Que escola quero para meu filho? - 23/11/2009
A felicidade em primeiro lugar, sempre, até na escola!
Pergunta recorrente entre os pais que querem investir na formação dos filhos: Qual a melhor escola para matricular meu filho? E deste questionamento surgem alguns caminhos naturalmente seguidos para realizar esta escolha, partindo daquilo que é mais imediato e visual, como as instalações e os recursos materiais oferecidos até a linha pedagógica e a formação dos professores. Tudo isto realizado com o máximo de atenção e discernimento, ou seja, visitando as escolas pré-selecionadas e averiguando, in loco, como é a escola.
Nesta busca também passaram a ser consultados recentemente, como elemento nesta criteriosa cruzada em busca do Santo Graal (a melhor escola para meu filho) os rankings educacionais divulgados por órgãos governamentais ou privados.
A partir destas informações do ENEM, Saresp, Saeb, Prova Brasil - entre outras (regionalizadas, locais), os pais seguem para as escolas, em que são recebidos pelos mantenedores e/ou seus representantes (diretores, coordenadores, orientadores pedagógicos, professores...). Nesta visita descobrem facilidades como laboratórios de ciências, salas de computação, bibliotecas, quadras, salas de aula climatizadas... Ficam sabendo de programas adicionais, como estudo de línguas estrangeiras, teatro, dança, filosofia, introdução ao mundo globalizado... Descobrem o perfil pedagógico da instituição e ficam sabendo do currículo dos professores... São informados de atividades extras como feiras científicas, viagens, exposições...
Neste sentido, também, vale atentar para a linha pedagógica - se é mais convencional, mista, socioconstrutivista, interacionista (e descobrir, perguntando e pesquisando, o que significam estes termos, na prática, para realmente entender as escolas). Há pais que buscam escolas mais rigorosas quanto à disciplina e o rendimento imediato dos alunos (notas). Outros querem formação mais global e livre, sem tantos impedimentos, mas com algum controle...
Neste sentido, vale mudar a pergunta originalmente elaborada pelos pais quando iniciam esta busca, deixando de lado a simplista "qual é a melhor escola para meu filho?" por outra, na qual a indagação passa a ser "que escola quero para meu filho?". A mudança parece apenas mero formalismo linguístico, mas na realidade não é... Ao optar pela segunda linha de questionamento, os pais começam a se perguntar não apenas como é a escola, mas sim qual é a filosofia que a orienta e, desta maneira, passam a pensar não apenas naquilo que é mais imediato, as aulas...
Com esta mudança de perspectiva, os pais passam a pensar além do ano letivo, orientando o futuro de seus filhos, dando-lhes perspectivas de acordo com a ideia de mundo que têm e advogam...
É muito séria esta escolha! Se o que buscam é dar competitividade e preparo para o mercado de trabalho desde tenra idade, isto deve ser levado em conta na escolha da escola. Se, por outro lado, pretendem dar formação mais humanística, que desenvolva as capacidades de relacionamento e a chamada inteligência emocional, devem buscar outra, diferente da primeira!
No meu íntimo, penso e digo abertamente que, além da visão de mundo dos pais, certamente devemos também levar em conta os rumos do planeta em que vivemos, mas primordialmente sempre defendo que acima de qualquer valor, juízo, compreensão de mundo ou qualquer outro fator, deve prevalecer a ideia de que a escola em que nosso filhos irão estudar deve fazê-los felizes.
E o que significa tal felicidade na escola? Para mim (e minha esposa, também educadora), tal escola deve acolher, orientar, ser parceira da família, atuar em sintonia com o aluno, respeitar a criança (ou o adolescente, o jovem...), proporcionar oportunidades, desenvolver o senso ético (a estética, a cidadania, a responsabilidade social, a fraternidade), instigar a busca e o amor pelo saber (o conhecimento, a ciência), abrir todos os sentidos para que eles possam ver, sentir e viver o (e no) mundo...
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