A distância não traz cura - 01/09/2010
A genuína atenção
Certa vez, ouvi alguém dizendo que para se viver de bem com a vida é necessário nos afastar de pessoas egoístas e pessimistas. O que posso dizer, contudo, a distância não traz cura de nenhum mal a ninguém.
Há a necessidade de calor humano até mesmo para as pessoas que insistem em viver sozinhas, pois, muitas das vezes, essas pessoas se afastam porque temem ser enganadas, vítimas de pouco caso, ridicularizadas e menosprezadas e, por isso, afirmam para o outro e para si mesmas que é melhor ser e estar desacompanhadas em suas dores, em suas vitórias, em suas vidas.
Ao se distanciarem do convívio com outras pessoas, elas pensam que estão se protegendo dos seus próprios fantasmas. Entretanto, todos nós, próximos ou não da lógica que norteia o senso comum, entendemos, ainda que não contemos isso nem a nós mesmos, como é importante termos o apoio de outro alguém em vários momentos de nossas vidas.
Em nossas salas de aula, por exemplo, do mesmo jeito que temos alunos que se destacam pela agressividade da fala e da imposição de seus desejos, há sempre aqueles alunos que parecem alheios a tudo o que acontece a sua volta.
Como é mais fácil direcionarmos nossas atenções ao aluno que mais causa tumulto na sala de aula junto aos demais colegas, precisamos tomar cuidado para não transmitirmos uma mensagem negativa sobre as vantagens de se ter “bom comportamento” aos alunos mais bem-educados e acomodados em seus pensamentos, em suas perspectivas sobre o ambiente em que se vive.
Os alunos mais quietos da nossa sala, por exemplo, ao ver que não têm a nossa atenção tal como os demais alunos, podem pensar que o melhor caminho, na realidade, é aquele que nós, como professores, estamos dizendo exatamente que não é, ou seja, o caminho da imposição excessiva e desmedida da fala e dos desejos, sem se importar com quem estiver por perto.
Desta forma, olhar do lado, enxergar até mesmo aquele que, aparentemente, não quer ter atenção são maneiras muito válidas de se mostrar mais humano, mais solidário, mais conscientes das necessidades de todos nós, características tão ausentes, tão distantes nos dias atuais.
A sala de aula é o lugar em que nossos alunos buscam e encontram exemplos do que ocorre no mundo. A maneira como tratamos um aluno e outro faz muita diferença aos olhos dos sujeitos das nossas ações e, também, daqueles que, mesmo disfarçadamente, fingem que não estão percebendo nossas indiferenças, ainda que não seja esta nossa verdadeira intenção.
Todos os nossos alunos precisam ser envolvidos num ambiente que promova a diminuição da desigualdade de tratamentos e “privilégios”, pois tal como estão aprendendo, eles poderão reproduzir nas suas vidas adultas e no exercício da cidadania.
O aluno que mais causa tumulto em nossas aulas também necessita de nossas atenções, mas não uma atenção que o discrimine, que o chame apenas para dizer que ele não tem mais jeito. Não, mas uma atenção que demonstre afeto e genuína preocupação com seu bem-estar, com o bem-estar de sua família e todos aqueles que estão, de uma forma ou de outra, dentro de círculo de convívio.
Aqui, neste ponto, os alunos que não manifestam suas vontades, seus anseios, suas insatisfações, os quais normalmente estão lá no meio de nossa sala de aula, cabisbaixos, desenhando alguma coisa em seus cadernos enquanto nossas aulas correm como sempre, também são contemplados, assim como não poderia deixar de ser.
Certa vez, ouvi alguém dizendo que para se viver de bem com a vida é necessário nos afastar de pessoas egoístas e pessimistas. O que posso dizer, contudo, a distância não traz cura de nenhum mal a ninguém.
Há a necessidade de calor humano até mesmo para as pessoas que insistem em viver sozinhas, pois, muitas das vezes, essas pessoas se afastam porque temem ser enganadas, vítimas de pouco caso, ridicularizadas e menosprezadas e, por isso, afirmam para o outro e para si mesmas que é melhor ser e estar desacompanhadas em suas dores, em suas vitórias, em suas vidas.
Ao se distanciarem do convívio com outras pessoas, elas pensam que estão se protegendo dos seus próprios fantasmas. Entretanto, todos nós, próximos ou não da lógica que norteia o senso comum, entendemos, ainda que não contemos isso nem a nós mesmos, como é importante termos o apoio de outro alguém em vários momentos de nossas vidas.
Em nossas salas de aula, por exemplo, do mesmo jeito que temos alunos que se destacam pela agressividade da fala e da imposição de seus desejos, há sempre aqueles alunos que parecem alheios a tudo o que acontece a sua volta.
Como é mais fácil direcionarmos nossas atenções ao aluno que mais causa tumulto na sala de aula junto aos demais colegas, precisamos tomar cuidado para não transmitirmos uma mensagem negativa sobre as vantagens de se ter “bom comportamento” aos alunos mais bem-educados e acomodados em seus pensamentos, em suas perspectivas sobre o ambiente em que se vive.
Os alunos mais quietos da nossa sala, por exemplo, ao ver que não têm a nossa atenção tal como os demais alunos, podem pensar que o melhor caminho, na realidade, é aquele que nós, como professores, estamos dizendo exatamente que não é, ou seja, o caminho da imposição excessiva e desmedida da fala e dos desejos, sem se importar com quem estiver por perto.
Desta forma, olhar do lado, enxergar até mesmo aquele que, aparentemente, não quer ter atenção são maneiras muito válidas de se mostrar mais humano, mais solidário, mais conscientes das necessidades de todos nós, características tão ausentes, tão distantes nos dias atuais.
A sala de aula é o lugar em que nossos alunos buscam e encontram exemplos do que ocorre no mundo. A maneira como tratamos um aluno e outro faz muita diferença aos olhos dos sujeitos das nossas ações e, também, daqueles que, mesmo disfarçadamente, fingem que não estão percebendo nossas indiferenças, ainda que não seja esta nossa verdadeira intenção.
Todos os nossos alunos precisam ser envolvidos num ambiente que promova a diminuição da desigualdade de tratamentos e “privilégios”, pois tal como estão aprendendo, eles poderão reproduzir nas suas vidas adultas e no exercício da cidadania.
O aluno que mais causa tumulto em nossas aulas também necessita de nossas atenções, mas não uma atenção que o discrimine, que o chame apenas para dizer que ele não tem mais jeito. Não, mas uma atenção que demonstre afeto e genuína preocupação com seu bem-estar, com o bem-estar de sua família e todos aqueles que estão, de uma forma ou de outra, dentro de círculo de convívio.
Aqui, neste ponto, os alunos que não manifestam suas vontades, seus anseios, suas insatisfações, os quais normalmente estão lá no meio de nossa sala de aula, cabisbaixos, desenhando alguma coisa em seus cadernos enquanto nossas aulas correm como sempre, também são contemplados, assim como não poderia deixar de ser.
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