O que é educação da sexualidade e por que ela é importante? - 05/10/2009
Traduzido do inglês e digitado em São Paulo por Maria Amélia Vampré Xavier
Extraído de documento da UNESCO intitulado “International Guidelines On Sexuality Education” - linhas mestras internacionais sobre educação da sexualidade (www.unesco.org). Traduzido do inglês e digitado em São Paulo por Maria Amélia Vampré Xavier, da Rede de Informações Área Deficiências e Projeto Futuridade, Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, Fenapaes, Brasília (Diretoria para Assuntos Internacionais), Rebrates, SP, Carpe Diem, SP, Sorri Brasil, SP, Inclusion InterAmericana e Inclusion International em, 16 de setembro, 2009.
Educar sexualmente os jovens é uma tarefa importantíssima, principalmente nesta época atribulada no mundo, em que tantos princípios morais e outros valores ruíram; há cerca de cinquenta anos tivemos a revolução feminina que mudou o comportamento, o valor, a importância da mulher em toda parte e, claro, no que mais nos interessa, em nosso país, trazendo profundas modificações em nossas famílias e, como resultado, nas novas gerações que estão nascendo com outros valores.
A pandemia da AIDS, a grande proliferação do vírus HIV, inclusive nas pessoas mais velhas, tudo isso mostra que devemos explicar as armadilhas da sexualidade aos nossos jovens, às crianças, enfim, à população em geral. São tempos perigosos que estamos vivendo, defender nossas crianças e jovens é uma obrigação da qual não podemos fugir.
A UNESCO preparou um documento importantíssimo, do qual estamos extraindo alguns trechos para reflexão; todavia, todo ele é de grande valor, vamos, amigos, ler e aprender sobre a sexualidade mesmo que sejamos velhos porque se trata de uma parte essencial de nossa vida e do enfrentamento de nossos conflitos existenciais.
Vamos ao trecho em apreço:
“O que é educação da sexualidade e por que é importante?
Este documento se baseia nas seguintes suposições:
- A sexualidade é um aspecto fundamental da vida humana; tem dimensões físicas, psicológicas, espirituais, sociais, econômicas, políticas e culturais.
- A sexualidade não pode ser compreendida sem referência ao gênero.
- Diversidade é uma característica fundamental da sexualidade.
- As regras que governam a conduta sexual divergem amplamente em torno de e dentro de culturas. Certos comportamentos são vistos como aceitáveis e desejáveis, enquanto outros são considerados inaceitáveis. Isto não significa que estes comportamentos não aconteçam, ou que devem ser excluídos de discussão dentro do contexto da educação da sexualidade.
Poucas pessoas jovens recebem preparação adequada para sua vida sexual. Isto as deixam potencialmente vulneráveis à coerção, ao abuso e à exploração, à gravidez não planejada e a infecções sexualmente transmissíveis (IST), incluindo HIV. Muitas pessoas jovens chegam à idade adulta, enfrentando mensagens conflitivas e confusas acerca da sexualidade e do gênero. Isto, frequentemente, é exacerbado por vergonha, silêncio e desaprovação de discussões abertas sobre questões sexuais por adultos, incluindo pais e professores, bem na época em que isso é mais necessário.
Falando em termos globais, pessoas jovens estão se tornando sexualmente maduras e ativadas em idade mais precoce. Elas também estão casando-se mais tarde, estendendo o período de tempo entre a iniciação sexual e o casamento
É, portanto, essencial a necessidade e o direito de que todas as pessoas jovens recebam educação sexual. Algumas pessoas jovens são mais vulneráveis do que outras, especialmente as que têm deficiências e as que vivem com HIV.
Educação sexual efetiva pode dar, às pessoas jovens, informações apropriadas à idade, culturalmente relevantes e cientificamente precisas. Isso inclui oportunidades estruturadas para as pessoas jovens explorarem suas atitudes e valores, e praticar as habilidades de que irão precisar para poderem tomar decisões informadas acerca de sua vida sexual.
A educação efetiva da sexualidade é uma parte crítica da prevenção de HIV e é, também, crítica para atingir os alvos de Acesso Universal, visando prevenção, tratamento, cuidado e apoio. Embora não haja programas que possam eliminar o risco de HIV e outras ITS (Infecções Transmitidas Sexualmente), gravidez não planejada e atividade sexual coercitiva e abusiva, programas devidamente desenhados e implementados podem reduzir alguns destes riscos.
Estudos mostram que programas efetivos podem:
- Reduzir informações erradas.
- Aumentar o conhecimento.
- Esclarecer e solidificar valores e atitudes positivas.
- Aumentar habilidades.
- Melhorar as percepções acerca de normas em grupo de colegas.
- Aumentar a comunicação com os pais ou outros adultos confiáveis.
Os estudos mostram que programas compartilhando certas características-chave podem ajudar a:
- Retardar a iniciação de relações sexuais.
- Reduzir a frequência de atividade sexual desprotegida.
- Reduzir o número de parceiros sexuais
- Aumentar o uso de proteção contra gravidez e ITS durante a relação sexual.
Ambientes escolares fornecem oportunidades importantes de alcançar um número grande de jovens com educação sexual antes que se tornem sexualmente ativos, bem como oferecer uma estrutura apropriada (i.e. o currículo formal), para fazer isso dentro dele.
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