Conheço muitas mulheres que buscam, incessantemente, ter os mesmos direitos dos homens. Porém, acredito que isso só pode ser válido se com “direitos iguais” estiver entendido o conceito de “direitos do ser humano”, e não apenas direito de mulher ou direito de homem.

Antes de comparar-se ao homem, a mulher precisa compreender que todas nós, como o que é perfeitamente natural ao ser humano, temos características diferentes, não sendo, assim, uma questão de ser melhor ou pior a alguém, mas considerar a riqueza que existe na diversidade.

Nós, como professores e pais, precisamos orientar nossos alunos a respeito da igualdade que as mulheres lutaram e ainda lutam para ter, definindo o que realmente entende-se por “igualdade” num mundo repleto de diferenças. Em outras palavras, a diferença deve ser sempre respeitada e preservada, de forma que os dramas que as mulheres modernas sofrem hoje não sejam perpetuados no amanhã.

É necessário esclarecer aos nossos alunos que existem necessidades diferentes, ou seja, não é uma questão de privilégios e, por isso, a mulher tem sim o direito a especificidades, como a licença-maternidade e afins, até por que a licença maternidade, muito mais que um direito da mãe, é um direito que a criança tem de ser assistida antes, durante e depois de seu nascimento.

Alguns dos dramas que as mulheres sofrem podem ser entendidos como a indefinição da identidade feminina. São muitas as mulheres que ainda não sabem qual é o seu verdadeiro papel na sociedade, não sabem se posicionar diante de muitas questões e, muitas, ainda não sabem o que querem para si mesmas. Há mulheres, por exemplo, que acreditam que para se obter sucesso profissional precisariam abster-se de seu direito primordial, que é o de ser mãe.

Muitas são aquelas que acham que ser mãe é coisa de mulher de antigamente, cuja função indispensável era a de gerar filhos. Isto é, sem sombra de dúvidas, um grande equívoco. Em nenhum tempo a mulher poderá se permitir ser vítima de pensamentos assim. São muitas as mulheres que crescem profissionalmente e nem por isso deixam de ser mães presentes no desenvolvimento pleno de seus filhos.

Contudo, não se pode fazer vistas grossas aos desafios que as mulheres enfrentam para se tornar mães. Mesmo depois de tanto tempo e depois de nós, mulheres, termos provado nossa competência profissional e social, ainda há lugares que se negam a dar estabilidade para aquelas que desejam aderir à maternidade. 

E, como se não bastasse este considerável desafio, ao se tornar mãe, a mulher profissional vê suas obrigações duplicarem-se, uma vez que terá, depois de terminar seu expediente no trabalho, ainda que direcionar muita energia para o cuidado de seu filho.

Entretanto, vale lembrar que tudo o que é difícil de se ter ou de se administrar, é exatamente aquilo que é o melhor para nós, ou seja, são exatamente estas as coisas que mais nos dão prazer e confiança num futuro mais seguro. Normalmente, todas as facilidades que, como é característico, não exigem lutas e perseveranças, são coisas que da mesma maneira que vêm fáceis vão como as nuvens da manhã, ou seja, não têm a menor durabilidade.

Mulher, motive-se e discipline-se a sempre lutar pelo o que você quer! Não desista de seus sonhos e desejos, não há beleza na desistência sem luta, sem perseverança. Permita que o brilho do orgulho de ser mulher ganhe mais luz em seus olhos. 

Defina sua identidade, estabeleça metas atingíveis, lembre-se de que antes de se lutar pelo direito de mulher, deve-se lutar pelo direito à vida digna, respeitado os limites e diferenças de cada um. Lute por você, lute pelo outro, lute pela vida.