Quais os malefícios que os jogos violentos de videogame
deixam na vida de uma criança?
Por que não se pode tolerar que uma criança se
envolva em um ambiente de luta, combates e ódio?
O que pode acontecer a um menino que se empolga com a adrenalina ao se
deliciar em cenas de violência explícita trazidas
pelos jogos?
Dakota Goyo dá vida a Max, um menino completamente envolvido
pelos jogos de videogame.
Max é o filho rejeitado de Charlie, personagem vivido por
Hugh Jackman, responsável pela revolta que pode acometer
qualquer família que almeja o melhor para seus filhos.
O menino protagoniza cenas que fazem o coração
saltar ainda mais forte ao falar abertamente com seu pai, como se este
estivesse em uma condição igual à dele.
Não está. Charlie já viveu muito mais
tempo que Max, já está cheio de marcas de uma
vida de insucessos, que o deixam amargo e com pouquíssimos
meios para contribuir de algum modo com o único filho.
Ao descer do carro de seus tios rumo ao encontro de seu pai, o menino
Max já nos dá mostras de sua personalidade, pois
interroga Charlie sobre o valor pelo qual fora vendido.
O pai do garoto não viu nenhum problema em precificar a
guarda do menino, deixando-a aos tios de Max.
Não identificou nenhum porém em utilizar o
dinheiro para adquirir mais um robô lutador.
De modo semelhante, também não levou em
consideração o fato de que Max tinha acabado de
perder sua mãe.
Tampouco, Charlie não fez muita questão em dar a
resposta que o filho queria, ou seja, o valor com que fora vendido.
No decorrer do filme, incontáveis vezes somos surpreendidos
pelo lado inconsequente de Charlie em relação ao
menino.
Isso revolta, mas, mais uma vez, o cinema nos dá recursos de
abordagens em sala de aula, principalmente quando estamos em algum
trabalho com a família de nossos alunos.
No filme, o final é feliz, se é que podemos
chamar assim um final que tem uma criança envolvida em cenas
de tamanha agressividade.
Contudo, na vida real, o final pode ser tenebroso, brutal,
trágico e cruel.
O fato de os combates se darem entre robôs não
colabora, de modo algum, para a diminuição da
carga de violência.
Enquanto as “latas” se amassam durante os numerosos
combates que aparecem no filme, o caráter cruel e impiedoso
das pessoas que os controlam aparece claramente.
Max, um menino de apenas 11 anos, não apenas presencia tudo
isso, mas ele é participante ativo e responsável
por levar o filme a um desfecho “feliz”.
A comemoração, o olhar de carinho e cumplicidade
entre um dos robôs e o menino, o abraço entre pai
e filho...
Bom, nada disso parece satisfazer a angústia de termos visto
uma criança desamparada pelo pai, o acompanhando a tantos
lugares inadequados à idade e aos direitos que deveriam ser
assegurados a ela.
Claro que esse desamparo foi aparentemente vencido, mas é
só isso, tudo parece muito vago, sem bases
sólidas e prematuro.
Como todo bom filme, “Gigantes de Aço”
é capaz de nos deixar revoltados, ansiosos e com o desejo
intenso de fazer mais pelas crianças que hoje temos contato.
Se não com nossos alunos, o filme é uma grande
oportunidade de trabalho com a família de cada um deles.
Ficha
Técnica
Lançamento
21 de outubro de 2011 (1h 47min)
Dirigido por
Shawn Levy
Com
Hugh Jackman, Evangeline Lilly, Anthony Mackie
Gênero
Ficção científica,
Ação, Drama
Nacionalidade
Índia, EUA
Fonte
da Ficha Técnica: Adoro
Cinema.