A escola é o ambiente formal escolhido pela sociedade para o
ensino da leitura e escrita e suas regras cultas, pois
dispõe de profissionais qualificados e os recursos
necessários ao ensino.
Porém, mesmo antes de ter a instrução
formal na escola, a criança começa a aprender a
ler na família, adquirindo os hábitos de leitura
dos adultos que a cercam na primeira infância e construindo
suas hipóteses iniciais sobre funcionamento da escrita ainda
em casa.
Quando a criança tem oportunidade de entrar em contato com
diversos materiais escritos, como livros e revistas, por exemplo, vai
compreendendo que os textos são
combinações de palavras que, por sua vez,
são formadas por sílabas e letras e que
são a representação de objetos e da
língua falada.
A descoberta de que é possível representar os
sons por meio de grafismos é um passo muito importante ao
aprendizado da leitura e uma conclusão nem sempre
tão simples de se alcançar, mas que pode ser
facilitada por meio da convivência com leitores ativos.
Ao ter contato constante com a leitura feita pelos adultos, as
crianças aprendem também que os textos trazem uma
mensagem e servem para comunicar, divertir, ensinar.
Dessa forma, desde pequena, a criança começa a
compreender a importância da leitura e escrita e sua
função social na vida das pessoas.
O aluno que chega à idade escolar com uma base
sólida sobre o funcionamento do sistema da escrita
terá o aprendizado sistemático da leitura mais
dinâmico e será alfabetizado mais rapidamente.
Por esse motivo, os pais devem ler para os seus filhos, indicando com
os dedos as palavras que estão sendo lidas.
É importante também que o livro deve ser
posicionado de forma que a criança possa acompanhar a
leitura ao lado do adulto, observando o texto e as imagens
continuamente, em vez de ficar no lado oposto, tendo apenas a
visão da capa.
Assim, a criança já vai aprendendo que as
palavras escritas podem ser faladas, que para ler é preciso
seguir da esquerda para a direita, que existe um sentido em tudo o que
está escrito e que, ao contrário dos desenhos, as
palavras não têm semelhança com os
objetos que representam.
Ao ver o desenho de um carro, a criança já
consegue identificar qual objeto está representado,
diferentemente de ver a palavra carro.
Para saber o que a palavra representa, será preciso ler, ou
seja, aprender a decodificar o sistema de escrita.
Saber a diferença entre as formas de representar objetos
(por meio de textos ou imagens) é uma habilidade sutil e
implícita, mas muito importante para a
compreensão da língua e uma das bases iniciais do
processo de alfabetização.
Para auxiliar os filhos nesse processo, os pais devem deixar livros
à disposição das crianças,
junto a seus brinquedos.
É aconselhável adquirir livros infantis que
contenham imagens e textos, para que a crianças
façam comparações e possam ler
livremente.
Como ainda não dominam a língua e nem o
código escrito, provavelmente os pequenos
inventarão suas histórias e indicarão
as frases lidas com dedo, “fingindo ler”.
Os adultos devem evitar corrigir e deixar a criança inventar
suas histórias, pois isso favorece a
imaginação e a relação
positiva com a língua escrita.
Com o tempo, a própria criança
começará a fazer perguntas do tipo “o
que está escrito aqui?”. Nesse momento, o adulto
pode fazer a leitura solicitada.
Os pais também podem despertar o interesse dos filhos
fazendo suas leituras diárias na frente das
crianças.
Ler jornal, livro e até um manual de
instrução na frente dos pequenos fará
com que as crianças percebam que ler é algo
tão saudável e rotineiro quanto escovar os
dentes.
Como a leitura, diferente do ato de escovar os dentes, é
algo que só os adultos fazem, logo a criança
terá curiosidade e irá pedir ou pegar o livro ou
jornal da casa.
Além dos pais, outros membros da família como
irmãos mais velhos, avós, primos e até
vizinhos e amigos também podem e devem participar de
momentos de leitura junto aos pequenos.
Dessa forma, a leitura passará a fazer parte da rotina da
criança.
E isso é o grande passo para a
alfabetização, uma vez que boa parte das
dificuldades de aprendizagem em leitura consiste na
desmotivação do aluno que não consegue
entender o que é leitura, para que serve e sua
importância na vida das pessoas.
Cristiane
Ferreira é
Pedagoga e Coach Educacional.
2 COMENTÁRIOS
1 Elenilda Xavier - Rio de Janeiro
Eu tenho duas filhas com 12 e 3 anos. Sempre comprei livros para elas, desde que estavam na barriga, tanto que já tenho duas amantes da literatura. A minha filha mais velha com 8 anos me pediu a coleção da saga Crepúsculo e o melhor, leu. A de 3 anos já para diante da prateleira de livros infantis e vai pegando o que gosta. Eu e o pai lemos cerca de 8 historinhas por dia para a menor, que já acorda dizendo: Lê uma historinha. É assim que formamos novos leitores!
09/03/2013 09:29:54
2 Paulo Cesar - ItatibaSP
Gostei muito desta matéria. Meu gosto pela leitura deuse apenas quando estava na sextasérie do primeiro grau, quando comecei a fazer provas de literatura, e a professora escolhia livros pra ler. Tenho um filho de quase 3 anos, e quero aproximálo dos livros, de forma que estou pesquisando na net, e encontrei esta matéria excelente pra quem deseja encaminhar a criança no aprendizado dos objetos, das palavras e da leitura.
09/01/2013 23:32:00