Planeta Cultura
Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

O Drama Moderno da Cultura Inútil - 12/04/2013
A Mediocridade Intelectual

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Foto de Erika de Souza Bueno, autora do artigo. Após ler atenciosamente um best-seller cheio de erotismo, o que fica de conhecimento aproveitável para a vida?

Depois de não “desgrudar” os olhos de páginas de revistas destinadas a fofocas,  fica-se sabendo que determinado artista está se divorciando e assumindo um novo e estarrecedor relacionamento.

Tudo bem, mas o que fica de conhecimento prático, verdadeiro e útil dessa mais nova informação?

Estampada nas capas de revistas famosas está a notícia reveladora do que vai acontecer nos próximos capítulos de uma aclamada novela de determinada emissora.

Como já sabe ler, muitos de nossos alunos passam por ela e não se negam o direito de ler, comentar, rir e ironizar a informação.

Pois bem, seria tão bom se eles soubessem que essas reações também são possíveis em leituras mais proveitosas, em materiais mais ricos, em conteúdos que podem, de fato, fazer muita diferença na vida deles.

E essas más características de comportamento, infelizmente, não param por aí.

Durante um famoso telejornal, por exemplo, o atento telespectador fica sabendo que a política vai mal, muito mal, mas essa informação, mesmo unida à atenção que ele aparentemente está dedicando, parece não ser capaz de fazê-lo reagir em busca de qualquer melhoria.

Certamente, ao ensinar a ler e a escrever não é bem isso que o professor deseja que seus alunos se tornem: pessoas que não se incomodam com os diversos problemas sociais se o entretenimento tiver com (duvidosa) qualidade.

Ao apreciarem a propagação desmedida e agressiva de conteúdos como fofocas, erotismo e violência, elas se tornam incapazes de melhorar qualquer aspecto na vida e, consequentemente, colocam em risco as futuras gerações.

Esses são tipos do que é conhecido como cultura inútil, ou seja, conteúdos veiculados indiscriminadamente em nome da audiência.

Com isso, não há nem chances longínquas de aumento intelectual ou mesmo emocional, pois tudo parece contribuir apenas para uma vida medíocre que mascara os graves problemas que o Brasil ainda precisa dar solução.

Diante de tudo isso, a escola é tida como um oásis em meio ao deserto, dado que é por meio dela que nosso país pode dar um basta em tanta bobagem que ultimamente tem ocupado as rádios, programações televisivas, jornais e revistas brasileiras.

É na escola que o aluno tem uma chance de repensar suas preferências, a questionar o que tem assistido e a dar um norte mais seguro ao que pensa, conduzindo-se em caminhos menos tortuosos.

Caso contrário, estamos fadados a um “bate-cabeça” a vida toda, sem sairmos do lugar ou, o que é pior, descermos na escala dos bons valores, já hoje tão combatidos.

Nessa perspectiva, não temos apenas professores em nossas salas de aula, temos verdadeiros transformadores sociais, que devem ser respeitados e devidamente valorizados como tal.

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