Viva com prudência - 19/04/2011
Caminhos de conhecimento e sabedoria
Ouvir os conselhos dos mais velhos, como avós, pais e demais conhecidos, falar sempre a verdade com cuidado e ética, passar pelo o outro e oferecer-lhe um sorriso de bom-dia, buscar a paz com os vizinhos...
Diminuir a velocidade do carro ao ver bola, pipa e, consequentemente, crianças por perto, oferecer lugar para o mais velho sentar-se, não agir impensadamente diante dos tantos infortúnios do trânsito, respeitar o espaço do outro...
Ser gentil com o vendedor que precisa bater meta, buscar a Deus em todo momento, parar ao sinal amarelo e vermelho, oferecer água ao sedento e abrigo àquele que não tem onde sequer recostar a cabeça...
Viver seguindo tais condutas pode ser, ainda que muito aquém de toda a essência do conceito embutido na palavra prudência, sinônimo de viver prudentemente cada dia e cada instante como se fossem o último.
A vida, esta que tanto temos cuidado e para a qual dispomos de tantos valores para darmos sempre e a qualquer preço o melhor, a vida é como a nuvem da manhã que tão cedo passa e, quando menos se espera, não existe mais.
Tantas são as pessoas que se deixam acompanhar pelos devaneios trazidos pelas frustrações, tantas são aquelas que perdem boa parte de seus dias embaraçadas pelas mágoas e inveja... Quantas são aqueles que passam por nós sem ao menos dar-se o trabalho de olhar em nosso rosto, quantos vivem imprudentemente.
Buscar o conhecimento e o entendimento, dois conceitos muito diferentes um do outro, são conselhos dignos de serem seguidos por todos os que desejarem ser sábios de coração, não sendo levados como folhas secas soltas pelo ar.
A sabedoria, aquela que nos ensina a importância de se viver prudentemente, não é encontrada no estudo empenhado de livros, ela procede do coração de cada um de nós, dado que difere em muitos aspectos do conceito que temos de inteligência.
Para ser
sábio, o coração não
poderá permitir-se satisfazer todas as suas fantasias de
felicidade, dado que são fantasias e inexistem no mundo real
conhecido pelo sábio de coração. O
sábio entende que do mesmo modo que um
coração que zela pelo conhecimento conduz
à vida, um coração insano traz
sofrimentos, perdas irreparáveis e muita dor.
Viver prudentemente é analisar diariamente todos os
conteúdos que povoam a nossa mente, pois se damos moradia a
pensamentos maus, logo estes habitarão o
coração e, como consequência,
regerão todos os nossos caminhos, fazendo-nos
tropeçar pelas muitas pedras de um caminho tortuoso.
A prudência nos ensina que não podemos fugir de nós mesmos, dos nossos temores, mas, antes, é necessário encarar os nossos mais altivos pensamentos e desejos oriundos de um coração que a cada dia tem algo novo para aprender e ensinar.
Um coração prudente sabe que o conhecimento e a sabedoria precisam ser buscados com mais força do que a busca pelo ouro tem sido hoje, busca esta que tem sido a causa de tantas lágrimas que correm como rios dos olhos de muitas pessoas.
Não há segredos que não podem ser desvendados pelos sábios que conseguiram e conseguem ater o coração e a mente às palavras que produzem sabedoria.
A companhia dos sábios deve ser mais desejada que a companhia do dinheiro e da exaltação. Infelizmente, esses valores têm sido perdidos, busca-se o valor monetário em detrimento do valor moral. Há empenho em conquistar fama e não necessariamente pessoas. Há desejo por ensinar sem nunca antes ter-se aprendido nada...
Vida com prudência requer comprometimento, análise interior, fidelidade aos bons princípios, não consentimento com o erro, tolerância entre todos... Uma vida regida pela prudência será lembrada e desejada por todos que tiveram a felicidade e o privilégio de conhecê-la e, mesmo na partida, ainda haverá menção honrosa sobre ela.
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