Os PCNs citam que as atividades de jogos permitem ao professor analisar
e avaliar os seguintes aspectos:
– Compreensão: entender o processo do jogo,
autocontrole e o respeito a si próprio.
– Facilidade: construir uma estratégia vencedora.
– Possibilidade de descrição:
capacidade de comunicar o procedimento seguido e da maneira de atuar.
– Estratégia Utilizada: capacidade de comparar com
as previsões ou hipóteses.
A participação em jogos de grupo
também representa uma conquista cognitiva, emocional, moral
e social, assim como um estímulo ao desenvolvimento de sua
competência matemática.
Isso porque, além de ser uma atividade natural para o
desenvolvimento dos processos psicológicos, os alunos fazem
sem a obrigação “imposta”,
apesar das exigências, regras, normas e controle.
Com isso, as crianças aprendem a lidar com
símbolos e a pensarem por analogia, ou seja, os significados
das coisas passam a ser imaginados por elas.
Com isso, elas tornam-se criadoras de convenções
e capacitadas
a se submeterem a regras e a darem
explicações.
Jogos e recreações são representados
atualmente como estratégias ao desenvolvimento de ambientes
de aprendizagem.
Eles propiciam criatividade pelas suas qualidades
intrínsecas de desafio à
ação voluntária e consciente, os quais
estão incluídos nas inúmeras
estratégias do material didático.
Além disso, permite a passagem do fazer para compreender,
que é essencial no contexto escolar, principalmente no
aprendizado da Matemática.
Isso pode ser facilmente entendido, pois o conhecimento
lógico-matemático é
construído pelas crianças por um processo
“de dentro para fora, em interação com
o ambiente físico e social, e não por
internalização, de fora para dentro, por meio de
transmissão social” (KAMII, 1995, p. 17).
Kamii enfatiza que os jogos são um recurso motivador
à aprendizagem das quatro operações,
pois envolvem regras e contribuem ao desenvolvimento da autonomia.
Ela defende sua utilização no ambiente escolar
porque as atividades com jogos “[...] são melhores
que folhas de exercícios [...], fornecem oportunidades para
criar estratégias, um trabalho intelectualmente mais
estimulante” (1995, p. 147–148).
A justificativa de os alunos criarem seus materiais se deve
à ideia de verificar que tipo de matemática eles
estão pensando, que tipo de estratégias eles
montam e, consequentemente, que erros comentem ao realizar as contas,
de modo que seja possível uma
intervenção auxiliando no aprendizado dos alunos.
Além disto, ao elaborarem seus próprios jogos, os
alunos acabam participando mais de toda a atividade.
O objetivo é melhorar as capacidades de
estratégia, cálculo mental,
noção espacial e lógica, bem como na
formação do caráter do aluno em
relação à honestidade, companheirismo,
respeito às regras e ao resultado do jogo (saber perder),
tornando a aprendizagem matemática mais significativa e o
trabalho do professor mais prazeroso.
Referências:
BRASIL, Ministério da Educação.
Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: 1998;
KAMII, Constance. Desvendando a Aritmética. Campinas:
Papirus, 1995.
Ana
Laíde Videira Yamana
é Coordenadora do Programa Matemática
Descomplicada no município de Porto Feliz, São
Paulo, que se dá pela parceria entre a Secretaria de
Educação e a empresa Planeta
Educação.