Pessoas Com Deficiência: Aspectos Psicológicos, Intervenções Clínicas, Dificuldades e Possibilidades Profissionais - 11/03/2010
Psicologia e Deficiência – Professor Emílio Figueira
Embora minha intenção seja abordar neste artigo pontos, comportamentos e aspectos psicológicos de quem nasce ou adquire algum tipo de deficiência ao longo da vida, é preciso acentuar, logo de início, o grande erro em pensar na existência de técnicas especiais para atendimento psicológico de pessoas com deficiência.
O que podemos dizer é que, dependendo da deficiência, poderá haver peculiaridades relacionadas à sua condição orgânica e, sendo congênita, física ou mental, ter implicações no desenvolvimento ou ajustamento da criança que, segundo Amiralian (1997, p. 35), “já ao nascer, apresenta uma condição orgânica diferente e que, portanto, vai constituir-se como pessoa a partir de uma estrutura orgânica peculiar”.
Enquanto psicólogos dispostos a atuar nesta área, é fundamental o conhecimento das implicações geradas pela “perda orgânica para a dinâmica de personalidade e ajustamento pessoal e social daqueles que, por diferentes razões, vieram adquirir uma deficiência. Esses conhecimentos pressupõem a compreensão das limitações fundamentais impostas pelas deficiências e a compreensão das limitações das condições afetivo-emocionais que as acompanham”.
Nunca é demais lembrar que estamos falando de pessoas. E pessoas não são todas iguais. Assim como as que têm algum tipo de limitação não são todas iguais, não formam um grupo homogêneo. Do mesmo modo, a Psicologia não é uma ciência exata. Portanto, toda afirmativa pode ser perigosa, correndo o risco das generalizações, ou seja, cada caso é um caso!
A minha amiga professora Lígia Assumpção Amaral acentuava que muitos profissionais têm dificuldades em trabalhar com pessoas com deficiência. Isto porque, independente de sua formação profissional, são pessoas. E, como a maioria da população, trazem no inconsciente coletivo mitos, “pré-conceitos” e mecanismo de defesa com relação às pessoas com deficiência.
Nem todos que se formam em Psicologia estão prontos ou desejam construir uma relação profissional-cliente com esse grupo. Ter uma deficiência interfere tanto na pessoa que a possui (no desenvolvimento, aprendizagem, personalidade, relações familiares e sociais, aspectos estruturais ou funcionais), quanto no profissional que a atende.
Na pessoa com deficiência essa intervenção está ligada a inúmeros fatores, tais como: tipo de deficiência, intensidade, extensão, época de sua incidência. Olhando o seu histórico, leva-se em consideração as oportunidades de desenvolvimento e ajustamento que foram oferecidas ou negadas ao paciente.
Com relação aos profissionais que têm dificuldades de atender e se relacionar com essa classe de pessoas, essa convivência pode levar-lhes a aflorar suas próprias limitações ou suas “deficiências” – num desabar de falsas sensações de onipotência. Por isto, a negação torna-se um mecanismo de defesa para o não atendimento.
Amiralian (1997, p. 34), citando Fedidá, acentua que para muitos – e os profissionais de psicologia não estão isento disto -, “a deficiência é intolerável, não só por fazer ressurgir insuportáveis angústias de castração, destruição e desmoronamento, mas também por lembrar que o deficiente é sempre um sobrevivente que escapou de um cataclismo, de uma catástrofe que já ocorreu, o que poderá acontecer a qualquer um. (...) Como um espelho perturbador, pode fazer reviver angústias primitivas”.
Por outro lado, segundo Amaral, (1991, p. 19), “no exercício de suas funções dois “mundos diferentes” se encontram. (...) Alertados, conscientizados e, ao mesmo tempo, respaldados por esse saber recém-construído, muitos profissionais têm podido re-ver, re-pensar e re-fazer sua prática, tanto do ponto de vista técnico como das relações interpessoais”.
Por meio de experiências pessoais de suas significações de deficiências, o psicólogo estará apto a rever suas emoções, afetos, aprender com suas negações, sendo capaz de “conquistar a percepção da deficiência como um objeto compartilhado e de proporcionar ao nosso cliente um ambiente acolhedor e condições facilitadoras para sua aceitação dessa condição, favorecendo e possibilitando seu próprio desenvolvimento” (Amiralian 1997, p. 34).
Após toda a avaliação psicológica e fechamento do diagnóstico, é necessário avaliarmos realisticamente os nossos limites enquanto psicoterapeutas. Já nos chegaram notícias de colegas que atenderam casos além de seus níveis de habilidades e conhecimentos sobre questões que envolvem pessoas com deficiência. E o prejuízo foi ainda mais para o paciente.
Aspectos iniciais das deficiências adquiridas
Tanto os acidentes automobilísticos ou em ambientes de trabalho, mas principalmente as armas de fogo como outros motivos, têm sido as principais causas de aquisição de deficiência permanente no Brasil. Essas vítimas poderão passar por vários estágios iniciais assim estabelecidos:
Segundo Vash (1988, p. 14), há três níveis de reconhecimentos em quem adquire uma deficiência:
Nível 1: Reconhecimento dos Fatos - A pessoa entende a natureza e a extensão das limitações, a probabilidade de permanência e as realidades da estigmatizarão social, mas detesta cada parcela disso. A deficiência é vista como tragédia e tem valência negativa.
