Perdemos Steve Jobs! É com grande intimidade e com
um sentimento de perda que escrevo isto, afinal, Steve faz parte da
minha vida desde
que, no início dos anos oitenta, me apaixonei por
computadores ao tocar um Apple II mesmo ele estando desligado. Foi ali
que decidi ser programador de computadores.
Steve Jobs representa (no presente mesmo) o que há de mais
genial em uma geração que nasceu no
pós-guerra.
Steve tinha apenas uma grande vontade: mudar o mundo. Mas, o que dois
nerds da Califórnia podem fazer para mudar o mundo com
parafernálias eletrônicas?
Lá na garagem da família Jobs nascia um sonho que
mudaria a história dos computadores, a história
da música e a história da
comunicação que, por fim, criaria uma nova
história ao colocar nas mãos das pessoas
equipamentos com poder computacional, que podem ser tocados com a ponta
dos dedos, separando, finalmente, o que é dos
técnicos e o que das pessoas comuns.
O legado deixado por Jobs é um mundo completamente diferente
do que era quando ele e Wozniak começaram a construir
computadores na garagem da família de Steve.
Os computadores chegaram às mãos das pessoas
comuns, tornaram-se equipamentos necessários à
educação, à saúde e a
qualquer indústria, inclusive as artes.
Jobs era um apaixonado pelo que fazia e o que fazia na verdade era
encantar as pessoas. Jobs chegou a passar uma noite acordado (foram
várias), olhando para uma mesa de escritório e
imaginando como deveria ser o MAC para que não atrapalhasse
o serviço dos usuários.
Depois de vinte e quatro horas olhando a mesa, concluiu que o
único espaço possível era o de uma
lista telefônica, aliás, era justamente o lugar da
lista que o MAC deveria tomar.
Quando comunicou aos engenheiros que o MAC deveria ser do tamanho de
uma lista telefônica, quase provocou uma guerra dentro da
APPLE, houve brigas, choro, pedidos de demissão, xingamentos
à mãe de Steve e, até mesmo Woz, seu
eterno e bom parceiro chegou a interceder para que Steve não
insistisse nessa loucura, pois pensava ser impossível criar
um computador nestas dimensões.
Steve apenas observou tudo com seu característico sorriso
sarcástico de canto de boca. No final, sentenciou:
“Só estou propondo isso porque vocês
são os únicos no mundo capazes de
fazê-lo”.
Em 1984, Steve Jobs subiu ao palco e apresentou Macintosh, ele estava
certo, os engenheiros traduziram seu sonho em uma máquina
especial que ocupava apenas o espaço de uma lista
telefônica.
No mesmo ano, Steve foi dispensado da APPLE, pois a diretoria
não concordava com seus métodos de trabalho e o
colocou pra fora da sua própria empresa.
Muita coisa se falou sobre ele na época, inclusive que era
um bêbado perdedor e que a única coisa que tinha
feito na vida era o APPLE II e jamais se levantaria novamente.
Alguns anos depois, Steve Jobs revolucionaria a
animação cinematográfica ao produzir
Toy Story. Steve estava no topo novamente e era aclamado como
gênio.
À beira da falência, a APPLE o chama de volta e,
desta vez, com entendimento que o único jeito da empresa
permanecer vencedora era justamente aqueles métodos antes
criticados. E não é que Steve Jobs levou a APPLE
novamente à condição de primeira do
mundo?
Muitas são as faces dos gênios, Steve Jobs se
encaixa nestas mil faces da genialidade, pois parte deste plano com seu
sonho realizado mudou a história dos computadores, mudou a
história do cinema, mudou a história da
música, mudou a história da
comunicação, enfim, Steve Jobs mudou o mundo.
Afinal, trabalhar para mudar o mundo
é melhor do que vender
água com açúcar. “Vamos
inventar o amanhã, em vez de nos preocuparmos com o que
aconteceu ontem” (Steve Jobs).