Universo Escolar
Rosângela Hasegawa Formada em pedagogia

Mais que local de aprendizado, sala de aula deve ser vista como espaço social - 06/10/2015
Rosângela Hasegawa

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Tal como o espaço geográfico de um bairro ou cidade, formado a partir das necessidades de sociais, econômicas e culturais das comunidades, as salas de aula devem conter uma organização própria que atenda à dinâmica de convivência e aprendizado dos alunos na escola. Por ser um espaço social, o professor deve trabalhá-lo de forma a alcançar o desenvolvimento do conhecimento em seus alunos, tanto a partir de técnicas didáticas quanto estimulando a interação e colaboração entre eles.

A disposição dos objetos no espaço é umas das premissas para um bom desempenho nas atividades propostas pelo professor. Em aulas onde a atenção do aluno deve estar focada em ouvir o educador, a tradicional disposição em fileiras parece ser a mais adequada, mas é importante criar dinâmicas que favoreçam o contato entre os colegas e construção do saber coletivo.

Nesses casos, outros tipos de organização das carteiras podem ser levadas em conta. Caso o professor pretenda orientar trabalhos escritos ou discussões em pequenos grupos, é aconselhável separar as carteiras em grupos de quatro ou cinco. Se o objetivo for que a sala, como um todo, entre em algum tipo de discussão coletiva ou realize alguma dinâmica de aproximação e socialização, disposições em U ou em círculo garantem o contato visual entre todos os alunos, condição essencial para a interação verbal.

As paredes também podem ser utilizadas como um bom estímulo para a criação de responsabilidade e senso artístico nos alunos, além de, se bem aproveitadas, servirem como um espaço de valorização da produção coletiva. Desde pequenas, as crianças podem ser incentivadas com regras de boa convivência em forma de desenhos e cartazes que elas podem ajudar a confeccionar e a colar. Outra ideia é utilizar as paredes como mural para os trabalhos temáticos desenvolvidos em sala ou para lembranças de momentos de confraternização vividos pelos alunos.

Essas ideias podem ser mantidas e adaptadas de acordo com a evolução da faixa etária dos estudantes. Desenhos podem dar espaço a pesquisas sobre variados temas, colagens, redações e produções mais típicas do ensino fundamental ou até do ensino médio. Pensando sempre por áreas, o professor pode produzir paredes temáticas a respeito do ensinará durante o período letivo e reservar espaços de autonomia do próprio aluno, desde que preserve o bom senso e adequação de seu conteúdo ao ambiente escolar.

Outra medida que pode desenvolver a responsabilidade do estudante é estabelecer um local que sirva como um cronograma da sala. Nele, o professor pode planejar as aulas do mês, estipular datas de provas e entregas de trabalho e informar continuamente sobre novas atividades. Revezar os alunos na tarefa de atualizá-lo estimula o compromisso dos colegas para com os demais e colabora para o fortalecimento do senso de direitos e deveres.

A sala de aula deve ser vista como um espaço social, não só de interação de professores e alunos, como de produção científico-cultural e de desenvolvimento do saber. Como tal, ele deve ser remodelado e replanejado de acordo com as necessidades do momento educacional da criança e do adolescente, e deve favorecer a dinâmica da colaboração coletiva e da responsabilidade para com o próximo. Cabe ao educador conduzir esse espaço na direção correta, mas permitir a autonomia e participação de seus alunos nesse processo.



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