A Semana - Opiniões
Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

O Bom Relacionamento Intrapessoal - 22/11/2011
Encare-se, conheça-se, cuide-se

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Para se ter as qualidades necessárias e desejáveis, todo relacionamento deve começar num exercício interno, num relacionamento intrapessoal.

A imagem que passamos aos outros é uma consequência do que somos, do que estamos buscando, do que queremos para nós e para os outros à nossa volta.

Uma falha no relacionamento intrapessoal pode nos impedir de conhecermos, de fato, muitas de nossas principais características.

Ora, não é possível trabalharmos algo que não conhecemos, não é possível darmos contornos e moldes ao que não fomos capazes de identificar.

Nossos medos, angústias, desesperos e impaciências podem ser visíveis a outros em momentos muito inoportunos e, para não corrermos esse risco, um dos caminhos é encararmos o que gera em nós tais sentimentos.

Desejos não atendidos geram frustrações, desconfortos e mau humor, este entendido como uma grande fonte de grosseiras e palavras ditas em momentos inadequados, tornando-se uma grande “bola de neve”.

Conhecer-nos é mais importante do que possa à primeira vista parecer, pois nosso externo é apenas um simples reflexo do que somos internamente.

Identificar as características de nossa personalidade é um caminho para um relacionamento saudável conosco, garantindo um pouco mais de tranquilidade ao colocarmos a cabeça sobre o travesseiro.

Para começarmos o exercício do intrapessoal, devemos começar não fugindo do que sentimos, mas limitando-nos a entender que nem todas as nossas vontades poderão ser satisfeitas.
Inclusive, isso é muito bom para entendermos que temos limites e que para uma vida realmente saudável em todos os aspectos, e não apenas no corpo físico, precisamos atender e aprender com os princípios de Deus.

Quando nos iramos com algo ou alguém, por exemplo, é um bom momento para identificarmos o porquê dessa reação e, ainda, colocarmos em balanças fiéis, e não nas manipuladas pelas nossas tendências, tudo aquilo que fez com que agíssemos de determinado modo.

Colocar os nossos porquês em balanças fiéis é, entre outros, não nos apegarmos a modismos apregoados por desconhecidos, tais como muitos “famosos” conteúdos da mídia brasileira.
Pode ser, também, encararmos nossas falhas, nossas incapacidades de entender que nem tudo pode ser feito nos nossos moldes. Aqui falo da sala de aula, local em que muitos se juntam para aprender e, sem dúvidas, ensinar.

Muitas vezes quando sentimos um desconforto, tendemos a mudar a direção dos nossos olhos, atentando-nos a algo mais confortável de se ver e pensar.

Não, não deve ser assim nosso relacionamento intrapessoal. Aliás, para ele ser realmente eficaz é preciso sermos corajosos o suficiente para entendermos que erramos, que falhamos com algo ou alguém, que agimos de um modo que não somente prejudicou o outro como também, e às vezes principalmente, a nós mesmos.

Somos falhos, é verdade, mas não podemos tomar as formas daquilo que precisa ser consertado com as devidas abordagens, mas isso, não desanime, exige trabalho e comprometimento.

Num processo de autoconhecimento, é possível que venhamos ficar tristes com os resultados que podem, porventura, não ser exatamente aquilo que desejávamos.

Contudo, a tristeza não pode tornar-se inválida, mas sim gerar em nós o desejo de “colocarmos a nossa casa interior em ordem”.

É momento de levarmos nosso relacionamento intrapessoal mais a sério, não deixá-lo falando sozinho, não fazer pouco caso dele.

Quando compreendemos nossas razões, adequadas ou não em relação a algo, temos, enfim, a chance de nos relacionarmos com o outro de um modo mais maduro, mais ético e mais condizente com aquilo que buscamos, de fato, alcançar.

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