A Semana - Opiniões
Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

O que as Pessoas Buscam nas Redes Sociais? - 14/02/2013
O Mundo da Aparência e Facilidades

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Foto-de-Erika-de-Souza-Bueno-autora-do-artigoNo mundo real, é muito complicado manter boas aparências. É um grande desafio manter-se penteado o dia todo, andar como se estivesse desfilando, ter sempre a resposta na ponta da língua para qualquer situação...

Uma simples mentira parece ser um dos maiores desafios, pois qualquer um sabe desestruturar o mentiroso com a simples técnica do “olho no olho”.

Nas Redes Sociais não é assim. É tudo muito mais fácil, é tudo muito acessível, o que a torna cada vez mais atraente para tantos “desavisados”.

Mentir, enganar e passar uma imagem que não condiz com a verdade parecem ser práticas simples lá dentro.

Já aqui, no mundo real, até aqueles que conseguem passar uma imagem irreal a alguém temem ser descobertos, pois a mentira tem mesmo “pernas curtas”.

Num relacionamento virtual, contudo, ela ganha “sebo nas canelas” e, em poucos compartilhamentos, é passada a “milhões” de usuários.

É fácil demais achar uma imagem bonita e escrever frases tristes para demonstrar sentimentos que, nem sempre, fazem coro à realidade do remetente.

As indiretas muito bem-elaboradas, as fotos com poses inusitadas, a “carinha de anjo”, o rostinho de bondade e sinceridade, o ar de amigo, tudo isso é mais fácil de ser mantido lá nas Redes Sociais.

Já na vida real, uma simples indireta pode causar grandes transtornos, pois seu remetente não terá tempo para apagá-la e reescrevê-la de um jeito mais adequado.

Não, não há tempo para apagar nada no mundo da realidade.

O que se fala e o que se faz passam por um tipo de responsabilidade que nem todos querem assumir, tornando os relacionamentos virtuais menos conflituosos em alguns aspectos.

Fala-se e age-se ao vivo e em cores, colocando os remetentes sob o risco de serem mal-interpretados a todo o momento e, o que pesa ainda mais, sem a possibilidade de “excluir” uma ação, uma fala, uma postagem.

Assim fica tudo muito difícil... Não seria mais fácil simplesmente passar a vida postando fotos retocadas no Photoshop, demonstrando ao público virtual exuberância e alegria perpétuas?

Não, não é mais fácil em nenhuma hipótese. Viver de falsa aparência não é desejável a ninguém.

E nós, pais e professores, temos que “arregaçar as mangas” e fazer o mundo real mais atrativo que o virtual.

Fácil? De modo nenhum, no virtual as pessoas sempre são lindas, perfeitas, saudáveis, fortes e extremamente felizes.

Se estiverem tristes, nada como alguns comentários para deixá-las com a sensação de serem queridas, amadas e rodeadas de amigos.

Essas pessoas são nossos filhos, nossos alunos, nossa família, e precisam de nosso apoio para mostrar que, muito mais do que o virtual, o mundo do olhar, do toque e do cheiro é o que temos de mais belo.

E, como tudo o que é bom de verdade, precisa de empenho, cuidado e muita responsabilidade.

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