Matemática
Miriam Mota Coordenadora do Programa Matemática Descomplicada em Guaratinguetá, São Paulo. E-mail: miriammota.guara@planetaeducacao.com.br

Motivação e Ludicidade - 18/05/2010
Miriam Mota

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Ensinar Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós, como educadores matemáticos, devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, a concentração, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas.

O aluno precisa de estímulo para aprender, e o exercício lúdico desperta a motivação, sendo que o lúdico tem sido utilizado em muitas escolas como fonte de inspiração para os professores e de grande motivação aos alunos. Cada vez mais os professores devem buscar a criatividade, procurando desenvolver, de acordo com suas necessidades, recursos didáticos para desempenhar seu papel com sucesso no processo de ensino e aprendizagem.

A matemática pode ser bem mais prazerosa com a aplicação de atividades lúdicas, como jogos, brincadeiras, problemas aplicados no cotidiano, problemas de desafio, histórias, calculadoras, entre outros. Para os alunos com maiores dificuldades no aprendizado matemático, o lúdico propicia uma situação favorável ao interesse pela matemática e, consequentemente, sua aprendizagem.

O jogo formal ou informal faz parte da vida do homem. Um dos mais antigos que se conhece, foi encontrado na sepultura de um rei babilônico, morto cerca de 2600 anos antes de Cristo. Lá estavam os tabuleiros, as peças e os dados. Infelizmente, não possuíam as regras, motivo pelo qual não podemos saber como se jogava.

Os jogos, para além da componente competitiva, funcionam como modelos de situações reais ou imaginárias. Há jogos dos mais variados tipos, desde os de simples azar (dados e loterias) até os de mais sofisticadas estratégias, como o xadrez. Muitos deles podem ser estudados do ponto de vista matemático e outros têm regras que "obrigam" os jogadores a fazer raciocínios do tipo lógico-matemático. Desde os tempos mais remotos, os antigos já tinham uma imensa sabedoria. Sabiam que a brincadeira era muito importante para o desenvolvimento integral do ser humano. A brincadeira está presente em nossas vidas desde o nascimento até a fase adulta, é a forma mais agradável de expressarmos a liberdade e o prazer.

“Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu início, também não tinham a conotação que têm hoje, eram vistos como fúteis e tinham como objetivos a distração e o recreio.” (MOURA, 1997)

Hoje devemos dar a verdadeira importância ao lúdico porque é uma necessidade permanente de qualquer pessoa em qualquer idade, e o qual não pode ser vista somente como diversão. Para nós, educadores, a ludicidade tem uma outra visão além do que ela representa para a maioria das pessoas, temo-na como fonte de aprendizagem. Podemos dizer que a brincadeira faz parte do desenvolvimento humano, na parte física e intelectual. O brincar favorece o desenvolvimento afetivo e social, o relacionamento em grupo se torna mais harmonioso, é também um grande instrumento de educação para a vida.

Podemos utilizar a ludicidade em qualquer situação, no nosso caso utilizamos para melhor compreensão no conhecimento matemático, como uma ferramenta básica, trazendo benefícios para a aprendizagem. Outro grande benefício é a referência que o lúdico traz ao aluno, indicando a forma correta de ele colocar-se em frente aos seus problemas matemáticos.

Os jogos têm sua função educativa, pois, para jogar, as crianças precisam respeitar as regras, decidir, sentir a necessidade de pensar para resolver a sua estratégia. Mesmo que haja acertos e erros, fazem com que a criança exercite sua inteligência, participe ativamente, construindo uma interação durante a realização do jogo.

O professor, ao desenvolver uma atividade lúdica em sala de aula, deverá primeiro planejar e analisar cuidadosamente o jogo didático (quanto a sua finalidade e quais os objetivos a ser alcançados), o número de alunos que farão parte do jogo, o tamanho da sala ou local, o material utilizado, o relacionamento em grupo e o tempo disponível. Para todos os jogos existem regras, então o professor deverá explicar em termos bem claros as regras que devem ser respeitadas. Tratando do jogo com competição, é indispensável que o professor esclareça a turma sobre o número de partidas e sobre a contagem de pontos.

Independente da atividade que venha a ser resolvida é fundamental a organização e planejamento para que ela seja vista pela criança como lúdica e que venha a contribuir para elevar o conhecimento do aluno. Caberá ao professor esse planejamento e organização das atividades (MOURA, 1994).

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais “... um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver” (PCN, 1997,48-49).

Podemos sim contribuir com a melhoria da aprendizagem da matemática e desenvolver o gosto pela disciplina. Vê-la de modo diferente, levando a criança a ter uma melhor apreensão dos conceitos matemáticos, tendo como consequência uma melhoria na qualidade de vida das crianças.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos, brinquedos, brincadeiras e educação. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
MOURA Manoel Oriosvaldo.A séria busca no jogo: do lúdico na matemática, A educação matemática em revista, SBEM, v.3,1994.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.Parâmetros Curriculares Nacionais.Brasília: MEC/SEF, 1997.

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