A comunicação móvel torna o mundo cada
vez mais globalizado.
Saber falar inglês hoje é um
pré-requisito e não mais um diferencial.
Pensando no futuro dos filhos, muitos pais acham que é
importante “internacionalizá-los” o mais
cedo possível.
E, quanto maior a expectativa dos pais, mais cresce a procura por
escolas bilíngues e internacionais, o que aumenta
também o número de
instituições que oferecem esses
serviços.
O primeiro passo a ser dado pelos que buscam esse tipo de
educação é entender a
diferença das propostas, pois uma escola bilíngue
deve seguir as exigências do nosso Ministério da
Educação, devendo ter currículo e
calendário nacionais.
Já as escolas internacionais seguem os padrões de
seus países de origem – embora algumas
também já atendam aos requisitos da
política educacional brasileira.
Nas escolas bilíngues, as aulas são ministradas
em português e na língua estrangeira, sendo, em
geral, o número de aulas no idioma nativo ligeiramente
maior.
O que a maioria delas propõe é um
currículo forte e diferenciado, buscando proporcionar a
imersão do aluno no idioma estrangeiro, a fim de que haja
desenvolvimento natural da sua habilidade com a segunda
língua.
Nelas, os alunos têm contato com a cultura do outro
país, com novas referências e metodologias de
ensino internacionais.
Já as escolas internacionais surgiram para atender
à demanda de famílias estrangeiras residentes no
Brasil, mas não são exclusivas a alunos
estrangeiros, tanto que, atualmente, são compostas
por um número maior de alunos brasileiros.
O seu corpo docente é misto e o inglês
não é apenas objeto de estudo, mas, sim, um
instrumento diário de estudo.
Geralmente, escolas assim exigem alguma proficiência em ambas
as línguas na admissão do aluno.
Há, inclusive, a coexistência paralela das duas
línguas e culturas, com o objetivo de tornar a
criança fluente em ambas, buscando também
capacitá-la a perceber os contrastes linguísticos
e a diferenciar os valores culturais de cada uma delas.
É importante ressaltar que, se for alfabetizada em outro
idioma, a criança não vai ter a sua identidade
cultural abalada.
Isso porque as preferências culturais se baseiam muito mais
na percepção que ela tem das pessoas que a
rodeiam, como pais, amigos e educadores.
A construção de sua identidade cultural apoia-se
nos valores atribuídos pela sociedade às
línguas e culturas relacionadas a si.
O alto custo das escolas internacionais e bilíngues pode ser
um empecilho para muitos, que acabam optando por investir em uma escola
convencional e em um curso de idiomas feito à parte.
Essa opção também é
válida se levarmos em conta que aprender outra
língua é um processo complexo e muito individual
e que, quando se fala em desenvolvimento infantil, tudo é
muito variável.
Outra dúvida frequente é sobre a idade ideal para
o ensino bilíngue.
Estudos recentes confirmam que existe, sim, uma diferença na
organização cerebral de quem é
bilíngue desde cedo – antes dos 3 anos –
e de quem aprendeu a segunda língua depois dos 10 anos,
já alfabetizado na língua pátria.
As tendências mais atuais indicam que na primeira
infância o aprendizado é mais simples, sem
esforço.
Nessa época, o cérebro da criança
é como uma esponja e ela, na fase da curiosidade, aprende
brincando.
Portanto, se for possível, é bom
começar cedo, mas sempre levando em conta que o ensino deve
acontecer com naturalidade, respeitando o tempo de cada um.
Caso seja feita a opção pela
educação internacional ou bilíngue, o
essencial é ter em mente que o ritmo de aprendizado
é próprio de cada pequeno.
Portanto, não se deve exagerar nas cobranças nem
haver sobrecarga de tarefas e tensão.
A criança deve estar à vontade e relaxada (sem
alterações no sono e na
alimentação), gostar de ir à escola e
se divertir com seus colegas (sinais de boa
adaptação) e também apresentar um
desenvolvimento normal da linguagem, sem nenhum distúrbio
aparente de aprendizado.
É fundamental perceber que seu filho esteja feliz na escola,
seja ela qual for.
Todos nós sabemos que bons costumes, valores e
educação são e serão sempre
motivos de destaque das pessoas, em qualquer lugar do mundo.
Cada família deve controlar a sua ansiedade, pensar e
refletir bastante sobre os valores que julga essenciais na escola dos
filhos e também ponderar se a bagagem cultural que
virá junto com a aquisição do segundo
idioma encontra eco nos valores cultivados dentro do próprio
lar.
Cíntia
Maria Falaschi é
suporte pedagógico de língua inglesa do
Ético Sistema de Ensino (www.sejaetico.com.br), da Editora
Saraiva.