As Origens da Ku Klux Klan - 01/01/2004
Ódio Irracional
Cerimônia de iniciação de novos integrantes da Klan (1954)
O Fim da Guerra Civil Americana, em 1865, parecia prenunciar paz e prosperidade para os Estados Unidos. Apesar do grande número de baixas verificadas durante a guerra (aproximadamente 600 mil pessoas), a convicção dos vitoriosos nortistas em relação a seus propósitos econômicos (investimentos na ampliação do mercado interno; desenvolvimento da estrutura industrial) e a libertação dos escravos (que permitiria maior justiça social e a ampliação do mercado consumidor), pareciam ser as mudanças fundamentais para consolidar o país na condição de maior potência continental e, num segundo momento, permitir alcançar a primazia mundial.
Não contavam os norte-americanos com uma outra "guerra" que se iniciaria em seu território. Realizada, como a anterior, por motivos raciais. Não chegaria a atingir a condição de verdadeira batalha, mas faria um enorme estrago e inúmeras vítimas. Baseava-se no incontido ódio e desprezo dos brancos sulistas pelos negros, com os quais, de acordo com as novas leis que vigoravam no país, teriam que conviver em pé de igualdade.
Não que isso tenha se estabelecido plenamente, apesar dos esforços constantes de membros do Congresso norte-americano. Entre suas iniciativas, logo após o final da Guerra de Secessão, ainda no ano de 1865, destacou-se o surgimento de um departamento governamental chamado de "Escritório da Liberdade" (Freemans Bureau). Tinha por objetivo auxiliar os ex-escravos a conseguir emprego, educar-se e ter acesso a serviços de saúde. Chegou a gastar, apenas no seu primeiro ano de funcionamento o equivalente a U$ 17 milhões para criar 100 hospitais, 4000 escolas, fornecer alimentos e abrigo para os ex-escravos.
Capuz tradicionalmente usado por membros da KKK
Sofreram com os vetos impostos pelo presidente Andrew Johnson, em 1866, dificuldades para ampliar suas atividades. Johnson, inclusive, vetou a Lei de Direitos Civis (Civil Rights Bill) que tinha por objetivo evitar que os estados do sul aprovassem leis estaduais discriminatórias, conhecidas como Black Codes (através dessas leis, os sulistas proibiam os negros de participar de pleitos eleitorais, vetavam sua participação como jurados em tribunais, os impediam de carregar armas em lugares públicos e, além disso, restringiam seu acesso a certas profissões e trabalhos).
Em 1866, devido às novas eleições, a quantidade de congressistas favoráveis a defesa dos direitos civis aumentou. Foi votado o Reconstruction Act através do qual, os homens negros passavam a ter direito de votar e novas eleições foram convocadas em cada um dos estados sulistas. Essas leis também incluíam o direito dos novos governadores voltarem a ter representantes no Congresso caso ratificassem a 14ª Emenda Constitucional e dessem garantias ao voto dos negros. Apesar da tentativa de veto de Andrew Johnson, a lei foi aprovada pelo Congresso.
Como reação às medidas favoráveis a integração dos negros a sociedade sulista, surgiu em 1866 a Ku Klux Klan, no estado do Tennessee. Um ano depois a organização já havia crescido e atingia outras regiões. A maior parte dos líderes eram ex-soldados do exército sulista que haviam lutado contra a abolição na Guerra de Secessão. Já adotando, desde então, as vestes pelas quais ficariam mundialmente conhecidos, com seus rostos e corpos cobertos por lençóis brancos até o tornozelo. Iniciava-se uma história de violências e atrocidades sem igual nos registros norte-americanos. Perseguições aos negros e, posteriormente, a ampliação de seu raio de ação, com ações radicais e covardes contra outras minorias como os judeus, católicos, socialistas, comunistas, simpatizantes dos direitos civis e hispânicos.
As primeiras ações da KKK, como passou a ser chamada, estabeleceram como prioridade combater o direito de voto dos negros (maior símbolo de acesso à cidadania e aos direitos); no desenvolvimento de suas ações, os membros da Klan contaram com o auxílio de outras instituições racistas norte-americanas, como a Irmandade Branca (White Brotherhood), os Homens da Justiça (Men of Justice), os Guardiões da União Constitucional (Constitutional Union Guards) e os Cavaleiros da Camélia Branca (Knights of White Camelia).
