Não sei se a vida
é dura demais para quem precisa
acordar cedo todos os dias para ir trabalhar, ir ao médico,
cuidar dos filhos e da casa.
Não sei se é dura se comparada ao
cansaço que nos sobrevém após um
exaustivo dia, ou se é dura porque simplesmente
não a comparamos a nada.
A afirmação de que a vida é dura
é mais dura do que a própria vida, pois a frase
está incompleta e não revela o objeto com que a
dureza da vida está sendo comparada.
Talvez o que nos falta é exatamente isso, ou seja, comparar
a nossa vida e o nosso aparente desgaste com a vida e os trabalhos de
outras pessoas.
Com isso, quem sabe se nossa segunda-feira possa se tornar mais
animada, mais otimista, mais feliz.
Ao elogiar a sexta-feira pela sua proximidade com o final de semana, o
trabalhador deixa de valorizar o processo.
Ele assemelha-se a uma criança que não
vê a hora de crescer e poder tomar suas decisões
de modo mais autônomo.
Sem a segunda-feira, a sexta não teria o sentido que tem.
Sem o hoje, o amanhã não é
construído. Sem a pouca autonomia da infância, a
liberdade da vida adulta pode perder o sentido.
É preciso viver cada minuto, cada hora, cada dia com calma e
amando-os como presentes que gostamos de ter recebido.
Mesmo com os olhos insistindo para permanecerem fechados às
6 horas de cada manhã, o brilho do sol pode se revelar ainda
mais lindo com o passar do tempo.
A manhã vai se mostrando mais clara para aqueles com
disposição para vivê-la com intensidade.
O calor do sol pode ser menos exaustivo para aqueles com vigor para
viver cada momento com a singularidade de cada qual.
O respirar poderá ser menos ofegante se houver
motivação para dar mais um passo em
direção aos seus objetivos.
A vida, enfim, poderá ser menos dura se a ela houver soma de
consciência de agradecimento por ainda termos a chance de
vivermos mais um dia.
Feliz Dia do Trabalho!