A vida é assim, há horas que dá
vontade de jogar tudo para o alto e só ficar olhando aonde
as coisas vão cair, estáticos, sem
ação ou aparente reação.
Dá tédio, cansaço e vontade de gritar
até o ponto que aquilo que nos estressava deixa de ter
importância.
Os anos vão passando, enquanto a experiência que
se acumula passa a nos ensinar que muitos infortúnios do
hoje poderiam ter sido evitados.
A mesmice do dia a dia parece que obriga nosso olhar a direcionar-se
sempre para um mesmo ponto.
Talvez seja por isso que enxergamos tão mal as muitas
possibilidades que se apresentam diariamente.
A verdade é que somos limitados tão como
é limitada a nossa capacidade de visão.
A vida vai seguindo nos apresentando tantas chances de mudarmos o rumo
inadequado de resolvermos nossas questões, mas,
infelizmente, não nos damos conta.
Não percebemos que recursos poderão ficar ao
nosso alcance se, em vez de erguermos nosso tom de voz, abaixarmos
nosso ego para ouvir novas propostas de possíveis
soluções.
Empenhamos em mostrar que estamos com a razão, enquanto
nossa força vai se esgotando até que, um dia,
desistimos de lutar.
Chega, então, o duro momento que observamos as marcas de dor
causadas em nós e nos outros e descobrimos que a luta
deveria ter tido contornos e motivações
diferentes.
O ruim é que as pessoas só param para refletir
quando são vencidas pela fadiga, ocasião em que a
ideia de jogar tudo para o alto se torna ainda mais atrativa.
A verdade vem de forma enérgica, alertando-nos que, depois
de tanto investimento negativo em brigas e discussões que
pareciam intermináveis, o abandono implicará
“juros” muito cruéis a ambos os lados.
A vida é assim e, ao que parece, não
há como mudar. Quantas vezes nos surpreendemos cometendo os
mesmos erros e as mesmas falhas de forma viciosa?
Se a cada dia não houver reservas para reflexões
inteligentes que culminem em ações com as mesmas
características, a vida seguirá para dias em que
as pessoas não terão mais
condições físicas ou
psicológicas para lutar por histórias mais
bem-escritas.
A vida segue seu rumo, mas cada pessoa tem que assumir o lado que quer
estar, considerando o que já viveu, o que está
vivendo e o quer viver dentro de mais alguns anos.
A indecisão não é uma
característica desejável ou até mesmo
tolerável quando o nosso futuro está sendo
escrito.
Por isso, faça suas escolhas e decida qual papel
você quer desempenhar e, cuidado, as coisas jogadas para o
alto podem cair sobre a cabeça de quem você ama,
de quem você, de fato, quer bem.
Repense, remodele, reflita...