Em nossas escolas, dizemos quase cotidianamente aos nossos alunos que
eles precisam se informar sobre os acontecimentos, que devem ler
jornais, acompanhar o que se passa no mundo, pois isso lhes
será cobrado na sala de aula, no Enem, nos vestibulares e na
vida.
De fato, ninguém há de negar essa verdade.
Em uma época complexa como a nossa, a
informação torna-se cada vez mais valiosa e nos
permite entender mais rapidamente o que se passa, além de
nos possibilitar tomar decisões nos mais diversos
âmbitos, seja para escolher uma
profissão, adquirir uma tecnologia adequada às
nossas necessidades ou administrar nossa vida pessoal.
Bem, se tudo isso é ponto pacífico, por que ainda
nossos gestores se informam tão pouco antes de escolherem os
rumos a serem tomados?
Uma resposta está na própria cultura escolar.
Ao longo do tempo, as escolas se estabeleceram como
instituições isoladas – até
mesmo das outras escolas.
Temos uma tradição de pouca troca de
experiências, de pouca preocupação em
acompanhar os movimentos externos, e talvez por isso tem sido
tão difícil para as
organizações que atuam na
educação acompanhar as exigências dos
novos tempos, que exigem agilidade de pensamento e de
ação.
Falta aos gestores escolares uma cultura que é prato do dia
no mundo corporativo, no qual se sucedem encontros, reuniões
e meetings entre profissionais e empresas dos mesmos segmentos.
No meio empresarial, há incontáveis revistas e
serviços online com informações
frescas sobre mercado, tendências, produtos e
serviços.
Em vez de temer a cópia de seus diferenciais, as empresas e
os novos profissionais sabem que há muitos desafios comuns a
todos, e fica para trás quem se recusa a aprender com os
acertos e os erros dos outros.
É preciso mudar essa cultura da gestão escolar.
Os diretores administrativos e pedagógicos, os
coordenadores, enfim, os líderes de todas as
instâncias devem buscar conhecer as experiências de
seus pares em todas as oportunidades que tiverem.
Seja lendo revistas pedagógicas e de segmentos afins,
acompanhando o noticiário econômico e
político (temos um Plano Nacional de
Educação no Congresso Nacional, alguém
se lembra?) e/ou participando de encontros, congressos,
reuniões do setor, os gestores precisam estar com as antenas
ligadas para o que acontece.
Afinal, as escolas não podem mais se comportar como
instituições avessas às
mudanças, especialmente no que se refere aos aspectos da
gestão.
A extrema competitividade do mundo atual e a velocidade das
transformações que nos cercam não nos
deixam outro caminho senão seguir os mesmos conselhos que
damos aos nossos alunos: aprender, aprender sempre.
Francisca
Romana Giacometti Paris
é Pedagoga, mestra em Educação e
diretora de serviços educacionais do Ético
Sistema de Ensino, da Editora Saraiva.