O Príncipe da Comunidade - 23/08/2010
Paulo Castro
Num certo momento da vida, um príncipe da comunidade, o qual se esqueceu que é rei de um mundo infinito, caminha pelas ruas da comunidade, alegre e solitário, atraindo para ele legiões de comunitários e mendigos.
O príncipe da comunidade sonha com moradias belíssimas para todos os homens num longínquo lugar.
Porém, quando as pessoas escutam sua pregação, riem e dizem que “sonhos tão grandes para um comunitário o fazem parecer um rei, mas que é tão somente um pária”, e as pessoas que o seguem dizem que ele não é nada mais que o rei de sua comunidade.
Os que o desconhecem desprezam-no e humilham-no quando podem, e os que o seguem apenas lhe exigem que fosse rei das ruas sombrias. Grandes sofrimentos o pobre padecia, pois deste mundo a vida não compreendia.
No entanto, pouca explicação sobre seu sonho possuía, só uma vaga lembrança tinha de que melhores rumos em algum lugar existia. Ele dizia e cantava para todos os que passavam:
“Há muitos mundos diferentes, mundos de homens, mundos de deuses. Em todos eles existe vida, vida sagrada, vida divina. Há grandes seres, pequenos seres, todos iguais em essência. Somos irmãos, todos irmãos e, se buscar somente no teu coração, acharás o amor do pai eterno”.
O príncipe então compreendeu que se deve usar o raciocínio, pois para ensinar é preciso imitar a vida e se adaptar. Compreendeu que para aquele que não o tem, o ensino se lhe dá muito bem, mas se por si mesmo o conquistar, cedo o perderá. Compreendeu que o tempo e o sofrimento são companheiros próximos que transmitem consciência aos seres.
Teve que aprender a centralizar a sua vida em torno do ideal, mas ao mesmo tempo realizou boas ações a todos, orando a Deus acima de tudo.
O tempo passou e o príncipe da comunidade aprendeu a desligar suas faculdades interiores para, assim, poder ver a Luz Divina que emana do seu ser.
Percebeu que a vida mostra aos filhos da Luz Divina os jogos de sabedoria que todo problema pode resolver, porém aquele que em demasia confia em si mesmo esquece-se que da Luz Divina vem a vitória e, num momento ou em outro, terá que ser responsabilizado.
O tempo passou e todos os dias as pessoas começaram a ouvir um cantar que dizia que o príncipe da comunidade a seu reino tem voltado, mas que algum dia regressará. “Por nós voltará trazendo a paz, o amor e a harmonia que reinarão para todos em nosso novo reino”.
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