Guiados pela mente e pelo coração - 13/09/2010
O filtro que permite a verdadeira consciência
Pensar em nossa mente como um filtro que impede as mais diferentes impurezas fixarem moradia e descerem aos nossos corações é lição importante para trabalharmos com nossos alunos em sala de aula, seja qual for a disciplina que lecionarmos.
Em casa, na rua ou até mesmo dentro dos altos muros de nossas escolas, nossos alunos estão expostos a diversas situações desafiadoras que, violentamente, invadem suas mentes, causando uma série de conflitos.
Questões como os desenvolvimentos físicos e psicológicos, a sexualidade, o respeito às diferenças, o que se entende por família, meio ambiente, política, drogas, poluição e tantas outras são apresentadas diariamente por diversos veículos de comunicação.
Estes veículos de comunicação têm opiniões e objetivos muito bem-definidos que, na condição de conhecedores do poder que exercem sobre outras pessoas, impõem seus pensamentos por meio de artimanhas elaboradas por verdadeiros mestres na arte de comunicar, de formar opiniões, de exercer influência.
Se a escola não abordar tais temáticas, a tendência é de auxiliarmos nossos alunos apenas com a formação em nossa disciplina, mas não o preparar para a vida, para o mundo repleto de pessoas que desejam agregar o maior número possível de pessoas que compartilham de ideais afins, tal como num grande exército, fazendo perder o que temos de mais precioso que é a diferença entre nós.
Estas diferenças podem ser a visão de mundo de cada um, a qual, se bem estruturada e formada, impõe-se diante de tudo o que é apresentado, não aceitando nada sem antes desenvolver uma análise sadia e consciente da situação que se apresentar.
Da mesma forma como os meios de comunicação são tidos como nossos aliados, também podem servir como opressores se o aluno não for capaz o suficiente de desenvolver uma visão crítica de tudo o que vê por meio da televisão, internet, folders e muitas outras formas de impor um pensamento, uma visão de mundo, um caminho para se chegar a algum objetivo pré-definido, o qual pode, num primeiro momento, não ser claro a nós, alvos das mais diversas formas de imposições.
As propagandas, as novelas, os filmes, os telejornais, as revistas, as músicas e afins, por exemplo, são formas muito poderosas de abrir caminhos para a fixação dos mais diferentes tipos de comportamento humano. Para se ter ideia, pessoas sorriam, choram, ficam tristes e felizes diante daquilo que assistem na televisão numa tarde de sábado, por exemplo.
Talvez, se não fosse pelo fundo musical triste numa novela, por exemplo, muitas pessoas não se comoveriam diante de uma cena que tem a intenção de colocar o telespectador contra ou a favor de determinada prática que está acontecendo. As intenções? Bom, elas podem ser as mais assustadoras possíveis, isto para não usar outro adjetivo para elaborar tal caracterização.
Desta forma, podemos afirmar que todos nós somos guiados, de um modo ou de outro, pelos nossos corações. As mais belas músicas nos incentivam para tal. Mas é sempre importante colocar nossos alunos diante da questão do filtro que somente a nossa mente em seu estado mais consciente e livre de julgamentos prévios e impostos pelo outro é capaz de colocar em pleno funcionamento.
Como o mundo todo de um modo geral traça artimanhas para fazer com que todos nós tenhamos os mesmos pontos de vista e agimos de modo mecanizado e uniformizado por pessoas com intenções obscuras, nada mais humano e consciente do que preparamos nossos alunos para se imporem diante de tudo o que veem, sendo capazes de não apenas terem uma visão crítica, mas de a apresentarem de forma realmente válida, sem, é claro, esquecerem-se da ética e do compromisso com a verdade, fatores tão escassos hoje em dia.
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