Diário de Classe
Kátia Tamara Luiz se formou Pedagoga pela Unicamp; É Analista de Produto Junior na Planeta Educação e possui experiência acadêmica em Política Educacional e Formação Continuada. E-mail: katia.luiz@vitaebrasil.com.br.

Trabalhando com textos na sala de aula - 05/11/2013
Kátia Tamara Luiz

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Foto de aluno durante atividade de escrita


Caros Professores,

Escrevo este artigo porque, com o tempo corrido de educadores que temos, não encontramos momentos para dividir as experiências de nossos trabalhos. Resolvi, então, escrever para esclarecermos alguns pontos acerca da linguagem que se escreve (a escrita) e da revisão de textos.

Primeiramente, acho importante ressaltar que ambos os conteúdos estão intimamente ligados, sendo que é a partir da compreensão de que há uma linguagem que se escreve, distinta da falada, que se é possível utilizar a revisão textual como instrumento para se aprender a escrever.

A leitura é parte fundamental neste processo, seja ela feita pelo próprio aluno, seja ela realizada pelo (a) professor (a) em voz alta. E não se trata de contar o que está escrito, mas ler de fato, a fim de que os alunos se familiarizem com esta linguagem. A leitura de diferentes gêneros objetiva, neste caso, a apreensão de todas as possibilidades e formas de escrita por parte das crianças.

Sendo assim, algumas atividades se destacam por buscarem a compreensão desta linguagem: a leitura de jornais, a utilização de bilhetes dentro da sala de aula e o uso de textos instrucionais são alguns exemplos. Estes recursos trazem para o aluno o mundo real no qual vivem: o jornal traz notícias do mundo, da cidade, do bairro em que moram; os bilhetes são uma prática comum entre eles; e os textos instrucionais são altamente utilizados para entender como se monta um brinquedo, como jogar um novo game, etc. A escrita passa a fazer sentido e a aquisição deste sistema se torna útil para o dia a dia, proporcionando, em nossos alunos, o interesse por este aprendizado.

Estas atividades garantem que as crianças apresentem todo o conhecimento que possuem sobre o assunto; promovem dificuldades e decisões a tomar; possuem características sociais e reais, pois trazem para dentro da escola práticas do cotidiano; e, ainda, proporcionam o máximo de circulação entre os pequenos e a escola. Tais características favorecem uma boa situação de aprendizagem, como defende a educadora e pesquisadora na área de Alfabetização, Telma Weisz.

O trabalho com textos necessita ter sentido para aqueles que aprendem a ler e escrever. Por qual motivo escrevemos? Para nos comunicar com o outro! Mas, o que queremos comunicar?

Pensando nestas questões é que aparece outra importante ferramenta: a revisão textual. Esta pode ser feita em agrupamentos menores, como em duplas, ou maiores, de forma coletiva. Esta última maneira, entretanto, apresenta rico instrumento de apreensão por parte dos alunos, por promover grande circulação de informações entre eles.

Uma atividade que sugiro a você professor (a) é ler uma história para sua sala e depois pedir para que eles reescrevam, em duplas, a mesma história. Se seus alunos ainda não leem convencionalmente eles podem recontar a história e você poderá se colocar no papel de escriba escrevendo o reconto na lousa ou em outro lugar que fique visível para todos da turma.

Posteriormente você poderá selecionar um destes textos para revisar coletivamente com as crianças. É interessante que você escolha um texto que possua dificuldades comuns entre a sala e que possua objetivos claros daquilo que você pretende trabalhar na primeira revisão com eles. Revise a produção, questionando elementos que achar pertinentes. Esta revisão pode acontecer várias vezes com o mesmo texto. Avise que vocês revisarão o texto até que ele esteja bom! Assim, eles entenderão que é preciso rever muitas vezes um mesmo texto a fim de torná-lo compreensível.

As crianças aprendem muito da escrita desta forma porque ouvem as opiniões e dúvidas dos outros e vão aprendendo a escrever, escrevendo. Eles colocam tudo o que sabem em jogo, na escrita e na revisão; possuem problemas e decisões a tomar; entendem a necessidade social e real desta atividade, que é comunicar algo ao outro; e por fim garantem o máximo de circulação possível entre eles.

Acredito que assim, professor (a), você contemplará os quatro princípios de uma boa situação de aprendizagem e favorecerá o aprendizado de seus alunos. A atividade terá sentido para eles, pois compreenderão o porquê de se escrever e como escrever.

Forte abraço e bom trabalho!

Professora Kátia.


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