Nível 2: Aceitação das Implicações - A pessoa tem conhecimento das realidades de suas condições sem um sentido de perda e demonstra aceitação do que é sem recriminação. Os fatos e as implicações da deficiência estão interados num estilo de vida escolhido. A deficiência é vista como um inconveniente que pode ser controlado e tem valência neutra.
Nível 3: Acolhida da Experiência - A pessoa reconhece que sem a deficiência seria diferente do que é e não tem vontade de ser diferente.
Existe a valorização do fato de que a deficiência foi, é, e continuará sendo um catalisador do crescimento, desde que lhe seja permitido sê-lo. A deficiência, como todas as outras experiências de vida, é vista como uma oportunidade ou dom, e tendo valência positiva. Esses conhecimentos básicos são fundamentais para o início de nossa atividade de intervenção.
Para não corrermos certos riscos, não podemos considerar algumas dificuldades ou problemas, manifestados pela pessoa com deficiência, como decorrentes da deficiência em si, e sim encará-las como decorrentes de condições ambientais insatisfatórias ou de perturbações em interações precoces.
Nossa intervenção enquanto psicólogos deverá ser em amenizar as consequências das deficiências secundarias, não considerando as dificuldades pessoais como um impedimento para a pessoa ter comportamentos mais independentes ou produtivos devido ao seu problema orgânico.
Separe as dificuldades apresentadas pelo paciente e as limitações realmente impostas pela deficiência, observando se são decorrentes de outros fatores dificultantes de sua atuação. “A deficiência não deve ser considerada como a causa de manifestação de perturbações psíquicas, mas como uma condição dificultadora para as interações com o ambiente”, segundo Amiralian (1997, p. 35).
Hoje, com tantos avanços sociais, legislativos, tecnológicos na engenharia da reabilitação e na medicina, há exemplo de terapias com células-troncos, em que muitas pessoas com deficiência adquiridas ou não, estão cada vez conquistando autonomia, superando suas próprias expectativas, transcendendo-se.
Caberá a nós, enquanto psicólogos, estimular essa transcendência, conduzindo a pessoa admitir, em primeiro lugar, sua deficiência no reconhecimento dos fatos, aceitação das implicações e acolhida da experiência.
Referências Bibliográficas
AMARAL, L.A. Intervenção “extramuros”: resgatar e prevenir. in. Deficiência: alternativas de intervenção. São Paulo; Casa do Psicólogo, 1997.
AMARAL, L.A. Conhecendo a deficiência (em companhia de Hércules). São Paulo, Robe, 1995.
AMARAL. L.A. Pensar a diferença/deficiência. Brasília, CORDE, 1994.
AMIRALIAN, M.L.T.M. O psicólogo e a pessoa com deficiência. in. Deficiência: alternativas de intervenção. São Paulo; Casa do Psicólogo, 1997.
VASH, C.L. Enfrentando a deficiência – a manifestação – a psicologia – a reabilitação. São Paulo; Pioneira/EDUSP, 1988.
1 Fernanda - Rio de Janeiro
As minhas contribuições:
Como tal a pessoa presente está envolvida neste trabalho e comprometida com a filosofia de Drucker que elaborou esta base em primeiro plano mesmo sem esquecer impacto dessa conexão como parte de Peter Drucker qual é a manifestação repetida reúne segundo Andrew Cuomo: “juntase companheiros para voar para apelar capital da contribuição e/ou resgate das industrias para adicionar a ira popular onde temos pessoas erradas em liderança dentro das nossas organizações”já que uma vez é permitido o tal provimento e estão presentes em todas as áreas da empresa cujos os recursos são essenciais da organização e com as decisões que indicarão o sucesso ou o fracasso pelo analista financeiro através da preparação de demonstrações financeiras e orçamentos diversos e da gerenciar os orçamentos de capital pois ele já terá feito um traçado futuro conseguindo financiamentos para investimentos ativos.
Essa é a marca do capitalismo em reproduzir ganância e luxúria pelo poder na qual é preciso criar de instrumentos normativos de valiação dos processos ou cartazes onde acabam aceitando as correções para a elaboração de um plano que cria uma dependência na empresa sob o custo inicial está dentro de sua capacidade de pagamento em comparação alternativas como comprar à vista ou à prazo mantendo e controlando os saldos diários do caixa da empresa ao gerenciar o crédito empresarial porque são fundos de pensão com certos objetivos e compromissos para dar vazão as afirmativas de desenvolvimento.
Às organizações precisam prover os seres humanos para a moralidade sob questões da teologia ou da filosofia na qual é a clareza desse trabalho são as perguntas onde a direção é levantar a declaração feita pela arte liberal como valorizada e desenvolvida tendo em vista o contínuo aperfeiçoamento profissional ou a qualificação para o crescimento ao treinar e desenvolver nos recursos humanos
16/02/2013 15:53:02
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