Aprender, do latim aprehendere (agarrar, apropriar-se de algo), designa
um processo contínuo e dinâmico que ocorre durante
toda a vida, resultado da interação entre o
indivíduo e o meio sociocultural.
No nível superior, para que o ser humano adquira com maior
eficácia o conteúdo, é
necessário que ele interaja com os outros, em um ambiente
que estimule o intelecto.
É preciso que o fator de afetividade esteja bem posicionado,
que a pessoa esteja motivada e compreendendo o que está
fazendo e o motivo pelo qual está fazendo.
Os adultos desejam ser tratados como adultos, como seres humanos
autônomos e responsáveis e, jamais, de maneira
infantilizada.
Compreensões parciais e truncadas perpassam o modo como as
pessoas encaram a aprendizagem.
A compreensão de origem inatista aborda a capacidade de
desenvolvimento e ensino do ser humano como uma
característica inata e, por isso mesmo, o único
responsável pelo sucesso ou fracasso é o
próprio aprendiz.
Já na origem do behaviorismo ou comportamentalismo, o homem
é considerado um ser completamente plástico,
moldado pelo meio em que vive.
De acordo com esta concepção, o conhecimento vem
do mundo exterior e o sujeito o recebe passivamente. Mas nenhuma dessas
concepções corresponde ao que realmente ocorre
quando aprendemos.
Para a psicologia sócio-histórica, os processos
psicológicos elementares estão realmente
presentes nas crianças já no momento de seu
nascimento.
Mas, pelo contrário, os processos psicológicos
superiores não são inatos e se originam nas
relações entre indivíduos humanos, que
se desenvolvem ao longo do processo de incorporar formas culturais de
comportamento.
O meio ambiente, então, precisa desafiar, exigir e estimular
o intelecto, de modo a permitir que o sujeito alcance aos
níveis mais elevados de raciocínio.
Nesse sentido, o aprendizado só será efetivo se o
estudante estiver motivado.
Estudos da andragogia, área educacional que busca
compreender o adulto, comprovaram que o aluno adulto estará
mais motivado quando conseguir estabelecer
relações entre os conteúdos e as
soluções dos problemas reais do seu dia a dia e,
também, quando possuir um docente que lecione de forma
incentivadora, que o estimule a querer aprender.
Atingir os estímulos do canal visual, auditivo e
sinestésico atrai uma maior atenção
dos adultos para as aulas e aumenta a chance de uma aprendizagem
significativa e duradoura, pois no decorrer da vida, dependendo das
experiências que vivenciaram, acabam por desenvolver mais
estes três canais.
Além de todos esses fatores, a
potencialização do conhecimento só se
faz completa quando a pessoa compreende, além do que e
porque está aprendendo, de como e em que irá
utilizar. O indivíduo faz necessário estabelecer
relações, fazer sínteses e se
posicionar: questionar ou discordar.
Por esses fatores, ensinar no ensino superior não
é apenas transmitir o conteúdo, mas
também favorecer o desenvolvimento dessas habilidades de
pensamento e da autopercepção do aluno em
relação à sua própria
aprendizagem.
Professora
Msc. Inge R. F. Suhr
é Coordenadora Pedagógica de Ensino Presencial do
Grupo Uninter.