Diário de Classe
Márcia Rodrigues dos Santos  Especialista em Psicopedagogia; Terapeuta Cognitivo Comportamental – Integrante da Equipe de Conteúdos Digitais e Parcerias e Soluções da Vitae Brasil. E-mail: marica.santos@vitaebrasil.com.br

Planejamento ou Livro de receitas? - 03/02/2010
Márcia Rodrigues

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Mais um ano letivo se inicia... A mesma correria de todo início de ano letivo: reuniões, planejamentos, preparação da escola... Escolas que estavam silenciosas se enchem de vida e... de crianças que correm pelo pátio, cheias de esperança e com fome de aprender.

Em seu livro, O desejo de ensinar e a arte de aprender, Rubem Alves, cita uma afirmação de Aristóteles, “todos os homens tem, por natureza, um desejo de conhecer”, e, logicamente no alto de toda sua sabedoria, Rubem Alves acrescenta: “todos os homens, enquanto crianças, tem por natureza o desejo de conhecer”. As crianças realmente têm o desejo de conhecer, de aprender, de descobrir o novo. E me pergunto se talvez nestes momentos nos quais o professor prepara com tanto carinho o que vai ensinar durante todo o ano a seus alunos, por que será que nunca perguntam às crianças o que elas querem aprender?

Será que se partíssemos desta pergunta para montarmos nosso planejamento, os conteúdos se tornariam mais significativos? E a fome seria superada?

Como já afirmava o psicólogo norte-americano, D. P. Ausubel, em sua teoria sobre aprendizagem significativa, “a aprendizagem é muito mais significativa à medida que o novo conteúdo é incorporado às estruturas de conhecimento de um aluno e adquire significado para ele a partir da relação com seu conhecimento prévio”.

Tornar o conteúdo mais atraente é fazer a ligação entre o que ensinar e o que aprender. Usar a fome de aprender das crianças no início do ano para preparar coisas significativas e deliciosas de se ensinar. Preparar o que querem comer.

Momentos de pura gula pedagógica em que professores (chefs de cozinha) preparam conteúdos (receitas) originais, desvendando as alquimias dos livros (das caçarolas), com sabores, cheiros e formas que aguçam a vontade de comer mais.

Ainda como diz Rubem Alves, “todo professor deveria passar por uma cozinha antes de começar a lecionar”, os cozinheiros têm boas lições sobre fome a ensinar.

Já reparou que comemos apenas aquilo que temos fome? E quando preparamos uma comida pensamos em quem vai comer? Colocamos temperos em nossas receitas que despertaram os sentidos e fazem surgir elogios.

Fazer um cardápio que agrade o cliente é receita de sucesso.

O início do ano letivo pode ser um grande momento gastronômico, pergunte a seu aluno do que ele tem fome e prepare receitas feitas com bons ingredientes, criatividade e muito, muito carinho.

Bom apetite!

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1 COMENTÁRIOS

1 verõnica - pocinhospb
Embora sabendo que é uma utopia,essa é a educação que eu gostaria de praticar como educadora.Exelente artigo
21/02/2010 19:10:23


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