A Semana - Opiniões
Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

Escolhas - 31/05/2010
A necessidade de tomada de decisão

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É comum em nossas vidas fazermos escolhas. Desde o amanhecer até o anoitecer estamos rodeados por diversas alternativas que estarão conosco durante todo o dia. Contudo, apesar de ser algo natural e comum a todos nós, escolher nem sempre é fácil, principalmente quando o grau de seriedade aumenta, pois o impacto que a escolha causará será visível aos olhos e corações de pessoas e situações que estejam envolvidas de uma forma ou de outra.

Escolher envolve análise, mas esta análise precisa fazer jus a sua real definição, ou seja, as partes precisam ser devidamente separadas e friamente avaliadas e, talvez por isso, muitos de nós temos sérias dificuldades para analisar, uma vez que ainda que dividamos o objeto de nossa análise em partes, nossa avaliação dificilmente é fria, pois de alguma maneira sempre fazemos refletir nossos conceitos e crenças sobre o que está diante de nós.

Diariamente chega ao nosso conhecimento, casos de pessoas que preferem não escolher, pois não querem assumir as consequências e os possíveis dissabores que podem envolver uma escolha feita equivocadamente. Muitas vezes são pessoas que têm medo de não suportar (dar suporte) os julgamentos advindos de outras e, não raras as vezes, são pessoas que têm medo de ficar sozinhas, sem nada ou ninguém.

Isto fica mais claro quando a escolha precisa ser feita sobre um relacionamento sentimental, por exemplo. Em nossas escolas, isto é mais comum do que muitos podem pensar, principalmente se o aluno for adolescente ou estiver no início da fase da juventude. Talvez por isso, a “onda” de “ficar” hoje em dia é cada vez mais comum entre nossos jovens, que julgam ser esta a melhor alternativa, pois não terão nenhum compromisso futuro com a outra pessoa envolvida.

Ora, nós, professores e pais, sabemos muito bem que as coisas não são bem assim, pois muitas são as vezes que nos vemos diante de verdadeiras guerras entre nossos alunos, ocasionadas principalmente quando um interessa-se pelo “ficante” do outro. Confuso? Não para quem vivencia ou já vivenciou situações assim.

Nossos alunos, muitos na fase da adolescência e juventude, estão cada vez mais indecisos quanto às escolhas e, por isso, julgam que ao não assumir um relacionamento mais sério com ninguém, até porque muitos não têm maturidade para tal, estarão livres das consequências e ônus que envolvem uma tomada de decisão.

Torna-se cada vez mais importante nós orientarmos nossos alunos e filhos a respeito do poder da escolha. Escolher pode não ser algo fácil, mas é algo indispensável para qualquer um de nós, sendo que hora menos hora, cedo ou tarde precisaremos decidir qual rumo vamos tomar em relação a alguma coisa.

O jovem aluno precisa entender que quando temos várias opções a nossa disposição, aqui significando não apenas pessoas mas também coisas e circunstâncias, antes de fazermos a nossa escolha não temos nada, por mais estranho que isso possa parecer. Podemos ter muitas alternativas de empregos à nossa frente, mas nenhum é nosso mesmo antes de escolhermos qual realmente queremos assumir como nosso.

É interessante pensarmos que até mesmo o fato de não escolher, envolve decisão e seleção. Desta forma, assumir a responsabilidade por aquilo que fazemos ou não fazemos é sempre a melhor alternativa, desde que tudo seja devidamente analisado, como dissemos no início deste editorial. 

Nós, como pais e professores, precisamos auxiliar nossos jovens sobre verdades como estas mesmo em época como a nossa, pois caso contrário nossos alunos conduzirão suas vidas como coadjuvantes da própria história, sem assumir o papel consciente de decidir a respeito de algo ou alguém.

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