No primeiro dia de aula, normalmente o aluno deseja fixar a sua imagem, de forma a ser visto/reconhecido pelos demais colegas e professores de uma determinada forma.

Para ele, essa é a melhor para se conviver num ambiente, no qual ele passará tempo significativo de seu dia e de sua vida, ou seja, a sala de aula repleta de outros alunos que passarão a partilhar diversos momentos.

Nesses primeiros momentos de contato com a sala que passa a assumir, o professor precisa ter consciência que muitas vezes o aluno quer se corrigir de comportamentos que teve no ano anterior e, até mesmo, superar alguma “fama” conquistada de modo intencional ou não. Essa "fama", muitas vezes, foi motivo de desconfotos ao aluno e, por isso, o desejo de refazer-se diante de seu mais novo meio soail na escola.

É natural isso acontecer, pois o aluno, à medida que o ano letivo vai se passando, comete “gafes” que o fará desejar que um novo ano recomece, de forma a apagar aquele “dano” , aparentemente irreparável para ele, fazendo-o ser motivo de piadas entre os colegas de sala.

Tais situações necessitam de intervenção rápida do professor, pois deixando-o a sua própria sorte, o aluno poderá desenvolver bloqueios que marcarão sua vida por muito tempo e, se a situação se agravar, pode-se, no ambiente escolar, desenvolver aquilo que conhecemos por bullying.

Contudo, quando o ano letivo se reinicia, o professor tem a chance ímpar de conduzir a sala a reflexões sobre ciclos que precisam ser fechados, ou seja, o ano passado é apenas passado e, como tal, só poderemos nos recordar dele para compormos experiências que nos serão úteis para o futuro que se nos apresenta.

É interessante o professor refletir com seus alunos que nenhuma experiência é negativa e, sim, a situação. No caso, tudo o que nos trouxe dor ou fez nossos pais chorarem são situações negativas, mas a experiência que conseguimos através destes pesares é muito positiva, pois nos fará rever conceitos e dar os moldes para o que restou/resultou.

Torna-se conveniente, também, o professor pensar no outro lado que existe em todo começo de ano escolar, ou seja, as "brincadeiras" que podem excluir do convívio sadio tanto o aluno novo quanto aqueles que já se conhecem. Isto porque as expectativas que o aluno tem para o novo começo podem ser positivas ou negativas e, por isso, considero indispensável o professor precaver-se destas possibilidades.

Previna-se pensando nas situações mais comuns que fazem os alunos excluírem o colega de sala (muitas vezes por meio de "brincadeiras" inadequadas como as humilhações diante de todos), ou seja, situações como a chegada de determinado aluno no primeiro dia de aula com um corte de cabelo diferente daquele usado até a última aula do ano letivo anterior, o aluno conhecido como "desordeiro" que chega quieto e sem muito papo ou, até mesmo, o aluno "quietinho" que chega se impondo ante a todos, enfim, tudo o que se apresentar como novo poderá ser causa de novos rótulos e brincadeiras de mau gosto pela sala de aula, gerando uma grande bola de neve, se não houver as devidas intervenções por parte do professor.

O ano novo pode significar uma nova vida para os nossos alunos e nós, professores conscientes da importância das nossas orientações na hora certa, não podemos ser negligentes. Vamos aproveitar este novo início para construirmos uma base sólida para uma convivência saudável entre alunos e professores durante o ano escolar, promovendo a paz e o respeito às diferenças, que são a riqueza de todo agrupamento de pessoas/cidadãos.