Ensino de Línguas
Kátia Valle  Schools and Exams Product Marketing Manager da Cambridge University Press – Graduada em Letras Inglês/Português pela USP, com certificações de Cambridge Language Assessment (CELTA, CAE); inúmeros cursos de especialização no Brasil e exterior dentro da área de ensino/aprendizagem da Língua Inglesa e extensa vivência no mercado de publicações de Língua Inglesa como língua estrangeira para falantes de outras línguas.

Como os erros podem potencializar o aprendizado do inglês? - 28/01/2016
Kátia Valle

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placa indicando certo e errado

A sabedoria popular diz que o ser humano aprende e evolui com seus próprios erros. Desde a infância nosso crescimento é pautado por tentativa e erro, conforme percebemos que determinada ação não trouxe o resultado esperado, mudamos de estratégia e desenvolvemos um novo caminho para atingir o objetivo em questão.

Pensando nesta constante cadeia evolutiva, a Universidade de Cambridge, através de sua editora, idealizou uma ferramenta digital que aplica este princípio à linguagem. Por meio de um software, é realizada a pesquisa, processamento, análise e o fornecimento de evidências de como a língua inglesa é utilizada em sua forma escrita ou falada, em diferentes partes do mundo.

Os resultados impressionam e podem contribuir positivamente para que alunos e professores tenham maior assertividade em seus programas de estudo e ensino. Além disso, as informações, disponibilizadas em um amplo banco de dados, ajudam os autores da editora associada à universidade a produzirem material didático que tenha mais relevância e apelo junto aos estudantes de cada região, utilizando apenas o que há de mais atual e relevante em termos de conteúdo.

Apesar de ser considerada uma língua universal, o inglês apresenta particularidades, que variam de acordo com cada região. Para os estudantes brasileiros a escrita correta de certas palavras apresenta dificuldade e acertar a aplicação de verbos e preposições, revela-se um grande desafio.

Entre as palavras campeãs em erros de escrita, podemos destacar: which, comfortable, beautiful, because e accommodation. Os verbos também podem causar bastante confusão, como é o caso de wear (vestir), comumente trocado por use (usar), cuja tradução faria sentido em português, mas definitivamente não é aceita em inglês. Entre as trocas de verbos mais comuns, destacam-se ainda: go (ir) por come (vir); have (ter) por be (ser); do e make (ambos significando fazer, mas aplicados em situações específicas); stay (ficar ou permanecer) por be (ser ou estar).

Em relação aos substantivos, os problemas podem ser tanto relacionados à escrita correta, quanto ao uso inapropriado. Nesta categoria, de acordo com o último levantamento, a troca entre travel e trip foi o erro mais cometido pelos brasileiros. Ambos têm o mesmo significado, mas são utilizados em ocasiões diferenciadas, característica do idioma que costuma causar muita confusão entre os alunos.

Outro problema são as palavras em inglês que incorporamos ao nosso dia a dia. Brasileiros tendem a usar somente a palavra shopping, quando se referem a shopping centre ou shopping mall, que em inglês é um verbo e não remete ao centro de compras. Caso também de show (verbo mostrar), que em inglês é denominado concert (show ou espetáculo musical). Termos com escrita igual ou parecida com palavras da língua portuguesa também contribuem para os deslizes, a exemplo de time (tempo), quando o correto em inglês seria team (time).

Temidas, as preposições encontram-se entre os erros mais cometidos pelos brasileiros, sendo muito confundidas entre si. Este tipo de equívoco pode ter um agravante, já que muitas vezes são utilizadas junto aos verbos, podendo alterar radicalmente o sentido deles.

Para potencializar o aprendizado de uma língua, seja ela estrangeira ou até mesmo seu idioma pátrio, é fundamental identificar os pontos fracos e as dificuldades, para que seja feito um trabalho mais focado e, consequentemente, com melhores resultados. Neste sentido, o mapeamento realizado pela Cambridge University Press promete revolucionar a compreensão dos entraves específicos para o ensino e aprendizado da língua inglesa em cada região do planeta, contribuindo para a evolução do inglês como idioma universal.



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