Interessante
a quantidade de pesquisas e estudos tendo como objeto os
“Nativos Digitais”.
Foca-se tanto no uso das Tecnologias e avanços, enfatizando
que as crianças, desde a barriga das mães,
já estão conectadas num mundo e, mesmo
não sabendo o que é, já
estão por lá.
Enquanto isso, escolas se vangloriam quando implementam tablets, ou um
notebook por aluno, ou qualquer outro equipamento que seja
disponibilizado no ambiente escolar.
Em muitos casos, infelizmente, quando pensam nos projetos a serem
desenvolvidos, todos os
equipamentos já estão comprados, dado que,
somente depois que tudo foi implementado, passam a pensar no
pedagógico.
Então, correm para fazer algum projeto para utilizar os
recursos antes que a cobrança pelo uso venha.
Uma empresa de Segurança Digital da Finlândia
realizou uma pesquisa que posiciona o Brasil em terceiro lugar no
mundo, mostrando que 31% das crianças brasileiras com
até 12 anos utilizam diariamente dispositivos
móveis com acesso à internet de alta tecnologia,
ficando atrás dos Estados Unidos (37%) e da Índia
(53%).
Com esses dados, é possível perceber o quanto as
crianças estão carentes no mundo, já
que, com esses contatos no dia a dia, buscam se sentir importantes a
todo o momento.
Mas, cá entre nós, será que
não está faltando aquela
atenção da família?
Já se ouviu muito dizer que antes não era assim,
criança tinha que aprender, obedecer e não podia
falar.
Elas eram tidas como um “captor de conhecimento”,
pois só eram receptoras. Até tinham um incentivo
dos pais, mas, por algumas vezes, era de uma maneira
“grosseira”.
Tudo bem, era assim, mas o fato de ter dado certo no passado
não significa que também dará certo
para esta geração.
É mais viável pegar o passado e
colocá-lo como catapulta, não o comparando nem
mesmo a um simples degrau, dado que a Educação de
hoje pede muita interatividade.
Esse fato representará um salto e um marco não
somente pelo uso das tecnologias e redes sociais que não
param de avançar, mas com tudo que o universo pode oferecer.
Quando uma grande diversidade de equipamentos é colocada
à disposição dos alunos, fica confusa
a interpretação dos objetivos a respeito do que
se deseja que eles realizem com tudo aquilo.
Se a equipe não estiver preparada para apresentar esses
recursos com competência, de nada valeu o investimento.
Isso é até bastante lógico, pois
não adianta investir milhões em aparelhos de alta
tecnologia e pedir que o aluno redigite o texto de um livro.
Esta geração que chega às escolas
necessita de oportunidades de refletir sobre os dados importantes da
sociedade, superando desafios, criando e sendo instruída em
suas responsabilidades.
Além disso, é necessidade dessa
geração construir pensamentos
críticos, considerando sempre o fato de que seus atos
irão trazer reações tanto boas como
ruins, dependendo tão somente de como e do que for feito.
Que esta geração nasce conectada, isso
já sabemos, mas que tal desenvolver projetos e atividades
interessantes para elas?
Se há várias ferramentas disponíveis,
por que continuar com as mesmas atividades de séculos?
Claro, tudo tem seu valor, e aqui cabe ao professor a sensibilidade e a
busca de desenvolver a própria criatividade, despertando em
seus alunos o prazer de aprenderem.
Dificuldades para lecionar? Sim, ainda existem muitas, mas o professor
que mais se apropriar de informações e procurar
se desenvolver, mais será capaz de lutar por seus direitos
e, ainda, formará cidadãos autônomos,
críticos e responsáveis.
Ao falar de tecnologias na Educação, uma
informação pode deixar todos preocupados.
Segundo Susan Greenfield, especialista em fisiologia cerebral, estamos
cada dia mais dependentes de redes sociais e videogames e, por isso, a
previsão do futuro é sombria para os chamados
"nativos digitais" (Veja).
É preocupante visualizar esse futuro sombrio, mas, se
não houver orientações e cuidados ao
usar inúmeras redes sociais ao mesmo tempo, é o
que ele, infelizmente, se tornará.
A tecnologia tem avançado muito, mas será que as
orientações aos nossos filhos e alunos
têm a acompanhado?
Em vez de fazerem uma ligação ou uma visita para
aquele amigo ou parente que não veem há anos,
muitas pessoas optam por enviar mensagens por SMS, fotos por e-mail ou
pelas Redes Sociais.
Ninguém pode desenhar o futuro, ninguém sabe
realmente como ele será, mas uma coisa é certa:
as crianças de hoje serão os jovens de
amanhã e, se não tiverem a vivência de
se relacionarem além das tecnologias, será
possível ver, então, mais uma doença
mundial em grande escala, a depressão.
Esse mal atinge qualquer um, não escolhe etnia e nem classe
social, mas aqueles que se sentem sozinhos, mesmo num mundo repleto de
tanta gente, são vítimas em potencial.
E nós? O que estamos fazendo é o suficiente para
amenizar tais males? Temos, de fato, nos preparado para orientar nossas
crianças, adolescentes e jovens?