A Loja Mágica de Brinquedos - 01/12/2009
O delicioso mundo da brincadeira e do faz de conta
Brincar de faz de conta. Inventar brinquedos a partir de latas, caixas de papelão, carretéis de linha, barbantes, batatas… Andar de bicicleta, divertir-se com jogos de tabuleiro (clássicos universais como xadrez, damas, ludo ou ainda contemporâneos como War, Banco Imobiliário, Detetive…), criar universos com bonecas ou personagens articulados, reinventar as pistas de corridas com carrinhos de ferro, jogar bola…
Ser criança é uma dádiva. Este presente, no entanto, tem sido abreviado com o passar dos anos. O impacto do mundo adulto sobre as crianças tem sido devastador e mereceria estudos sérios. Hoje, com 8 ou 9 anos já se cobra dos infantes que tenham, no mínimo, uma paquera na escola ou no bairro. As meninas, por sua vez, são estimuladas a usar maquiagem, perfume e a se mostrarem femininas e sedutoras… Isso na faixa dos 10 a 12 anos… Creiam-me, é o fim do mundo ou, ao menos, da infância como deveria ser vivida…
Filmes como “A Loja Mágica de Brinquedos”, do diretor Zack Helm, tem o claro intuito de trazer de volta a magia, a imaginação, a criatividade e toda a alegria que existe em ser criança. Com isto, espero, talvez seja possível iluminar os pais a devolver aos filhos o direito da infância, prorrogando-a por mais algum tempo além daquele que a sociedade voraz e perniciosa, rápida e precoce, tem oferecido.
Nesta produção, entramos num Empório (como no título) que pertence há alguns séculos ao caricato e mágico senhor Magorium (Dustin Hoffman, uma das lendas do cinema americano que ainda continua ativo). Ele está com seus dias contados, mas diferentemente de qualquer outra pessoa, ao invés de se mostrar recluso, doente, acamado, prefere manter o alto astral e se incumbir de uma missão final em sua longa trajetória, passar sua loja para a única pessoa que acredita capaz de manter a magia ali residente, sua assistente, Molly Mahoney (Natalie Portman, jovem e talentosa atriz da nova geração do cinema yankee).
Molly, no entanto, apesar de honrada com a possibilidade, não consegue imaginar-se dona da loja e, principalmente, capaz de dar ao estabelecimento toda a beleza, vibração e magia ali residentes em virtude de seu proprietário original, o Sr. Magorium.
A loja tem brinquedos maravilhosos, que a partir do momento em que são acionados, tocados ou manipulados por qualquer criança, tornam-se dínamos de criatividade e encantamento para todas as pessoas. Aos olhos de Molly Mahoney, o fascínio existente na loja é decorrente do proprietário, o Sr. Magorium, e ela não teria tal habilidade e encantamento para manter toda a magia…
“A Loja Mágica de Brinquedos” é uma grande fantasia alegórica que quer ir além da diversão (garantida pelo espetáculo visual, pelos atores em atuações destacadas, pelo roteiro de qualidade…) já que, além disso, se propõe a tentar resgatar o que ainda existe de infância em muitos adultos e, se possível, preservar e prolongar o sonho de criança que muitos infantes estão perdendo…
Uma bela fábula atemporal mais que necessária para os dias de hoje – tão cinzentos e amargos… A proposta da produção é vida e cor, diversão e felicidade… A magia, afinal de contas, está dentro de cada um de nós…
Para Refletir
Ficha Técnica
A Loja Mágica de Brinquedos
Título Original: Mr. Magorium’s Wonder Emporium
País/Ano de produção: EUA, 2007
Duração/Gênero: 94 min., Comédia
Direção de Zack Helm
Roteiro de Zack Helm
Elenco: Dustin Hoffman, Natalie Portman, Jason Bateman, Matt Baram, Dash Grundy, Ted Ludzik, Zach Mills, Rebecca Northan, Jonathan Potts.
Links
http://epipoca.uol.com.br/filmes_detalhes.php?idf=18771
http://www.adorocinema.com/filmes/loja-magica-de-brinquedos/
http://www.cinemaemcena.com.br/ficha_filme.aspx?id_filme=4427&aba=detalhe
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