Como forma de intimidação, os membros da Klan
queimavam cruzes em frente as casas das pessoas
que pretendiam ameaçar.
Os ataques violentos prosseguiram com enforcamentos, incêndios em casas de negros, mortes por espancamento,...
O governo federal norte-americano, através de investigações e leis criadas pelo Congresso e pelo presidente Ulysses S. Grant, ainda nos anos 1870, tentaram inviabilizar as ações da Ku Klux Klan. Descobriram que a organização já tinha um código de leis próprias, através das quais definia que todo o membro da Klan teria que providenciar seus próprios trajes e, no mínimo, possuir uma pistola; o governo descobriu ainda que as ações violentas ocorriam preferencialmente à noite e que as vítimas eram retiradas de suas próprias casas, arrastadas para locais pouco aprazíveis, torturadas de forma desumana e mortas com crueldade.
O Surgimento da lei conhecida como Ku Klux Act, em 1871, deu ao presidente autonomia para intervir nos estados sulistas. Isso permitiu que a Klan fosse extinta (se não totalmente, ao menos, parcialmente) até 1915.
O retorno da organização nos anos 1910 e, seu espetacular crescimento nos anos 1920, entretanto causaram enorme preocupação as autoridades. Foi a partir desse momento histórico específico que a Klan passou a perseguir pessoas de outras origens (inclusive estrangeiros), além dos negros. Em 1925, a KKK chegou a ter 4 milhões de filiados. E o pior de tudo, a impunidade continuava. Dificilmente um membro da Ku Klux Klan era preso ou, ainda mais raro, condenado.
O final da década de 1920, no entanto, não foi dos mais felizes para a Klan. Abalada por escândalos envolvendo alguns de seus principais membros, relacionados a denúncias de corrupção (como o prefeito de Indianápolis); tendo sofrido a perda de seu líder máximo, preso por assassinato e, numa época de terrível crise social e econômica (em decorrência do Crack da Bolsa de Nova Iorque, em 1929), o número de "associados" da KKK baixou para 30 mil.
O Movimento dos Direitos Civis enfrentou a Ku Klux Klan sem se deixar
Intimidar pela violência ou pelas frequentes provocações dos racistas.
A força do grupo retornou a partir dos anos 1950, com o crescimento a nível nacional do Movimento de Direitos Civis (Civil Rights Movement). Prevalecia no Sul do país a lógica perniciosa que dizia que os negros eram "iguais" mas que teriam que ter acesso aos direitos "separadamente". Isso significava na prática que os negros teriam acesso à educação, ao transporte público ou a saúde, desde que, em locais diferenciados em relação aos brancos. Não só separados, mas também, de qualidade inferior.
Apesar de, legalmente, terem direito de votar, os negros não se registravam como eleitores por medo das violentas reações da Klan, entre as quais, a mais comum nessa época era o linchamento.
Somente a partir das décadas de 1970 e 1980, quando os tribunais sulistas (pressionados pela opinião pública e pelo governo federal), se dispuseram a julgar de forma imparcial os crimes cometidos pelos brancos, a Ku Klux Klan sofreu fortes abalos que fizeram com que ela, inclusive, para pagamento de indenizações, tivesse que desembolsar montantes equivalentes a 7 milhões de dólares e perdesse boa parte de seu patrimônio e sua base de sustentação e sobrevivência.
1 Amanda Alves - São Paulo
Galera do Planeta educação vcs estão de parabéns !!!
Gostei muito da reportagem e tal, vou indicar para meus friend`s beijos, e valeu mais uma vez !!!!
05/11/2012 23:36:42
2 jade - piracicaba
eu achei um maximo
19/09/2012 17:22:43
3 milena sartori - relvado
e muito foda e sinistro
23/08/2012 16:40:13
4 dalila - mozarlandia go
muito enteressante. mas gostaria de saber mais a respeito ...
05/03/2012 14:42:30
5 Gamaliel Barbosa - Salvador/BA
Creio que no Brasil os senhores de engenho fizeram piores atrocidades com os negros, até mais do que a KKK fez nos Estados Unidos. Gostaria que fosse divulgado essas atrocidades no Brasil tambem.Sou pernambucano e lembrome que até há bem pouco tempo os negros não frequentavam cinema e outros orgãos públicos, as humilhações eram de arripiar. Creio que ainda hoje há grande descriminaçãos aos negros no Brasil.
