O futebol desperta paixões e, aqui no Brasil, muito mais do
que em qualquer outro lugar!
A expressão “time do
coração” está cada vez mais
sendo usada e, o que até em certo ponto é
preocupante, por crianças cada vez menores.
Os brasileiros respiram futebol o tempo todo. Quem não gosta
de ver seu time jogando, principalmente quando ele está
ganhando?
É impressionante o amor que os torcedores de todas as idades
nutrem pelos seus times de futebol!
Uns compram uniformes do time, outros fazem tatuagens, cortes de cabelo
com símbolos característicos do time...
Há pessoas que, inclusive, que chegam a pintar suas casas
com a escalação do seu time de futebol!
É tanta paixão que se guarda por tal esporte, que
o zelo por ele tem, em alguns casos, ultrapassado o respeito pela
própria vida humana, e é aqui que nós,
pais e educadores, temos que ter maior atenção.
São várias formas de declarar o amor pelo time
preferido e, desde crianças, mesmo que não
possuam tanta autonomia para fazer “loucuras”,
acabam demostrando seu amor pelo time com os álbuns de
figurinhas, camisas e, também, usando material escolar com o
símbolo estampado na capa.
Se, no geral, as pessoas soubessem realmente respeitar o outro, gestos
como esses que encontramos em muitas de nossas crianças
não teriam grandes consequências.
Mas, infelizmente, esse “amor” pelo time, muitas
vezes, ultrapassa os limites do bom-senso e do respeito que se deve
ter, acima de tudo, pelo bem-estar físico e
psicológico de si e do outro.
Há torcedores que simplesmente desconhecem os limites de
noção, de respeito e, até mesmo,
partem para a agressão quando, envolvidos pela
“paixão” de seu time de futebol,
sentem-se desafiados.
Essas pessoas, normalmente, andam por aí, frequentam
diversos lugares, trabalham, estudam, passeiam, ou seja,
estão em todo o lugar e podem, perfeitamente, estar em
contato com nossas crianças.
Os tempos mudaram (e mudaram muito!). Há algum tempo, pais e
filhos iam juntos aos estádios prestigiar o jogo do seu time
favorito.
Independentemente do fator causador da mudança que hoje
vivemos, essa prática tem sido alvo de constantes
reflexões, pois a arquibancada de muitos estádios
não é mais um lugar seguro nem para adultos, o
que não se dirá de crianças.
A agressividade e o vandalismo de muitos torcedores têm sido
constantemente divulgados nas mais diferentes formas de
mídias, fato que nos faz repensar a compra de materiais
escolares caracterizados por times de futebol.
Afinal, como já enfatizado acima, pessoas que tendem a agir
de modo excessivamente agressivo em defesa de seu time de futebol andam
por aí e podem ocupar os mesmos espaços do
cidadão de bem ou, ainda, os espaços que nossos
filhos podem estar, como no caso da própria escola.
Para proteger nossas crianças, precisamos
orientá-las quanto aos limites necessários quando
o assunto é futebol e, ainda mais do que isso, se
possível, as desestimular quanto à compra de
materiais caracterizados, pois não temos o menor controle
sobre o que se passa pela cabeça de outro jogador com os
“ânimos mais exaltados”, vamos assim
dizer.
O que vale mesmo é a orientação e o
diálogo aberto com nossos filhos, pois nada melhor do que os
encaminharmos à escola e, em casa ou no trabalho, estarmos
um pouco mais tranquilos em relação ao bem-estar
deles.
A escola, por sua vez, precisa apoiar a família nesse
processo de orientação, dado que, juntas,
família e escola são imbatíveis.
Para ajudar você, pai ou professor, a orientar um bate-papo
com seus filhos ou alunos, veja abaixo algumas perguntas que podem ser
feitas a você mesmo antes de partir para um conversa com eles:
1.
Como agir quando a
“provocação” vai para dentro
da escola?
2.
O que fazer quando o material
escolar de time gera conflito em sala de aula?
3.
Até que ponto
nossos filhos e alunos estão preparados emocionalmente para
receber um “insulto” em
relação ao seu time e agir de modo
“maduro”?
4.
Será que quem
insulta está mesmo brincando?
5.
O que fazer para que a torcida por um time de futebol venha ter
lições saudáveis?
Essas perguntas, é preciso enfatizar, precisam ser encaradas
por nós, pois elas, dia a dia, “gritam”
por respostas.