O Sindicato da Indústria da Construção
Pesada do Estado de São Paulo (SINICESP-SP), o Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias da
Construção Pesada, Infraestrutura e Afins do
Estado de São Paulo (SINTRAPAV-SP) e a
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em
São Paulo (SRTE/SP) lançaram, no dia 4 de
outubro, o livro “Construindo a Inclusão da Pessoa
com Deficiência no Trabalho”, escrito pelo
médico e auditor fiscal da SRTE/SP José Carlos do
Carmo e produzido pela Associação Civil Cidadania
Brasil (ACCB).
A obra, que levou um ano para ser produzida entre a pesquisa
documental, visita canteiros de obra do setor, entrevista gestores,
colegas, familiares e profissionais com deficiência que atuam
no setor e redação, retratando o processo de
inclusão de trabalhadores com deficiência na
indústria da construção pesada.
No livro, o autor credita à Lei 8.213/1991, a chamada Lei de
Cotas, o impulso ao avanço da empregabilidade da pessoa com
deficiência.
“Como
costuma acontecer com leis de caráter afirmativo, a Lei
8.213 foi uma medida de emergência necessária para
provocar a mudança de um quadro de exclusão
social que se arrastava historicamente. Trata-se de uma lei que nasceu
sob a convicção de que um dia não
será mais necessária. Quando a
inclusão for uma realidade e a
contratação de pessoas com deficiência
se incorporar à prática e aos valores das
empresas, sem nenhum tipo de preconceito, a Lei de Cotas
será apenas um marco legal na história de nosso
país” afirma.
Segundo José Carlos do Carmo, “a
experiência inclusiva na construção
pesada comprova que a realização deste objetivo
é uma tarefa complexa, que se faz aprendendo com
situações novas todos os dias, marcadas por
avanços e retrocessos, aliando o sonho de um mundo melhor ao
pragmatismo da execução de
ações concretas para a
transformação do mundo do trabalho”.
O livro aborda o contexto da inclusão da pessoa com
deficiência, explica a estratégia de pactos
setoriais desenvolvida pela SRTE/SP como forma de impulsionar a
contratação de trabalhadores com
deficiência no Estado de São Paulo e oferece um
amplo diagnóstico da empregabilidade de trabalhadores com
esta condição na construção
pesada.
Para isso, foram realizadas discussões em grupos focais
mediadas por psicólogas, envolvendo gestores de recursos
humanos, chefes imediatos, colegas de trabalho, familiares e
trabalhadores com deficiência já empregados no
setor.
A publicação traz, ainda, histórias de
vida de trabalhadores da construção pesada
colhidos nos próprios canteiros de obra.
O livro “Construindo a Inclusão da Pessoa com
Deficiência no Trabalho” é um
lançamento conjunto da Áurea Editora e da ACCB
(Associação Civil Cidadania Brasil).
Sobre
o Livro
“Construindo a Inclusão da Pessoa com
Deficiência no Trabalho” traz um diferencial
importante tanto na forma de recolher e transmitir resultados (mediante
grupos focais representativos de cinco atores diferentes) como no fato
de retratar a pessoa com deficiência em um cenário
inusitado.
Este livro mostra o trabalhador com deficiência em uma
“Experiência na Indústria da
Construção Pesada no Estado de São
Paulo”.
É produto de desafio e comprovação de
possibilidade.” (Izabel de Loureiro Maior, docente mestre da
Faculdade de Medicina da UFRJ, integrante da carreira de especialista
em políticas públicas e gestão
governamental do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, foi Secretária
Nacional de Promoção de Direitos da Pessoa com
Deficiência em 2009/2010).
“A
inclusão da pessoa com deficiência no mundo do
trabalho é um direito fundamental cujo exercício
tem impacto na vida de todos. Ao conseguir um emprego, ela
não só abre caminho para a conquista de
crescentes graus de autonomia, como ganha um novo papel na
família e na comunidade. Ao atuar de forma produtiva,
demonstra que a possibilidade de superar os limites impostos por sua
condição depende também de que lhe
sejam oferecidas oportunidades iguais às dos demais
cidadãos. Como regra geral, a sua capacidade de resposta tem
superado as expectativas e oferecido aprendizagens importantes ao
ambiente corporativo.” (José Roberto de Melo,
Superintendente da SRTE/SP)
“O aumento da empregabilidade da pessoa com
deficiência é uma das prioridades da agenda de
desenvolvimento do Brasil. Trata-se de um requisito
indispensável para a construção de um
modelo econômico sustentável, e, portanto,
inclusivo.
De acordo com o IBGE, um em cada sete brasileiros tem
deficiência ou mobilidade reduzida. No Ministério
do Trabalho e Emprego, acreditamos que o Brasil não pode
abrir mão de 14,5% de sua força produtiva
– percentual da população com
deficiência e mobilidade reduzida (Censo 2002, IBGE).
“Criar condições para que este
público exercite a cidadania passa por reconhecer sua
capacidade produtiva e enfrentar as barreiras que impedem que participe
da economia formal em condições de igualdade com
os demais trabalhadores.” (Carlos Luppi, Ministro do Trabalho
e Emprego).
Sobre
o Autor
José Carlos do Carmo (Kal) é auditor fiscal da
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado de
São Paulo, médico sanitarista e do trabalho
graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, mestre em Saúde Pública pela Faculdade de
Saúde Pública da USP e autor de livros na
área de saúde pública e do
trabalhador, como “A Inserção da Pessoa
com Deficiência no Mundo do Trabalho - O Resgate de um
Direito de Cidadania”, em parceria com a auditora fiscal do
trabalho Lucíola Rodrigues Jaime, bem como de artigos e
capítulos de livros sobre estes temas.
Fonte:
http://www.accb.org.br/