Após
ler atenciosamente um best-seller cheio de erotismo, o que fica de
conhecimento aproveitável para a vida?
Depois de não “desgrudar” os olhos de
páginas de revistas destinadas a fofocas, fica-se
sabendo que determinado artista está se divorciando e
assumindo um novo e estarrecedor relacionamento.
Tudo bem, mas o que fica de conhecimento prático, verdadeiro
e útil dessa mais nova informação?
Estampada nas capas de revistas famosas está a
notícia reveladora do que vai acontecer nos
próximos capítulos de uma aclamada novela de
determinada emissora.
Como já sabe ler, muitos de nossos alunos passam por ela e
não se negam o direito de ler, comentar, rir e ironizar a
informação.
Pois bem, seria tão bom se eles soubessem que essas
reações também são
possíveis em leituras mais proveitosas, em materiais mais
ricos, em conteúdos que podem, de fato, fazer muita
diferença na vida deles.
E essas más características de comportamento,
infelizmente, não param por aí.
Durante um famoso telejornal, por exemplo, o atento telespectador fica
sabendo que a política vai mal, muito mal, mas essa
informação, mesmo unida
à atenção que ele aparentemente
está dedicando, parece não ser capaz de
fazê-lo reagir em busca de qualquer melhoria.
Certamente, ao ensinar a ler e a escrever não é
bem isso que o professor deseja que seus alunos se tornem: pessoas que
não se incomodam com os diversos problemas sociais se o
entretenimento tiver com (duvidosa) qualidade.
Ao apreciarem a propagação desmedida e agressiva
de conteúdos como fofocas, erotismo e violência,
elas se tornam incapazes de melhorar qualquer aspecto na vida e,
consequentemente, colocam em risco as futuras
gerações.
Esses são tipos do que é conhecido como cultura
inútil, ou seja, conteúdos veiculados
indiscriminadamente em nome da audiência.
Com isso, não há nem chances
longínquas de aumento intelectual ou mesmo emocional, pois
tudo parece contribuir apenas para uma vida medíocre que
mascara os graves problemas que o Brasil ainda precisa dar
solução.
Diante de tudo isso, a escola é tida como um
oásis em meio ao deserto, dado que é por meio
dela que nosso país pode dar um basta em tanta bobagem que
ultimamente tem ocupado as rádios,
programações televisivas, jornais e revistas
brasileiras.
É na escola que o aluno tem uma chance de repensar suas
preferências, a questionar o que tem assistido e a dar um
norte mais seguro ao que pensa, conduzindo-se em caminhos menos
tortuosos.
Caso contrário, estamos fadados a um
“bate-cabeça” a vida toda, sem sairmos
do lugar ou, o que é pior, descermos na escala dos bons
valores, já hoje tão combatidos.
Nessa perspectiva, não temos apenas professores em nossas
salas de aula, temos verdadeiros transformadores sociais, que devem ser
respeitados e devidamente valorizados como tal.