Diário de Classe
 

Ensino de Adultos para Adultos - 26/09/2012
Inge R. F. Suhr

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Aprender, do latim aprehendere (agarrar, apropriar-se de algo), designa um processo contínuo e dinâmico que ocorre durante toda a vida, resultado da interação entre o indivíduo e o meio sociocultural.

No nível superior, para que o ser humano adquira com maior eficácia o conteúdo, é necessário que ele interaja com os outros, em um ambiente que estimule o intelecto.

É preciso que o fator de afetividade esteja bem posicionado, que a pessoa esteja motivada e compreendendo o que está fazendo e o motivo pelo qual está fazendo.

Os adultos desejam ser tratados como adultos, como seres humanos autônomos e responsáveis e, jamais, de maneira infantilizada.

Compreensões parciais e truncadas perpassam o modo como as pessoas encaram a aprendizagem.

A compreensão de origem inatista aborda a capacidade de desenvolvimento e ensino do ser humano como uma característica inata e, por isso mesmo, o único responsável pelo sucesso ou fracasso é o próprio aprendiz.

Já na origem do behaviorismo ou comportamentalismo, o homem é considerado um ser completamente plástico, moldado pelo meio em que vive.

De acordo com esta concepção, o conhecimento vem do mundo exterior e o sujeito o recebe passivamente. Mas nenhuma dessas concepções corresponde ao que realmente ocorre quando aprendemos.

Para a psicologia sócio-histórica, os processos psicológicos elementares estão realmente presentes nas crianças já no momento de seu nascimento.

Mas, pelo contrário, os processos psicológicos superiores não são inatos e se originam nas relações entre indivíduos humanos, que se desenvolvem ao longo do processo de incorporar formas culturais de comportamento.

O meio ambiente, então, precisa desafiar, exigir e estimular o intelecto, de modo a permitir que o sujeito alcance aos níveis mais elevados de raciocínio.

Nesse sentido, o aprendizado só será efetivo se o estudante estiver motivado.

Estudos da andragogia, área educacional que busca compreender o adulto, comprovaram que o aluno adulto estará mais motivado quando conseguir estabelecer relações entre os conteúdos e as soluções dos problemas reais do seu dia a dia e, também, quando possuir um docente que lecione de forma incentivadora, que o estimule a querer aprender.

Atingir os estímulos do canal visual, auditivo e sinestésico atrai uma maior atenção dos adultos para as aulas e aumenta a chance de uma aprendizagem significativa e duradoura, pois no decorrer da vida, dependendo das experiências que vivenciaram, acabam por desenvolver mais estes três canais.

Além de todos esses fatores, a potencialização do conhecimento só se faz completa quando a pessoa compreende, além do que e porque está aprendendo, de como e em que irá utilizar. O indivíduo faz necessário estabelecer relações, fazer sínteses e se posicionar: questionar ou discordar.

Por esses fatores, ensinar no ensino superior não é apenas transmitir o conteúdo, mas também favorecer o desenvolvimento dessas habilidades de pensamento e da autopercepção do aluno em relação à sua própria aprendizagem.

Professora Msc. Inge R. F. Suhr é Coordenadora Pedagógica de Ensino Presencial do Grupo Uninter.

Avaliação deste Artigo: 5 estrelas
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1 COMENTÁRIOS

1 Maria da Glória - Curitiba
Olá prof.Ing, Gostei muito do que escreveu.Estou assumindo um novo cargo,como Pedagoga,da EJA.É por isso deu para fazer um link para reflexão. Sucesso, Maria da Glória
26/09/2012 22:58:13


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