Sem limites para aprender e conviver - 10/11/2009
Marta Gil
Pessoas com deficiência, qualquer que seja ela, deparam-se frequentemente com o “não”, palavra curta, forte e que se pretende definitiva. O “inventário do não” é feito de maneira instantânea; basta um olhar e lá vêm as frases fatídicas: “não pode”, “não vai dar certo”, não faça”. E as justificativas – quando são dadas - também se baseiam no “não”: “É porque ele/ela não vê, ou não ouve, ou não anda, ou não tem uma perna, ou não tem raciocínio” ou “não está preparado”.
Assim, o limite ou a dificuldade que a pessoa tem – ou que o outro acha que ela tem, melhor dizendo – é reforçado e aumentado, pois recebe o peso do descrédito ou da negação de sua capacidade.
Parece que não ocorre, para aquele que diz o “não”, que o ser humano tem uma capacidade infinita, que lhe permite criar, ousar, procurar outros caminhos, talvez ainda não pensados. E daí, alguém tem que ser o primeiro, não?
E a tecnologia, então? A cada dia, ela nos surpreende, ampliando nossa capacidade, nossa força, nossos sentidos. Ela é uma ferramenta poderosa para derrubar o “não”.
As pessoas com deficiência intelectual vivenciam o “não” de uma forma ainda mais enfática, vindo de suas famílias, professores, profissionais, enfim, da sociedade como um todo, que as colocam sob tutela, de direito ou de fato.
Porém, esse cenário está mudando radicalmente, como demonstram Didi, Samuel, Fernanda Honorato, Bia Paiva, Thiago Rodrigues, Mariana Amato, Breno Viola, João Vitor Mancini e outros, que assumem suas vidas, que sabem o que querem e lutam para consegui-lo, como todos nós.
Dificuldades, quem não as tem? Apoio, quem não precisa?
Eles mostram, na prática, que os limites estão cada vez mais tênues, cada vez menos impeditivos, pois a Inclusão avança e abre espaços cada vez mais amplos, envolvendo cada vez um número maior de pessoas – a ciranda cresce, outras pessoas vão chegando e se somam às outras.
Para dar conta das novas demandas, métodos são desenvolvidos, pesquisas são feitas; o conhecimento avança. As cidades se preparam para acolher, com dignidade, seus habitantes que até então eram “invisíveis” e se tornam lugares bons e agradáveis para todos.
Essas e muitas outras mudanças só se concretizam porque as pessoas com deficiência – e nesse caso falamos especificamente daquelas com deficiência intelectual - estão presentes. Todos aprendemos, porque todos com-vivemos.
Elas afirmam, em voz cada vez mais forte: “Sim, nós podemos!”
1 tania - perdigao
otimo leio todos adoro este tema
06/12/2009 17:34:27
2 Cleiton - Guaratinguetá
Tenho uma sobrinha com deficiência intelectual, mas os próprios pais colocam barreiras para os seu desenvolvimento, ela têm 12 anos e ainda não foi à escola, os pais dizem que vão colocar na escola mas o tempo esta passando, e nada. Enfim, a respeito do texto o deficiente intelctual concerteza vivenciam o não, e assim como a minha sobrinha faz parte desse dilema, porque os proprios pais fazem tudo para ela e assim consequentemente ela não consegue se desenvolver. O deficiente tem capacidade sim, mas é preciso desenvolver as suas habilidades desde de pequeno com os profissionais da área e principalente com a ajuda dos pais para estimularem o seu desenvolvimento. Muito bom o artigo....
11/11/2009 09:17:47
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