Entrevistando Rosita Edler - 20/05/2010
Leonardo Campos
Rosita Edler é pedagoga, psicóloga, doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisadora na área de Educação Brasileira, com enfoque para a Educação Inclusiva, área na qual é especialista e atua também como consultora técnica. Sua atuação no campo educacional a fez detentora da medalha de honra ao mérito educativo.
1.O primeiro
ângulo a iluminar nesta entrevista é a
educação especial no Brasil hoje. Comparando com
o seu ponto de partida nestes estudos, considera que houve grandes
mudanças?
Sim, considero que houve muitas mudanças e de uma forma tão ágil que nem todos puderam elaborar suficientemente bem.
2. Da época do seu livro Temas em educação especial para os dias atuais, as leis mudaram e os governantes também. Considera satisfatória a gestão Lula no que tange à educação especial no Brasil?
A atual gestão tem a marca de seu tempo. Só conheceremos os efeitos positivos e negativos com o passar do tempo. Assim funciona a análise histórica dos fatos e fenômenos.
3. De acordo com suas pesquisas no assunto, qual seria o país que melhor investe em questões relacionadas ao Atendimento educacional especial?
O conceito de melhor é muito relativo, principalmente quando se tratam de investimentos. Se disserem respeito a recursos, infelizmente desconheço o quanto os países realmente aplicam no atendimento educacional especial e se o conceituam como alguns de nós fazemos. Se disserem respeito a ideias, penso que a França tem investido muito, principalmente na retomada dos estudos sobre laço social e educação.
4. E a pesquisa científica? Quais seriam os Estados brasileiros com maior (e melhor) desenvolvimento nos estudos sobre o assunto?
Creio que os estados do sul e do sudeste ainda estão na vanguarda, embora mereçam destaque os esforços dos estados das demais regiões do Brasil.
5. Falando de cinema: acha que o cinema colabora com o entendimento da educação especial ou apenas reitera os estereótipos e preconceitos diante do espectador? Gostaria de citar um caso específico?
Depende do filme. A história de Gaby é um exemplo de combate aos estereótipos. Trata-se de uma história verdadeira, bela e emocionante.
6. Quais são os mais comuns preconceitos e estereótipos enfrentados pelos deficientes?
Segundo os relatos das próprias pessoas, é o fato de não se dar vez e voz a elas mesmas, sempre que se tratarem de questões que lhes digam respeito.
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