Participação das Mulheres Com Deficiências é Crescente no Brasil - 14/10/2010
Dados fornecidos pelas Nações Unidas
Os
problemas enfrentados por mulheres com deficiências
são múltiplos e nos últimos anos
vêm sendo objeto de estudos e recebendo a valiosa
contribuição dessas corajosas mulheres, que
prosseguem em suas lutas por uma melhor
qualidade de vida e têm obtido grandes sucessos. Vejamos o
que observadores das Nações Unidas informam:
Depois de iniciativas iniciais algumas outras reuniões
locais, nacionais e também internacionais sobre
questões que afetam mulheres com deficiência
estão ocorrendo, periodicamente, no Brasil.
Durante a Conferência sobre as Nações Unidas sobre as Mulheres em Beijing, China, havia duas brasileiras com deficiências que faziam parte das delegações oficial e de ONGs.
O Brasil enviou a segunda maior delegação (40 delegados) entre os 80 países participantes ao Fórum Internacional de Liderança para Mulheres com Deficiências. Muitas das delegadas brasileiras foram palestrantes.
Nos dias atuais a situação das mulheres com deficiências no Brasil está claramente apresentando progressos. Elas estão assumindo papéis de liderança importantes, encabeçando a maioria das organizações representativas nacionais no país.
Na
condição de indivíduos,
estão começando a compartilhar oportunidades
iguais com homens na mesma situação que elas.
Elas estão se fortalecendo e conscientes de seu papel social
enquanto mulheres.
Maternidade
No que se refere à maternidade, cada dia muito mais mulheres
com todos os tipos de deficiências estão
experienciando a maternidade. A maioria delas deveria passar
normalmente pelo sistema de saúde para ter seus
bebês, mas não existem dados nem
relatórios sobre isso, visto do ponto de vista da
deficiência.
Em razão deste fato, entre outros, mães deficientes enfrentam importante falta de informação, conhecimento e treinamento da parte de médicos e outros prestadores de serviços de saúde e reabilitação. Por exemplo, existe o caso de uma mulher brasileira com síndrome pós-pólio.
Quando grávida, seu médico lhe disse que, em razão de sua deficiência e para não correr riscos, deveria submeter-se a uma operação cesariana e fazer o ligamento das trompas a fim de evitar uma nova gravidez. Ela ficou verdadeiramente frustrada com esta perspectiva.
Contudo, ela começou a sentir contrações inesperadamente, chegou à sala de emergência do hospital público, teve parto natural e não fez o ligamento das trompas. Depois, a despeito do julgamento feito pelo médico, teve mais duas gravidezes desejadas e bem sucedidas com parto natural e, além disso, adotou duas outras crianças.
Admitindo que em alguns casos mulheres podem enfrentar verdadeiramente riscos à saúde ou à vida ao engravidar, infelizmente em muitas situações as mulheres estão enfrentando discriminação e falta de informação da parte dos médicos e da sociedade.
No que diz respeito aos médicos, isto provavelmente ainda acontece devido à mentalidade superada de algumas escolas de medicina que ainda produzem médicos formados encorajados a considerar suas pacientes como pacientes doentes, completamente dependentes de seu conhecimento médico para sobreviver.
Os médicos devem ser aliados, e, infelizmente, algumas vezes acontece de serem os obstáculos mais fortes no processo de desenvolvimento de conscientização social e inclusão de pessoas deficientes na sociedade. E este não é um caso específico do Brasil.
Com base na experiência pessoal e experiências feitas pela autora ( que é uma mãe quadriplégica) , as mesmas situações acontecem no mundo todo. Mulheres deficientes precisam lutar em suas vidas diárias para fazer a sociedade perceber que elas estão simplesmente numa situação diferente, conservando seus direitos, sua integridade física, social e sexual.
As mulheres precisam, também, educar constantemente a sociedade a fim de não serem encaradas como doentes permanentes e incapazes de tomar suas próprias decisões na condução de suas vidas.
Traduzido e digitado em S.Paulo por Maria Amélia Vampré Xavier, da Rede de Informações Área Deficiências Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado, Fenapaes, Brasília (Diretoria para Assuntos Internacionais), Rebrates, SP, Carpe Diem, SP, Sorri Brasil, SP, Inclusion InterAmericana e Inclusion International em 17 de novembro, 2008.
Os conceitos e opiniões emitidos em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.