21/02/2012 18:38:13
6 lariza ariele - ceilândia
eu gostei porque eu estou estudando isto,e quem nao gostou se ferre e va procurar uma lavagem de roupa e va estudar pra ser alguem na vida.Entendeu???
15/09/2011 15:54:28
7 Elton Dione Menezes Da Silva - Manaus
Gostei muito, mas gostaria de ver um pouco mais da historia o motivo é qual o objetivo dessa seita. Valeu
23/04/2011 22:13:37
8 Victor - Sao Paulo
Muito boa , pelo fato de ser breve nota para o site!!
mais eu queria saber onde eu tambem posso achar cerimonias
que eles realizavam e tambem 2 fatos de mortes com nomes dos
que foram mortos 2 , obrigado mais uma vez .
07/03/2011 13:17:19
9 KARLOTA DE ASSUS - MAROOR
NAUM GOSYTE I
23/04/2010 17:56:35
10 Anderson Passos - São Paulo
trabalho
19/02/2010 18:53:19
11 emily - guarulhos
muito belo a parte ruim é que eu vo ter que escrever tudo isso.rararara
mas ta otimo.Valeu
bjz
18/08/2009 15:35:49
12 Alexandre xand`yArrsto - Arrsto
puts` esse site tm the td..q eu precisava..
oh..vlw msm galera do:PLANETAEDUCAÇÃO....
vou indkr pros meu friends td...
12/03/2009 15:27:05
13 keity - limeira
Concordo plenamente com a Carla Floriano, como pode em pleno século XXI, alguém se dizer a favor do que a KKK fez não só contra o povo negro, mas também contra os judeus, estrangeiros, etc. É sem dúvida um alienado...Como Martin Luther King falou enquanto o povo negro negro não for livre o povo branco não será livre. Este certamente possiu sua alma pressa a principios distorcidos e digno de dó!
23/10/2008 08:38:22
14 Caroline Amaral - Floriano-Piauí
A reportagem atingiu o objetivo, mas ao ver a matéria logo pensei, vou descobrir como a sociedade Ku-Klux-Klan teria surgido...seria interesante...Poderiam informar por exemplo a origem da palavra, se havia relação da palavra klan com o título q era dado na idade média no império mongol aos líderes. Ex:Gengis Klan!
Só isso!
19/09/2007 23:28:04
15 kika - soro
axei mt bom...só naum axei a origem da seita...como tudo começou e tals...q foi por causa de uns garotos q queriam fzer algo diferente e talsss....
bjossssssssss
02/09/2007 17:40:22
16 Carla Floriano - Chapadão do Lageado
Estava lendo diversos artigos sobre a Ku Klux Klan e este por seu conteúdo inteligível, breve e objetivo foi o que mais me chamou a atenção. Também me chamou a atenção o comentário de um amigo que acha em pleno século XXI, com toda a informação e conhecimento sobre direitos, positiva de alguma forma a atuação da Ku Klux Klan, isto é inadmissível, como alguém pode fazer apologia à violência em um mundo conturbado em virtude da mesma?! Ele deveria passar mais tempo rezando, lendo mais ou simplismente sentando e refletindo sobre os seus conceitos distorcidos! Quem sabe no meio dessa escuridão de idéias absurdas ele encontre uma luz!
27/06/2007 15:30:23
17 Carla - São PAulo
O artigo atinge o objetivo a que se propõe, explicar num breve espaço a origem da Ku Klux Klan e seu direcionamento. Só lamento que, apesar desse histórico de terror e racismo, ainda surjam pessoas que dizem que " o que eles fazem é o certo". Obviamente, o Sr. do primeiro comentário trata-se de indivíduo sem nenhuma carga moral ou cultural que lhe permita discernir entre o certo ou errado.
24/06/2007 17:48:38
18 lucas machado - teixeira soares
descrição breve mais muito boa, sendo que o unico erro foi criticar a seita kkk sendo que o que eles fazen é o mais certo
01/06/2007 15:49:56
19 osni - são paulo
muito boa esta matéria, seria mais interessante se citasse nomes.
aliás, gostaria de saber se o membro que reorganizou a Ku Klux Klan em 1915 willian Joseph seymour é o mesmo que trouxe o avivamento pentecostal da rua azusa em Los Angeles em 1906 nos estados unidos.pois este ultimo era negro.
e também saber se Charles Fox Parham fez parte deste grupo chamado de KKK.
07/04/2007 01:54:20
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