto por estes Bullys.
De acordo com a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA), 28% dos estudantes do ensino fundamental já forram vítimas de bullying e destes, 15% sofriam agressões constantes. As taxas de violências ocorridas na escola continuam crescendo. O Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Bullying Escolar promoveu uma pesquisa que analisou a ocorrência de casos de bullying na escola, cujo resultado foi preocupante. Cerca de 45% dos estudantes já foram vítimas, agressores ou ambos.
É importante lembrar então que, as vítimas, podem sim, tornarem-se agressores – uma maneira de extravasar a violência sofrida se vingando daqueles que são “excluídos” como eles.
Para que possamos entender melhor sobre esse assunto, é necessário que relembremos as subcategorias da violência escolas. Podemos dividi-las em pelo menos três principais – violência física, verbal, psicológica/moral, material, sexual e negligência. Todas estas são de total preocupação, mas a que mais chama atenção é a negligência.
Negligencia, de acordo com o dicionário online, significa: desleixo, descuido, falta de zelo, desatenção, desdém, etc.
Podemos então presumir que neste caso se torna negligente a criança/professor/gestor que vê uma criança sofrendo bullying e não tomam nenhuma atitude. Esta pessoa pode ser considerada autor de uma violência grave.
Bullying é um dos grandes problemas da escola, por seu amplo contato com vários tipos de violência, e nós como educadores, participantes do corpo docente da escola, devemos para a omissão desta “brincadeira de mal gosto” – pois brincadeira é somente quando ambas as partes se divertem, e começarmos a coloca-las no patamar de extrema importância de resolução. Deixando de negligenciar ajuda a quem precisa, tanto para a instituição, sociedade e crianças – desenvolvendo-se integralmente como pessoa, através de projetos que tragam mudanças significativas e transformadoras.
Referências:
SILVA, A. B. B. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.
Brasil (1998). Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais, temas transversais: Ética, pluralidade cultural. Secretaria de Educação Fundamental, Brasília, DF: MEC.
Fante, C.A.Z. (2005). Fenômeno bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas:Verus
Luck, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências.Curitiba: Editora Positivo, 2009.
ABRAPIA:Childhood: pela proteção da infância – Dados do disque direitos humanos. Disponível em: < http://www.childhood.org.br/numeros-da-causa >. Acesso em: 02 abr. 2016.
CEMEOBES. Acompanhamento Constante. Disponível em: http://www.cemeobes.com.br/.Acesso em: 28 de mar. 2016.
# Meu filho está mordendo os amiguinhos. E agora?
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