A Semana - Opiniões
Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

Influências - 17/05/2010
Ainda que influenciados, somos responsáveis por nossos próprios atos

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Em todos os momentos sofremos influências de diversos tipos. A televisão, a internet, a rádio e os mais diversos meios de comunicação querem nos influenciar a adquirir algo, a pensar de determinada maneira, a sentir vontade de comprar alguma coisa, a amar ou a odiar algo... Sem exercer influências, nem as mais fortes campanhas de publicidade jamais conseguiriam nos levar a tanto, aliás, o que seria das propagandas sem o poder da influência?

Por estes e outras razões, temos que zelar a sermos donos de nós mesmos e não nos deixar influenciar por propagandas de diversas ordens, como se fôssemos folhas secas soltas pelo ar, as quais são levadas para onde o vento desejar, incapazes de oferecer qualquer reação diante daquilo que se propaga tão magistralmente.

Contudo, é incoerente afirmar que nunca somos influenciados, ainda que tenhamos muita experiência. A experiência e garra que temos nos ajudarão muito para decidirmos friamente o que realmente precisamos ter ou aquilo que é bom pensarmos e deixamos transparecer em nossos valores, discernimentos indispensáveis para não nos igualarmos à comparação feita em linhas anteriores, ou seja, não nos compararmos à folha seca levada a qualquer vento.

De uma maneira ou de outra, passamos o dia tomando decisões, até no início da manhã, decidirmos se vamos querer ou não tomar café da manhã, qual roupa usar, entre tantas outras decisões. Convém hoje, agora, nos conscientizarmos que é necessário termos ciência e consciência das artimanhas que o mundo nos oferece dia a dia, tentando nos fazer acreditar na inocência do culpado, da culpa do inocente, da precisão indispensável do supérfluo...

Nós, pais e professores, temos a necessidade de sermos o exemplo daquilo que queremos que nossos filhos e alunos sejam ou se tornem, pois eles estão com os olhos fixos em nós e nada do que ensinamos valerá realmente a pena se não os ensinarmos pelo exemplo, ou seja, querer que o outro seja aquilo que nem nos somos não causa e nunca causou nenhum efeito positivo.

Há pessoas que se deixam influenciar tão facilmente que chega a ser assustador a maneira como aderem a um modismo que, muitas vezes, é totalmente inoportuno e/ou sem lógica aparente. É fácil identificar casos assim, é só vermos quando alguma personalidade famosa começa a propagar na mídia alguma moda que, em pouquíssimo tempo, todas as lojas começam a vender algo parecido com o da tal personalidade famosa, pois sabem que as vendas serão significativamente grandes.

É por isso que nossos jovens estão cada vez mais endividados, mais cheios de nada, de insatisfações. Com um cartão de crédito nas mãos, lançam-se nas compras daquilo que não precisam ter, mas querem ter porque o outro tem. O pior deste hábito da vida moderna é que não são apenas objetos e bens que são adquiridos pelo adulto e pelo jovem sem antes analisarem a real necessidade de se obter algo. Cada vez mais vemos a sociedade adquirindo hábitos e destorcendo valores tão bem apregoados durante nossa infância pelos nossos pais, pois se deixa conduzir por aquilo que é apregoado por pessoas com intenções duvidosas.

Todos nós que desejamos que nossos filhos e alunos tenham uma vida mais livre de vícios e se tornem conscientes e realmente donos das próprias vontades, de maneira que todas as vezes que estas se manifestarem eles saibam coloca-las numa balança e medir se são ou não dignas de aceitabilidade dentro deles mesmos, precisamos também nos posicionar criticamente diante de tudo aquilo que queira nos influenciar diariamente.

É oportuno aqui lembrar de uma parte do poema de Shakespeare em “O Menestrel”, na qual diz que “as circunstâncias e os elementos exercem influências sobre nós, mas nós somos os responsáveis pelos nossos próprios atos”.

Por isso, vamos ensinar pelo nosso exemplo, não vamos vestir a camisa de um novo modismo, sem antes fazermos a pesagem da procedência e da real intencionalidade que estão por trás de tudo o que é propagado.

Desta forma, seremos pessoas mais bem resolvidas e firmes, enquanto que nossos alunos e filhos terão um espelho de boa qualidade para também começarem a fazer base sólida de bons conceitos e valores que não são regidos e nem influenciados pelas diversas ordens de propagandas nos meios de comunicação.

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