A Semana - Opiniões
Daniele Vilela Leite Coordenadora Educacional na empresa Planneta; Formada em Serviço Social pela Univap; Larga experiência em trabalhos relacionados à Educação.

Times de Futebol em Material Escolar - 22/01/2013
Orientações Diversas a Pais e Professores

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O futebol desperta paixões e, aqui no Brasil, muito mais do que em qualquer outro lugar!

A expressão “time do coração” está cada vez mais sendo usada e, o que até em certo ponto é preocupante, por crianças cada vez menores.

Os brasileiros respiram futebol o tempo todo. Quem não gosta de ver seu time jogando, principalmente quando ele está ganhando?

É impressionante o amor que os torcedores de todas as idades nutrem pelos seus times de futebol!

Uns compram uniformes do time, outros fazem tatuagens, cortes de cabelo com símbolos característicos do time...

Há pessoas que, inclusive, que chegam a pintar suas casas com a escalação do seu time de futebol!

É tanta paixão que se guarda por tal esporte, que o zelo por ele tem, em alguns casos, ultrapassado o respeito pela própria vida humana, e é aqui que nós, pais e educadores, temos que ter maior atenção.

São várias formas de declarar o amor pelo time preferido e, desde crianças, mesmo que não possuam tanta autonomia para fazer “loucuras”, acabam demostrando seu amor pelo time com os álbuns de figurinhas, camisas e, também, usando material escolar com o símbolo estampado na capa.

Se, no geral, as pessoas soubessem realmente respeitar o outro, gestos como esses que encontramos em muitas de nossas crianças não teriam grandes consequências.

Mas, infelizmente, esse “amor” pelo time, muitas vezes, ultrapassa os limites do bom-senso e do respeito que se deve ter, acima de tudo, pelo bem-estar físico e psicológico de si e do outro.

Há torcedores que simplesmente desconhecem os limites de noção, de respeito e, até mesmo, partem para a agressão quando, envolvidos pela “paixão” de seu time de futebol, sentem-se desafiados.

Essas pessoas, normalmente, andam por aí, frequentam diversos lugares, trabalham, estudam, passeiam, ou seja, estão em todo o lugar e podem, perfeitamente, estar em contato com nossas crianças.

Os tempos mudaram (e mudaram muito!). Há algum tempo, pais e filhos iam juntos aos estádios prestigiar o jogo do seu time favorito.

Independentemente do fator causador da mudança que hoje vivemos, essa prática tem sido alvo de constantes reflexões, pois a arquibancada de muitos estádios não é mais um lugar seguro nem para adultos, o que não se dirá de crianças.

A agressividade e o vandalismo de muitos torcedores têm sido constantemente divulgados nas mais diferentes formas de mídias, fato que nos faz repensar a compra de materiais escolares caracterizados por times de futebol.

Afinal, como já enfatizado acima, pessoas que tendem a agir de modo excessivamente agressivo em defesa de seu time de futebol andam por aí e podem ocupar os mesmos espaços do cidadão de bem ou, ainda, os espaços que nossos filhos podem estar, como no caso da própria escola.

Para proteger nossas crianças, precisamos orientá-las quanto aos limites necessários quando o assunto é futebol e, ainda mais do que isso, se possível, as desestimular quanto à compra de materiais caracterizados, pois não temos o menor controle sobre o que se passa pela cabeça de outro jogador com os “ânimos mais exaltados”, vamos assim dizer.

O que vale mesmo é a orientação e o diálogo aberto com nossos filhos, pois nada melhor do que os encaminharmos à escola e, em casa ou no trabalho, estarmos um pouco mais tranquilos em relação ao bem-estar deles.

A escola, por sua vez, precisa apoiar a família nesse processo de orientação, dado que, juntas, família e escola são imbatíveis.

Para ajudar você, pai ou professor, a orientar um bate-papo com seus filhos ou alunos, veja abaixo algumas perguntas que podem ser feitas a você mesmo antes de partir para um conversa com eles:

1. Como agir quando a “provocação” vai para dentro da escola?

2. O que fazer quando o material escolar de time gera conflito em sala de aula?

3. Até que ponto nossos filhos e alunos estão preparados emocionalmente para receber um “insulto” em relação ao seu time e agir de modo “maduro”?

4. Será que quem insulta está mesmo brincando?

5. O que fazer para que a torcida por um time de futebol venha ter lições saudáveis?

Essas perguntas, é preciso enfatizar, precisam ser encaradas por nós, pois elas, dia a dia, “gritam” por respostas.

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1 COMENTÁRIOS

1 maria heloisa martins da rosa - pelotas
Muito bom esse artigo. Tenho certeza que muitos pais não têm essa consciência quando compactuam com as preferencias esportivas de seus pequeninos e em muitos casos reforçam essas. Penso que atualmente estamos agindo demasiadamente por impulso e assim sendo não ponderamos muito sobre o certo/errado e com isso acabamos tendo atitudes que prejudicam os outros.
22/01/2013 09:10:09


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