Os e-readers e o futuro da leitura - 29/10/2015
João Luís de Almeida Machado
Você provavelmente ainda não se deu conta disso, mas cabem muitos livros em seu celular ou tablet. Como? A matemática ou a lógica dos livros dentro de um aparelho de dimensões tão reduzidas acontece por conta dos e-books, expressão derivada da língua inglesa que significa, literalmente, livros eletrônicos.
Os e-books ou livros eletrônicos são inevitáveis para todas as editoras, mesmo para as mais resistentes, até mesmo pela sua própria sobrevivência como empresas do ramo editorial.
É igualmente certo que os livros em papel não irão sucumbir diante do formato eletrônico. O surgimento dos primeiros e-books, entre o final do século passado e o início do novo milênio não representou, naquele momento, o alento que os entusiastas das tecnologias esperavam. Eram caros, tinham poucos recursos, não havia ainda conexão com a internet, dependiam dos computadores de mesa para que se realizasse o download de um novo título e até o próprio sistema de compras ainda era incerto, lento e confuso.
Comprar um livro em papel, numa charmosa livraria era muito mais atraente e fácil. O surgimento da internet móvel, aliada aos novos modelos de e-books, ligados via wi-fi ou pelos sistemas 2G e 3G (que estão sendo substituídos pelo 4G pelo mundo afora, inclusive no Brasil) a internet e dinamizados pelo surgimento de redes especializadas em comercializar os livros eletrônicos, proporcionando um rápido download de arquivos com textos, imagens, vídeos, áudios e animações está fazendo com que as primeiras páginas da história dos e-books sejam rapidamente viradas.
Nem todo mundo sabe ainda como utilizar estas ferramentas virtuais para conseguir baixar livros em seus recursos portáteis, como em tablets ou smartphones. Há pessoas ainda reticentes quanto a adquirir os livros e realizar pagamentos on-line. Existem aqueles que não dispensam o prazer de ter um livro em suas mãos, gente que gosta de virar as páginas, sentir o cheiro do papel, apreciar a textura das páginas. Quanto a isso, sempre são válidas algumas orientações quanto a softwares e livrarias on-line, a saber:
- Entre as livrarias virtuais a mais tradicional e pioneira do ramo é a Amazon Books, que já opera no Brasil. Além dela é possível comprar livros em livrarias nacionais como Saraiva e Livraria Cultura.
- Tanto a Amazon quanto a Saraiva disponibilizam e-readers para serem baixados em celulares e tablets. No caso da Amazon é o Kindle, no da Saraiva é o Digital Reader e a Livraria Cultura utiliza o Cultura e-reader.
- É possível ainda baixar estes e-readers para celulares e tablets a partir do Google Play.
Por outro lado é inegável que milhões de usuários no Brasil e no mundo têm em suas mãos recursos tecnológicos como telefones celulares que permitem o download de leitores de e-books, os chamados e-readers (plataformas eletrônicas ou softwares criados para rodar em computadores, tablets e notebooks com o propósito de permitir que livros sejam baixados, lidos e que se crie uma verdadeira biblioteca em seu dispositivo móvel ou fixo).
Há mais telefones celulares que habitantes no Brasil e as maciças campanhas publicitárias de fabricantes de produtos tecnológicos ou empresas que vendem serviços de comunicação móvel estão levando os especialistas a prever que no país, até o final de 2013, já tenhamos cerca de 80 milhões de smartphones espalhados pelos municípios.
A perspectiva de termos tantos celulares ligados à internet e a demanda crescente por tablets, que tiveram crescimento de mais de 350% nas vendas, indica que tais recursos serão cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros e de cidadãos de todos os países. Estes recursos já são amplamente utilizados para finalidades como lazer, negócios, viagens, comunicação, pesquisa e, também, leitura.
De notícias em sites a jornais e revistas formatados especialmente para estes dispositivos móveis, é cada vez mais comum que encontremos pessoas em qualquer lugar da cidade, das rodoviárias aos aeroportos, dos hospitais as empresas, das escolas ao ambiente doméstico, conectadas a realizar alguma leitura.
Nem só de games vivem os celulares e smartphones. Não são apenas jornais, sites ou revistas que estão acessíveis aos proprietários destas tecnologias. Os livros também estão por lá, passíveis de serem baixados, muitas vezes por custo zero, tantas outras por preços bem mais baixos que suas versões impressas.
E, para melhorar ainda mais a situação de quem se interessa e busca utilizar recursos em seus dispositivos móveis, há ainda a possibilidade de explorar os acervos de grandes bibliotecas virtuais, onde podem conseguir e-books gratuitos.
Entre as principais bibliotecas virtuais brasileiras e/ou acervos on-line disponibilizados podemos mencionar e sugerir:
- Brasiliana da Universidade de São Paulo (USP)
- Biblioteca Virtual da América Latina
- Biblioteca Científica Virtual On-line (Scielo)
- Biblioteca Virtual de Literatura
- Biblioteca Virtual da Universidade Gama Filho
Utilizar todos estes recursos passa a ser, desde já, mais que uma possibilidade, tornando-se realidade e, sendo passível, desde já, a um exame sério por parte dos educadores quanto às potencialidades pedagógicas.
Além disso, é de vital importância que o acesso e utilização de bibliotecas virtuais seja incentivado e difundido entre os estudantes para que estes acervos, qualificados como são, sejam conhecidos e utilizados como bases referenciais de dados.
No caso dos professores, para que tudo isso possa, de fato, ter utilidade e repercussão, é preciso que conheçam e se apropriem das ferramentas e softwares antes de seus alunos, percebendo as potencialidades, verificando a usabilidade e até mesmo o alcance juntamente aos grupos de alunos com os quais interage.
O e-book e os e-readers são realidade que a cada dia, mais e mais, estarão presentes no cotidiano de todos e também da escola, dos professores e dos alunos.
# Artigo: O que é Ciência? Reflexões necessárias
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